Consultórios, autocarros, bancos de jardim, praia, estes e tantos outros lugares, espaços privilegiados para, com orgulho e vaidade, ostentar os mais elaborados e meticulosos trabalhos de croché.
No lar, frente ao televisor, um cesto agulhas e linhas, doses de paciência, às mãos de meninas e senhoras prendadas que transformavam novelos em objectos de admiração. Esta ocupação, dita de mulheres, foi também muitas vezes a forma de amealhar uns escudos para garantir alguma, mesmo pequenina, independência financeira.
Quase todas as raparigas tinham de passar por esta prova, uma superavam outras não. Superei-a, mas não fiquei fã. Admiro a paciência, desmedida, de quem, se dedica a tal tarefa. Mas hoje o crochet, é abordado de forma muito diferente, passou a outra dimensão.