semtelhas @ 13:19

Qua, 27/06/12

Ultimamente tem acontecido com alguma frequência os telejornais abrirem com grupos de pessoas empunhando cartazes que, tal como elas gritam, não te chegam 10.000? vivo com 300, vai-te embora ladrão, és o principal responsável pelo a que isto chegou, etc.,etc.. O alvo é o mais importante representante de Portugal, Cavaco Silva.

 

Num tempo em que toda a ambição parece estar remetida à concorrência entre tudo e todos, segundo os mais iluminados a maneira mais fácil, rápida, de atingir a felicidade, até ou sobretudo, os partidos politícos e quem os domina, está sujeito e vive nessa e dessa espécie de ditadura, tresloucada corrida para a frente que nos há-de conduzir a um precipicío qualquer. Em vagas, os que vão chegando tratam de empurrar os que já estavam à beira do abísmo. Pergunta-se, em quem acreditar? O que realmente move estes homens? É precisa muita coragem, para além do talento, para se aventurarem a pegar no destino de um qualquer país nos tempos que correm, espiríto de missão. Ou devo antes escrever, arrivismo, inconsciência, ambição sem limites? É, obviamente, pelos dois motivos. Quero acreditar que é pela primeira hipótese que a maioria dos politícos optou pela causa pública, apesar de não ser fácil quando todos os dias nos chegam noticías de corrupção que não escolhe profissões, extratos sociais, confissões religiosas, ideais politícos, país, seja o que fôr.

 

A desconfiança é a palavra de ordem. Andámos a enganar-nos uns aos outros há demasiado tempo para que a festa possa continuar. Não porque haja de facto uma tomada de consciência generalizada que conduza à redenção, mas simplesmente porque os mais fortes, como é costume, abusaram, exageraram. Chegaram ao ponto de se autoconvencerem que tinham direito a tudo, afinal fruto das suas brilhantes capacidades, do seu incansável trabalho, e os outros a nada, se não andaram...que andassem. Dos fracos não reza a história. Isto é mesmo assim, quem tem unhas é que toca guitarra. Músicas que vão servindo de justificação e embalo.

 

É aqui que entra o presidente da republica. Só posso entender o disparate que disse a propósito da escassez dos seus rendimentos, por viver longe da realidade, encandeado pelo brilho que o rodeia, um autismo muito comum em quem lidera. E quanto mais alto pior. É muito triste e alarmante assistir aquelas manifestações onde aquele que devia ser o nosso último porto de abrigo é insultado sem piedade. Afinal a quem devemos respeito? A quem estamos entregues?

 

É imprescindível um modelo, alguém acima de qualquer suspeita em quem possámos depositar as nossas esperanças, sempre foi. Esta corrida ao ouro, este saque, quase o fez esquecer. Numa familia, empresa ou país tem que haver alguém consensual, ultima reserva cujo estatuto conquistou pela dignidade, firmeza e também bondade de caráter. Ainda agora assistimos a uma boa parte disto no jubileu de Isabel II. Exemplo e motivo de união nos quatro cantos do mundo, via Commonwealthe (bem estar comum, que belo objetivo a perseguir!). Confiança precisa-se.


direto ao assunto:

"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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