Explico, políticos de beco.
Luís Filipe Meneses anúncia a mais que óbvia candidatura à câmara do Porto, e lá vêm os habituais jogos florais. Do CDS mandam um menino dizer que não apoiam a candidatura, porque seria dar cobertura a uma política em tudo igual à de Sócrates. O PS lança um tal Pizarro que afirma, apoiar LFM era o mesmo que dar sequência no Porto ao que o atual governo faz ao país. Enquanto o PSD se esfalfa em tão desenfreados quanto falsos porque, na verdade incontornáveis, aplausos à candidatura, o que aliás é percetível não obstante terem escolhido o seu principal artista, o Relvas, para o efeito.
A gente olha para aquilo e, perante tamanha trafulhice, só pode mesmo marimbar-se nestes homens que era suposto defenderem uma causa nobre.
Sendo evidente o que realmente os move, única e exclusivamente os seus interesses, pergunto-me, mas em que é que, de facto, baseiam a sua estratégia? Como planeiam fazê-lo? Contam com quê? E encontro algumas hipóteses:
- o povo é estúpido.
- eles são muito espertos
- o povo não quer saber
- eles são estúpidos
E, no entanto, sinto que nenhuma é totalmente verdadeira.
É sabido que o raciocínio da multidões é, muitas vezes completamente diferente do que seria o somatório do de cada uma das pessoas que dela fazem parte. O todo, nada, ou quase nada, tem a haver com as partes, funciona autonomamente. Só assim se explica que se encontre tanta esperteza em cada um e tanto encarneirar no todo.
No dia em que as pessoas passarem a pensar por elas, e não se deixarem embarcar, em modas, ou no diz que...(é impressionante o número de pessoas que afirma a pés juntos algo que desconhecem), e cuja responsabilidade é um pouco de todos, a começar nos tais politiqueiros, passando pela comunicação social, até a cada um de nós dentro de sua casa, nesse dia vai acabar-se a brincadeira e então, talvez, quem quisér assumir cargos politícos deixe de pensar estar a falar para completos ignorantes.
Para isso é necessária uma mudança essencial, que se canalizem as energias gastas a discutir o sexo dos anjos ou a fingir que se está a fazer qualquer coisa, o que dá imenso trabalho, a levar as coisas a fundo, a sair da superficíe das aparências que enganam e corrompem. É uma tarefa individual, o resultado final, só possível se todos, ou a maioria, fizer o seu próprio trabalho, virá depois.
Quando isso acontecer senhores como aqueles de que escrevia no inicío, ficarão a boiar à superficíe, como detritos indesejáveis e então já fácilmente removíveis, para reciclagem.