semtelhas @ 14:41

Sex, 31/07/15

 

Numa análise forçosamente simplista digamos que o eleitorado maioritário de um país sofrerá de uma evolução de o levará de um estado de quase completa crença dos salvadores fruto de muita ignorância, passando para um outro intermédio onde começam a aparecer franjas crescentemente importantes a pôr em dúvida as ideias que lhe são vendidas sob forma de promessas, a finalmente uma situação na qual a maioria pura e simplesmente deixa de acreditar no discurso político não obstante também este ter vindo a refinar-se na arte de mentir ao longo do processo bem como, deve-se reconhecê-lo, ele próprio benefeciar de um incremento na procura do intelectualmente honesto. A esta última fase corresponde, como é óbvio, a circunstância de um forte aumento na abstenção.

 

Este fenómeno é fácilmente verificável nas suas várias vertentes se se pensar nas práticas em países do terceiro mundo, no nosso, de alguns dos nossos vizinhos mais desenvolvidos, e até, já nos antípodas da ignorância, nas sociedades mais esclarecidas, onde se verifica um retorno ao ato cívico do voto por se reconhecer que quem vai governar o fará de forma digna e correta, como acontece em alguns dos países nórdicos.

 

Por cá, às portas de eleições, é confrangedor verificar que ao fim de mais de quarenta anos de liberdade objetiva, se continua a assistir a um discurso partidário, incluindo aqui quem está no poder, que sufoca pela incredulidade de como é possível os que mandam e os que querem vir a mandar, continuarem a desconsiderar tão descaradamente a massa votante. Logo à partida aquele que deveria estar acima de qualquer suspeita dá o mote não demonstrando imparcialidade, o que podendo parecer normal é muito importante porque se perde uma referência que se não objetiva, pelo menos psicológicamente tem a vantagem de passar a sensação de que, nem que seja no limite, a justiça existe. Depois os tristissímos e sempre repetidos exemplos de uma parte afirmar uma coisa, e a outra o seu rigoroso contrário,  o que conduz à inevitável descredibilização. É realmente incrível que precisamente quando deveria imperar o bom senso do equilíbrio, no justo e sincero apresentar de propostas ao eleitorado, é quando se assiste à maior radicalização, para depois no exercicío da governação, durante a qual efetivamente se deveria gerir com determinação ao aplicar o proposto, se entra numa espécie de águas turvas para que possa imperar a mediocridade.

 

Claro que sempre se poderá dizer que é dessa dialética que o povo, sistemáticamente dito sábio..., vai tirar as suas supostas justas conclusões, de forma que dessa fervente caldeirada sempre emergirá a lula certa. Simplesmente para isso era preciso que o tão maltratado eleitorado tivesse a preparação necessária, que manifestamente não tem. Quando como ainda ontem se assiste ao governo falar em 12% de taxa de desemprego e o PS em 25%, o que acontece é uma de duas coisas, ou, como acredito desgraçadamente se passa,  grande parte das pessoas vão votar com espírito bairrista ou, ainda pior, clubísta, não tendo em mente um qualquer projeto de vida, ou então restam as minorias, umas menos minorias que as outras como é o caso dos que nem põe os pés nas assembleias de voto, e os que, entre os quais tristemente me incluo, optam por comparecer por uma razão algures entre uma sensação do cumprimento da obrigação de dever cívico, não se criar o perigoso vazio de poder, e a miserável escolha do mal menor.


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semtelhas @ 13:59

Seg, 27/07/15

 

- Passos: se quem pede empréstimo diz que não resulta, o melhor é não perdermos dinheiro - Referindo-se à Grécia... O mais rafeiro dos merceeiros não diria mais!

 

- E remeteu decisão portuguesa sobre restruturaçãode divida grega para póseleições - Estará convencido que Portugal vai pagar? Nem o mais refinado Pilatos faria melhor!

 

- Rui Rio diz que preferia que não houvessem mais candidatos de direita, e ter o apoio do PSD - E, já agora, não seria melhor não haverem também de esquerda?

 

- Alemanha já vem buscar médicos à saída das universidades portuguesas - Entregam a sua saúde na mão de incompetentes preguiçosos? Pois...

 

- Ricardo Salgado em prisão domiciliária - Parece impossível! Tanto tempo para arrumar as coisinhas e deixa-se apanhar? É bem feito!

 

- Juiz manda tirar pulseira eletrónica a Joaquim Barroca - Um dia antes de prender Salgado em casa...ainda lá dentro porque o quis, Sócrates já faz miséria!

