Ainda me lembro de um pequeno peso que os merceeiros deviam colocar no prato da balança onde já estava depositado o correspondente em chumbo do peso pretendido, acertando assim o ponteiro do visor acrescentando ou tirando à mercadoria, mas, muitas vezes, colocavam o contrapeso ao lado da mercadoria substituindo-a, no lado errado da balança portanto, roubando assim no produto que o cliente pagava apesar de não o levar para casa.
Ao longo da história da recente democracia portuguesa o CDS, e muito particularmente Paulo Portas, para mal dos nossos pecados, que devem ser muitos! têm sido o sistemático contrapeso do poder político aliando-se ao partido maioritário pouco se importando qual o parceiro. Uma autêntica galdéria. Aquilo que normalmente é a muita elogiada capacidade dos portugueses alternarem a cor dos donos do poder, mais não tem servido que para a manutenção das meiastintas eternizando este meialeca nos sucessivos governos.
Assim como quem não quer a coisa o artista já anda a pavonear-se por esse país, e mesmo mundo fora, há largos anos saracoteando-se a dar à lingua, aliás em várias e bem, diga-se em abono da verdade, e, tal como os tais merceeiros, tem como verdadeira arte a capacidade de iludir o cliente, neste caso não roubando no peso, mas enganando o desinformado eleitor, contribuindo decisivamente para manter os seus influentes amigos nas cadeiras do poder, e o país consistentemente cada vez mais na mesma.
E o mais incrível é que se prepara para voltar a fazer o mesmo! Bastará um pouco de atenção para notar, por um lado nunca ter largado a postura populista descarada e sem vergonha ao longo dos últimos anos para grande desespero do amigo Coelho, por outro e concomitantemente como, sorrateiro e manhoso vai mantendo o PS à babuje para o caso deste precisar do habitual contrapeso para chegar ao poder. Um fenómeno que se repete e do qual tarda ver-mo-nos livres!