semtelhas @ 10:08

Qui, 02/08/12

Decorridos quase metade dos Jogos Olimpicos algumas reflexões.

 

Durante umas horas foi sensível a grandeza de uma "folha de serviços" que os britânicos foram orgulhosamente desfolhando, e que nenhum país do mundo desdenharia. Se os chineses há quatro anos, no seguimento do que vinha sendo feito, optaram por uma cerimónia de abertura subordinada à grandeza da geometria desenhada com e pelas pessoas, alcançando dentro deste estilo, porventura, a máximo possível, já os ingleses, rompendo com a tradição, escolheram a diversidade, o humanismo representado pelo aparentemente caótico que é a sua existência, mas que, na verdade, tem subjacente uma harmonia aqui magistramente demonstrada. Simplesmente mágico.

 

 

Cada quatro anos é disponibilizado ao mundo o resultado da espécie de barómetro da existência humana, que são os Jogos. Continua a ser, a anos luz de distância, o maior acontecimento planetário sobre todos os pontos de vista. Não obstante a inevitável comercialização omnipresente, e alguma batota, ambas causa e efeito dos tempos que correm, é impressionante assistir à entrega total, à insuperável vontade de vencer que alguns dos melhores de entre nós insistem em demonstrar. Lição de entusiasmo para todos. Enquanto a humanidade for tendo energia e disponibilidade para tanto, bem podemos aceitar-lhe algumas motivações menos nobres, em nome do pragmatismo da evolução.

 

Até ao momento, no que a resultados objetivos diz respeito: a confirmação da China como incontestável potência dominante em ascensão; o curioso desempenho da Índia, que vem confirmar que ter mais população não é o mais importante, mas sim como culturalmente, em todos os sentidos do termo, toda essa gente é condicionada; o relativo apagamento da Rússia, num processo mais acelarado que o chinês, no qual pelo enfraquecimento de um estado centralista, pela emergência de uma sociedade mais livre por um lado, mas por outro ainda pouco evoluída, os interesses das pessoas estão dirigidos para questões mais frívolas, imediatas, materiais; a manutenção dos EU como grande e mais jovem país das liberdades e excessos, pela mão de um sistema politico super agressivo, com tudo o que isso tem de bom e de mau; e a evidência de uma União(?) Europeia que, mesmo não o sendo pulveriza em número de medalhas conquistadas per capita (mesmo não contabilizando qualquer espaço russo), prova da excelência do desenvolvimento das nações que dela fazem parte.

 

Pelo menos de algumas...é que quanto a Portugal pior era dificíl. Parece-me sentir-se uma espécie de derrotismo intrinseco que não deixa conquistar aquele segundo, aquele centímetro ou aquela centelha de energia restante que podem fazer, e fazem toda a diferença. Será que há uma espécie de maldição dos resgatados? Um complexo de inferioridade que condiciona? Cadê os gregos, os irlandeses, os espanhóis?

 

Mas não desesperemos. Costuma dizer-se que os Jogos só começam com o atletismo, e isso é só amanhã. Não sei se para nós portugueses, mas, e se a intempérie o permitir, suspeito que esta última semana pode fazer destas olimpíadas uma das mais memoráveis da história.


direto ao assunto:

"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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