semtelhas @ 12:03

Sex, 31/08/12

Assistindo à cerimónia de abertura dos jogos paralímpicos foi crescendo em mim, até um determinado momento, uma sensação de que algo não fazia sentido, como que assistisse a uma macabra exposição das diferenças entre os atletas que faziam o espetáculo, e a harmonia consubstânciada neste através da simetria dos desenhos que íam evoluindo no palco, da música, das cores, das luzes.

 

Aqui há uns tempos, face a uma observação que fiz a propósito de uma mulher que passava, alguém me dizia que os meus "níveis de exigência" estavam a baixar. Fiquei a pensar naquilo. Na verdade dei comigo a encontrar beleza em todas as mulheres. Refletindo percebi que, à semelhança de quase todos, andei anos e anos nesta roda louca, preocupado em enriquecer e parecer melhor que os outros, pouco tempo me sobrando para olhar quanto mais para ver. Só desde há uns anos comecei a reparar naquele olhar desafiador, na melena atirada para traz ou o ombro para a frente em jogo de sedução ou simples trejeito que, em si mesmos, trazem o essencial e que de realmente belo todas as mulheres têm, o feminino.

 

Assim, quase sem dar por nada, tinha percorrido o caminho que leva a ver para além do que o olhar oferece. Tinha aprendido a procurar e encontrar a beleza que em tudo existe.

 

Acredito ter sido esta forma de descodificar o filme que se vai desenrolando à nossa frente, que me fez resistir, não mudar de canal e realmente apreciar a evolução daquelas pessoas diferentes no enorme palco. Se observar-mos atentamente os olhos de Stephen Hawking o que vimos é um maravilhoso universo de inteligência. E o que dizer do entusiasmo e da alegria que Simone Fragoso nos transmite a todos?

 

 

 

Num mundo quase absolutamente refém, anestesiado, hipnotizado por conceitos rigídos de beleza, um reino de jovens (vítimas de cantos de sereia e fracas compensações), é preciso muita vontade e resistência para não ceder e conseguir, diria mesmo ousar, ver para além do que nos querem vender. São para isso de decisiva importância estes eventos e, sobretudo encará-los numa perspetiva descontraída, livres dos medos castradores, estes sim inibidores do desejo de a eles assistir, com que nos procuram atingir agitando ameaças, mais ou menos veladas, de que "pode acontecer a todos".

 

 NOTA: Em tempos li uma obra muito interessante que explica esta nova(?) maneira de olhar que, na ocasião, e da forma que expliquei, já tinha descoberto, ainda assim ajudando a consolidar ideias, chama-se A Profecia Celestina e é de James Redfield (como o título pode enganar, devo dizer que relata uma aventura no Peru).


direto ao assunto:

"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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