 

- Costa pede para que se deixe Cavaco acabar mandato com dignidade - Seria preciso que o ilustre não a confundisse com presunção e humildade com subserviência.

 

- Governo promete possibilidade de devolução de Imposto de Solidariedade - Segundo parece acham o burro tão asno que seguirá a miragem de uma cenoura raquítica!

 

- FMI ou Berlim, alguém vai ter que ceder - Para bem dos gregos Obama vai obrigar Merkel a aceitar primeiro perdão de divida. Quem se seguirá?

 

- RTP gasta 2.3 milhões em limpezas - Não é que a casa não seja especialista em limpezas...de pessoal. Pelo visto muito mais baratas...

 

- Descoberto a 1400 anosluz um planeta semelhante à Terra - Sabendo-se que a um corresponde viajar a 300000km/s, ainda vai demorar um bocado a confirmar a coisa...

 

- Ministério Público coloca policia 24 horas por dia à porta de Ricardo Salgado - Não ficava mais barato uma pulseirinha? Pois é, há dignidades mais dignas que outras...

 

- Pedro Proença candidato à Liga de Clubes - Um ex, e que árbitro! A isto chama-se tentar minar o sistema por dentro. Se ganhar vai perder muitos amigos...

 

 

 


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semtelhas @ 16:53

Dom, 26/07/15

 

 


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semtelhas @ 12:46

Sab, 25/07/15

 

O somatório de inteligência, pragmatismo e sorte costuma resultar em sucesso. Em quê? A questão é como interpretar esta palavra com tanto de gasta quanto de dúbio em significado.

 

Segundo o filme Mr. Holmes, parece que o infalível Sherlock pouco poderia considerar-se feliz com o seu sucesso após a resolução do seu último caso. Não é que não o tenha efetivamente resolvido, simplesmente os resultados que daí advieram foram tão devastadores para si próprio que resolveu, tanto quanto parece bastante prematuramente, afastar-se definitivamente das pessoas refugiando-se numa longínqua isolada casa de campo.

 

Terá concluído que fazia mais mal que bem às pessoas. Quando, pela primeira vez e já em idade relativamente avançada, finalmente percebeu como o seu frio e inteligente pragmatismo tinha um elevado custo, não só para ele, algo que vinha constatando haviam longos anos de uma solidão cada vez mais dificíl de suportar, na qual agora acresciam as dificuldades próprias que chegam com o avançar da idade, mas também e sobretudo para os outros.

 

Trata-se de uma excelente reflexão sobre o brilho de um suposto sucesso baseado exclusivamente em pressupostos mensuráveis, objetivamente prováveis, isentos portanto de quase ou mesmo toda a emoção, até pela enorme atualidade do tema neste tempo de tecnocracia, materialismo e domínio das aparências. Mas o filme, dada a sua qualidade intríseca a todos os níveis, vai mais longe, obriga a uma autoanálise, a questionar o caminho em função de uma fragilidade que por todos espera. Afinal o que é ser inteligente e bem sucedido?

 

 


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semtelhas @ 10:21

Qui, 23/07/15

 

 


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semtelhas @ 12:13

Ter, 21/07/15

 

Diz Ivan Lins na  magnifíca canção maravilhosamente interpretada por Simone. Infelizmente aqui o caso não envolve qualquer romantismo nem sequer uma centelha de sonho, pelo contrário trata-se de algo absolutamente pragmático, a tentativa da transformação daquilo que é a União Europeia nos Estados Unidos da Europa.

 

Era mais ou menos percetível que isto tinha que acabar assim, ou seja, jamais seria possível dar este passo de uma forma harmoniosa, consensual, é um parto demasiadamente difícil para ser natural. Já toda a gente tinha percebido que a criança, resultante de um casamento, neste caso vários, prematuro, já devia ter vindo ao mundo há muito, que todas estas manobras dilatórias depois de um longo período onde o aborto tantas vezes esteve para ser cometido, união disto, acordos daquilo, e muito particularmente a criação da moeda única, criaram laços, e especialmente nós muito complicados de desatar, pelo que esta espécie de cesariana tinha mesmo que acontecer.

