semtelhas @ 12:58

Sex, 06/04/18

 

 

Quando há meia dúzia de anos atrás o FCP tentou fazer o mesmo que tinha feito um quarto de século antes, dar um salto qualitativo, operar uma mudança de filosofia no clube, naquela altura sacudindo a imagem de clube de provincia para a de nacional, vinte e cinco anos depois de nacional para europeu e mundial, esqueceu-se ou minimizou um aspecto fundamental, é que se, ele sim, se tinha transformado num exemplo de excelência assente em princípios de meritocracia, o país, esse, mantinha-se refém da mediocre vassalagem ao poder em todos os sectores, também, óbviamente, no futebol.

 

Abandonar a "esquizofrénica" táctica de criar, que no caso até é bem real, um inimigo para juntar as tropas, trocando-o por um suposto conjunto de novos princípios assentes básicamente na chamada qualidade, aqui consubstânciados na contratação de um treinador caro, um conjunto de jogadores igualmente de custo muito acima da média do que era habitual, e a criação de um ambicioso projecto de longo prazo para a formação, tentando, com tudo isto, mudar os pressupostos em que assentava o sucesso do clube do tal "freio nos dentes" para uma nova filosofia, como quem muda do fato-macaco para smoking, acabou por sair furada porque, digamos, o ambiente não era, não é, alguma vez o será?, favorável.

 

Aquilo que parecia vir a ser um autêntico milagre este ano está cada vez mais distante. A realidade actual nada tem a haver com a do passado recente, por muito que custe aos portistas estes últimos anos, e não vale a pena sequer voltar a referir como nem porquê, o clube que, desde sempre, é o do regime, tem vindo a capitalizar uma vantagem quase impossível de superar, afinal tem tudo, ou quase se excluirmos a ingénua(?) noção de justiça do seu lado, está a tornar-se, e se-lo-á cada vez mais, uma luta de tostões contra milhôes. Como triste "cereja em cima do bolo", acresce que aquele que é talvez o paradigma de que o FCP é muito mais que sómente um clube de futebol, o seu canal de televisão, um caso aparte no panorama global enquanto espécie de frente regional muito para além do desporto, é sustentado ,naturalmente, pelo clube e, por este andar...

 

Resta a esperança, essa sonhadora, que o Porto Canal vá criando a sua auto-subsistência, que o FCP continue a operar autênticos milagres, nem que para isso tenha que voltar ao fato-macaco dando um passo atrás e depois dois à frente, porque quanto ao país e à tal filosofia da meritocracia será melhor esperar sentado ou, como dizia o outro, isto não é economicamente viável, vamo-nos safando com uns dinheiros que chegam de fora porque, separados de Espanha, continuaremos sempre sendo o "Marrocos de Cima".


direto ao assunto:

"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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