semtelhas @ 12:41

Qua, 26/09/12

-Y (coveiro contratado para enterrar a empresa) via telefone: Sr. X ( funcionário) vá ao gabinete do sr. W (patrão) porque ele deseja falar-lhe.

-X dirige-se para lá, como de costume bate duas vezes, abre a porta e dá um ou dois passos para o interior. O sr. W não está, em cima da secretária vê vários maços de notas  de todas as cores, 20, 50, 100€, automáticamente recua e quase choca com o patrão que surge repentinamente por trás e olha atentamente para as mãos dele, diz-lhe: Agora estou ocupado, depois ligo-lhe. 

 

-Y chama X ao seu gabinete, diz-lhe para se sentar e dispara: Andam para aí a dizer que o sr. é primo do engº que o contratou. Que por isso sempre beneficiou da proteção e ajuda dele para progredir na empresa. É verdade?

-X: Não. Só o conheci na entrevista de seleção para o emprego, depois de, juntamente com mais candidatos, ter feito testes numa empresa para o efeito. Segundo me informou posteriormente fui escolhido por ter os melhores resultados nos testes psicotécnicos, e demonstrado muita da experiência necessária para o lugar a ocupar.

-Y: tem a certeza que não é primo dele? É a única explicação que as pessoas encontram para a sua rápida progressão na empresa.

 

W convoca uma reunião com todos os principais responsáveis da empresa e, com Y ao lado, traça um quadro negro da situação e começa a culpar sistemáticamente X por parte dos problemas, atirando as questões para o ar, ficando depois insistentemente a perscrutar à volta, pelas pessoas presentes, procurando manifestações de acordo com o que dizia. Alguns falam mas enveredando por outros caminhos. À maioria não consegue sequer ver o olhar, está pousado na mesa.

 

Y chama ao seu gabinete uma das mais antigas funcionárias da empresa, que trabalha na secção liderada por X, e chama também este. Pergunta: Dona... é verdade que o sr. X não acompanha devidamente o vosso trabalho? Que não vos ajuda a encontrar soluções para os problemas que vão surgindo? Que por vezes é ríspido e mal educado convosco? Etc.. Utiliza um tom seco, bastante assertivo, quase ameaçador, de quem não aceita uma negativa. A todas as perguntas a funcionária responde que não, mesmo quando, irritado, as reformulou.

 

Alguns meses depois de Y ter chegado à empresa, W junta todos os X no maior armazém e anuncia: A empresa está numa situação muito dificíl pelo que não vai poder pagar os salários no fim do mês.

Foi o primeiro de vários anúncios do género. Os salários foram sendo sistemáticamente atrasados. Apesar de haver encomendas foram começando a ser estratégicamente negligênciadas. Paralelamente os X desistiam para poderem receber pela segurança social. Desde a chegada do coveiro até ao fecho, a empresa, com cinquenta anos, cento e vinte empregados e cinco milhões de euros de faturação, não chegou a durar três anos:

 

 

                                   W + Y = -X+X+X+X+X+X+X+X+X+X+X+X+X...



"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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