 

Aparentemente chega pela mão da França que assim, numa atitude por um lado inteligente, por outro beneficiando do silêncio cúmplice da Alemanha, na verdade muito mais que isso, a verdadeira eminência parda, num golpe de asa passa de cavalo a cavaleiro, isto é, de parceiro em francas dificuldades economicofinanceiras, a um género de compagnon de route dos germânicos nesta nova era que parece abrir-se aos países europeus e que corresponde a um desejo antigo, e de que maneira!, dos alemães nessa sua incansável demanda de domínio. Claro que a História se encarregará de devolver aos franceses o seu papel de autêntica testa de ferro, o qual, apesar de tudo, é bem melhor do que o habitual, de carne para canhão, nas relações com o poderoso vizinho do norte.

 

Quanto ao resto, e não deixa de ser elucidativo que a este triste adjetivar, o resto, correspondam certamente os restantes países do euro, que não serão com certeza convidados a partilhar o tal governo, com parlamento e tudo, que constituirá os futuros USE, United States of Europe, seguramente compostos pelas referidas Alemanha e França, e mais uns quantos países de altos e louros. De fora ficarão os "preguiçosos do sul", remetidos para uma nova e muito mais exigente lista de bom comportamento, em espera, à semelhança da que fizeram parte para entrar na atual união, ainda que, desta feita, com ambas as partes bem mais atentas, os no papel de gato para não caírem na tentação de açambarcar todo e qualquer rato, e estes bem mais desconfiados nos felinos cantos da sereia. Restará o sempre curioso caso do Reino Unido, que só morderá o isco se tiver a certeza que poderá vir a tornar-se pescador, e os dos países da União que não fazem parte do euro, inevitávelmente atirados para as calendas daquilo que sem qualquer dúvida se vai tornar um tacho bem mais seletivo e dificil de lá meter a mão, dos dinheiros, o que, no fim, verdadeiramente parece contar.

 


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semtelhas @ 10:51

Dom, 19/07/15

 

- Eurogrupo e Grécia chegaram a acordo - Que quem manda é quem tem dinheiro, e que quem não tem obedece. Quem vem a seguir a caminho da fodi...federação?

 

- Ocidente chegou a acordo sobre armas nucleares com o Irão - Israel diz que é perigoso. Pois é, mas só para eles...

 

- Reino Unido recusa participar no terceiro resgate grego - Para estes o nevoeiro que os rodeia continua a isolar o continente!

 

- Ministro rejeita taxa sobre alimentos prejudicias à saúde - É capaz de ser preferível gastar cem vezes mais nos hospitais! Ou a força  dos monstros que os produzem.

 

- PSD leva CDS ao Pontal pela primeira vez - Será que é desta que os de laranja vão oferecer um lugarzito decente ao Portas lá no partido?

 

- Média de matemática teve espantosa subida para doze valores - Fantástico! O que pode fazer um ano de eleições pelo raciocínio abstrato do pessoal!

 

- Advogado do Benfica ficou agradado com lucidez da mãe de Casillas - Que já pediu desculpa ao FCP. Quanto ao ilustre que os deuses lhe guardem a lucidez...

 

- Passos reclama para si o desbloquear das negociações UE/Grécia - Pelo visto desbloqueu uma grande merda! Mas como é nela que parece que temos de navegar...

 

- FMI diz que perdão da dívida grega é inevitável e rondará os 50 biliões - Cuba, Irão, Grécia fora, o sistema de saúde lá dentro, o que será deste mundo sem Obama?

 

- El Chapo fugiu segunda vez de prisão de alta segurança - Alta quê? Aquilo tinha iluminação farta, trilhos, ar condicionado! Só faltou outra faixa de rodagem...

 

- Maxi Pereira assinou pelo FCP - É favor pegar em papel e lápis e começar a anotar os amarelos e os vermelhos que não viu quando era do SLB!

  

- Pingo Doce condenado a pagar meio milhão - Pelo 1º de maio de 2014, Dia do Trabalhador, aquele que "inocentemente" escolheram para o humilhar. Em 2015 já repetiram a gracinha, e em 2016?

 

- Antonio Costa: quando decidirmos não esconderemos o nosso apoio - Aqui está o que Sampaio da Nóvoa não queria ouvir, ainda não decidiram!?

 

- Portugueses gastam mais de mil milhões em jogo só em seis meses - Ou a eterna ilusão de uma vida fácil...

 

- Penhoraram a casa a Sócrates por uma divida de 6 mil euros - Já o presidente do governo regional da Madeira deve 400 mil e foi eleito... isto está bonito, está!

 

- Mãe de Tsipras: Alexis come e dorme mal - Melhor para ele mas muito pior para muitos outros era se, naquelas circunstâncias, comesse bem e dormisse melhor...

