semtelhas @ 12:19

Sex, 31/01/14

 

Hannah Arendt, no excelente filme homónimo, falava da banalização do mal, outro filme, Golpada Americana contribui para a aceitação de um certo tipo de crimes levando ao extremo a banalidade em que se está a tornar a abordagem ao fenómeno da corrupção, supostamente na base da crise social e económicafinanceira que o mundo ocidental atravessa.

 

É sabido que para vender um produto, para agradar ao cliente, uma das formas mais eficazes de o fazer é dizer-lhe o que ele quer ouvir, mas convém fazê-lo com algum cuidado e parcimónia para que não desconfie virando o feitiço contra o feiticeiro. Não é por isso surpresa nenhuma que Hollywood não de canse de produzir, uns atrás dos outros, filmes a oferecer respostas e encontrar os culpados nos vigaristas e malfeitores mais ou menos por todos conhecidos. Acontece que se alguns o fazem com alguma qualidade, sim porque falar aqui de honestidade seria quase uma utopia, outros pura e simplesmemte despejam uma série de ideias feitas embrulhadas nuns quantos truques, argumentos plenos de surpresas, onde a solução nunca está debaixo da primeira camada, mas sim depois da terceira ou da quarta, um naipe de bons atores, algum arrojo visual e de linguagem, uma banda sonora apetecível, e aí vai disto. 

 

Os Óscars sempre foram objeto de desconfianças, a academia nunca deixou de ser acusada de servir os interesses dos grandes estúdios e, quando recentemente aumentou o número de filmes candidatos ao Óscar do melhor, de cinco para dez, de uma penada, dobrou a promoção de toda aquela enorme máquina que gira em volta da rodagem de uma fita, desde as pessoas, passando pela tecnologia, até aos sítios onde são filmadas. Ainda assim, tendo como exemplo os premiados nas cerimónias após essa alteração, parece que ainda não venderam completamente a alma ao diabo, uma coisa têm sido as nomeações, o que já ajuda, e muito, a amortizar investimentos na maior parte das vezes milionários, outra a atribuição dos prémios, não raras vezes filmes muito nomeados obtêm um, ou mesmo nenhum Óscar. Este Golpada Americana deverá seguir esse caminho, o que, a acontecer, será um bom sinal, que, apesar de tudo, o dinheiro ainda não compra tudo e todos.

 

 

 


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