semtelhas @ 12:13

Ter, 21/07/15

 

Diz Ivan Lins na  magnifíca canção maravilhosamente interpretada por Simone. Infelizmente aqui o caso não envolve qualquer romantismo nem sequer uma centelha de sonho, pelo contrário trata-se de algo absolutamente pragmático, a tentativa da transformação daquilo que é a União Europeia nos Estados Unidos da Europa.

 

Era mais ou menos percetível que isto tinha que acabar assim, ou seja, jamais seria possível dar este passo de uma forma harmoniosa, consensual, é um parto demasiadamente difícil para ser natural. Já toda a gente tinha percebido que a criança, resultante de um casamento, neste caso vários, prematuro, já devia ter vindo ao mundo há muito, que todas estas manobras dilatórias depois de um longo período onde o aborto tantas vezes esteve para ser cometido, união disto, acordos daquilo, e muito particularmente a criação da moeda única, criaram laços, e especialmente nós muito complicados de desatar, pelo que esta espécie de cesariana tinha mesmo que acontecer.

 

Aparentemente chega pela mão da França que assim, numa atitude por um lado inteligente, por outro beneficiando do silêncio cúmplice da Alemanha, na verdade muito mais que isso, a verdadeira eminência parda, num golpe de asa passa de cavalo a cavaleiro, isto é, de parceiro em francas dificuldades economicofinanceiras, a um género de compagnon de route dos germânicos nesta nova era que parece abrir-se aos países europeus e que corresponde a um desejo antigo, e de que maneira!, dos alemães nessa sua incansável demanda de domínio. Claro que a História se encarregará de devolver aos franceses o seu papel de autêntica testa de ferro, o qual, apesar de tudo, é bem melhor do que o habitual, de carne para canhão, nas relações com o poderoso vizinho do norte.

 

Quanto ao resto, e não deixa de ser elucidativo que a este triste adjetivar, o resto, correspondam certamente os restantes países do euro, que não serão com certeza convidados a partilhar o tal governo, com parlamento e tudo, que constituirá os futuros USE, United States of Europe, seguramente compostos pelas referidas Alemanha e França, e mais uns quantos países de altos e louros. De fora ficarão os "preguiçosos do sul", remetidos para uma nova e muito mais exigente lista de bom comportamento, em espera, à semelhança da que fizeram parte para entrar na atual união, ainda que, desta feita, com ambas as partes bem mais atentas, os no papel de gato para não caírem na tentação de açambarcar todo e qualquer rato, e estes bem mais desconfiados nos felinos cantos da sereia. Restará o sempre curioso caso do Reino Unido, que só morderá o isco se tiver a certeza que poderá vir a tornar-se pescador, e os dos países da União que não fazem parte do euro, inevitávelmente atirados para as calendas daquilo que sem qualquer dúvida se vai tornar um tacho bem mais seletivo e dificil de lá meter a mão, dos dinheiros, o que, no fim, verdadeiramente parece contar.

 


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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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