 

- Sogrape considerada a melhor empresa produtora de vinhos do planeta - A sede é ali em Avintes, VN de Gaia, já quanto à sede, essa, matam-na por todo o mundo!

 


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semtelhas @ 15:33

Sex, 17/07/15

 

Há já muito tempo que é evidente a Grécia ser uma espécie de "tubo de ensaio" europeu para o futuro da União, aquilo que parece não ter sido devidamente acautelado pelos magos do laboratório, mais parecem aprendizes de feiticeiro, é que o dito podia explodir-lhes nas mãos e provocar estragos a toda a volta e em todos. 

 

Durante várias décadas foi-se vivendo um idílio onde o chamado eixo franco-alemão, ainda antes e depois da queda do muro de Berlim, funcionou como uma espécie de tias ricas, muito bem formadas, plenas de boas intenções, que tinham como principal objetivo abrigar sob as suas formosas e potentes asas, os parentes mais pobres da família. A ideia, diziam, não era dar-lhes uma boa mesada e deixá-los levar boa vida, nada disso, faziam questão de ensinar a pescar e não dar o peixe. Acontece porém que uma das tias, a dado momento, teve que meter dentro de portas um parente havia muito dali afastado, e então a outra, para aceitar colaborar nas despesas inerentes e a acrescer ao cumprimento do sonho de erradicar a pobreza de toda a família, fê-la prometer abdicar de certos luxos a favor do almejado bem comum. Ou seja, aquando da reunificação da Alemanha esta teve que desistir da sua moeda, o marco indigena, por troca pelo euro de todos. Durante os primeiros tempos, enquanto toda aquela gente ainda estava imbuída da melhor das boas vontades, na verdade muito mais fruto do receio do não conhecimento comum do que por outra coisa qualquer, ainda a coisa foi funcionando com alguma harmonia, simplesmente o tempo não pára. As titis morreram e vieram os seus sucessores, muito mais pragmáticos e sobretudo completamente isentos de qualquer réstia do sonho que movia as saudosas tias, nascido dos horrores a que aquelas tinham assistido e sentido na pele, mas antes beneficiários de uma existência rodeada de sucesso consubstânciado pelo conforto e pelo poder. Entretanto os parentes pobres e os seus descendentes, que inicialmente pareciam bem encaminhados e a gastar adequadamente o dinheiro tão magnânimamente cedido, desataram a fazer asneiras, a ceder aos seus verdadeiros impulsos, acusaram os primos ricos, e a estourar a massa em tudo menos naquilo que era suposto. Foi ao longo deste processo que os herdeiros das duas primordiais tias ricas começaram a ter as primeiras desavenças, especialmente na forma como, e mesmo se, deveriam continuar a ajudar, ou não, os pobretanas e preguiçosos gastadores, e então, os desde sempre mais ricos deles, ultrapassada a tal fase periclitante de sustentar o parente que quiseram recuperar lá para casa, começaram a perceber o erro que fora abandonar a sua maior força, a sua antiga moeda, o marco. E agora? Só tinham uma solução, transformar o euro nisso mesmo.

 

Desde então, mais, ou menos evidentemente, o que tem acontecido é a França tentar suster como pode o avanço avassalador da Alemanha no domínio da moeda única europeia, mas acontece que o apetite germânico é insaciável e os franceses, que até já provaram duas vezes da receita com os resultados que se conhecem, parece finalmente terem percebido serem não comensais mas, também eles, o próprio jantar! A Grécia já marchou, muitos outros, como Portugal, esperam a tremer espetados no garfo, outros ainda deixar-se-ão deglutir com todo o gosto, está-lhes, ou talvez melhor dizendo, são do mesmo sangue. Sobram os do costume, a incauta França, é que o tal eixo acabou-se, o famigerado Reino Unido que, também como é habitual, deixou ficar um pé de fora porque o teve sempre atrás, e claro, os restantes interessados, num mundo global sempre mais e mais pequeno. Haja esperança, mas como tão bem o comprova o discurso do sô Shaubel, como diz o cromo do Marcelo, não parece que a Alemanha vá parar enquanto não lhe forem todos comer à mão. A Grécia sabe-lhes a pouco...

 

 


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semtelhas @ 14:47

Ter, 14/07/15

 

Os novos e os velhos, os inocentes e os sábios, é especialmente deles que se enchem as praias durante os dias úteis nas primeiras semanas de bom tempo. As crianças são às centenas e manifestam-se como nelas é próprio, plenas de energia, truculentas, barulhentas, gritam vida e alegria por todos os poros. Quando param é possível ler-lhes nos olhos o espanto da sucessão de descobertas no que as rodeia, e as altas expectativas de em tudo aquilo virem a participar o mais ativa e rápidamente possível. Observam atentamente e com uma capacidade de gravação da qual sequer suspeitam, o que lhes parece ser o mais apetecível que os adultos exibem, a escolha depende da sua circunstância, meio ambiente e pessoas que as rodeiam, sejam comportamentos, roupas, haveres, aparências. Há contudo um grupo também por ali presente com o qual não perdem muito tempo, o dos mais velhos, porque naquele já não depositam muitas esperanças nem encontram grandes motivos de admiração. É que normalmente permanecem quietos, com expressões mais ou menos vazias nos rostos, corpos quebrados, decadentes, usando vestuário sem qualquer atrativo. Na verdade, tudo aquilo, o frenético desfile dos "adultos", que são as razões para o espanto de uns, os mais novos, é-o para o desencanto de outros, os velhos, exceto exatamente aquelas criaturas que as ignoram, as crianças, onde se reconhecem na memória e, sobretudo, por via de quem recuperam uma réstia do remoto sentimento de esperança e entusiasmo, um breve vislumbre num escasso instante, logo perdido face a uma realidade demasiado evidente.

 

Pelo meio, entre as crianças e os velhos, unidos quase exclusivamente pela fragilidade, a turba, a esmagadora maioria, os que fazem "andar a roda", origem e destino da maior parte daquilo que convencionou chamar-se de vida ativa, onde estão alicerçados boa parte dos fundamentos da existência tal qual a conhecemos. Tudo feito em volta de um conjunto de interesses sob os quais prevalece a sobrevivência e o medo, e sobre os quais paira o poder e o sonho. Fazem-se anunciar das mais diversas formas, desde as posturas, um vasto leque, nascidas do berço, da educação, dos genes, passando pela exibição do status via todo o género de ornamentações, até ao mais, ou menos, informal contacto, onde reside a verdadeira possibilidade de descodificação do individuo. 

 

Estranho mistério este, onde o habitual tocar dos extremos também na vida parece querer explicar através de uma espécie de fechar do ciclo, o encontro entre a magia da ilusão, e a dura realidade do irrevogável, entre os quais é percorrido um caminho feito da lenta  e dolorosa constatação, e da absoluta impossibilidade de transmissão de algo que tem de ser vivido de facto, sentido na pele e na mente, realidade indispensável para que se cumpra a nossa condição de seres insaciáveis na demanda da diferença. Como se houvesse uma força invisível que impede os velhos de revelarem aos novos a "segredo" da existência, como se esta não resistisse a essa revelação, quase como se a génese de tudo estivesse exatamente aí, nessa cegueira obstinada, que permite que os mesmos equívocos sejam permanente e repetidamente cometidos, e em nome dos quais é construída a evolução. Uma espécie de primordial crescimento, pela dor, onde o lugar da dúvida sincera, essência da humildade, tem de ser conquistado à custa de sangue, suor e lágrimas de todos e cada um, e ao longo de muito, muito tempo, por vezes, a maior parte delas?, toda uma vida não chega. 

 


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semtelhas @ 13:40

Dom, 12/07/15

 

- Portugal é o país da União com maior taxa de emigração - E continua a crescer! Deve ser a nossa natureza aventureira...

 

- Passos afirma que vai fazer guerra sem quartel contra desigualdades - Há quatro anos fez tudo ao contrário do que prometeu em campanha...

 

- Um quinto dos trabalhadores em Portugal é precário - Como só trabalha um terço...é só fazer as contas.

 

- Portugal recuou vinte anos relativamente ao nível de vida - Quando as vacas estavam todas gordas, cheias de...ar!

 

- Departamento que investiga Sócrates ganha três elementos - Não há-de demorar muito aquilo vai parecer um  enorme exército quixotesco a lutar contra moínhos de vento!

 

- Casillas no FC do Porto - Espera-se que venha cheio de vontade de demonstrar aos adeptos do Real que as últimas épocas foram culpa deles...

 

- Papa bebe chá de coca, Dalai Lama canta rock e padres gritam palavrões - É aproveitar esta saudável loucura enquanto ninguém resolve "pôr ordem nisto"!

 

- Cheerleaders aquecem intervalos em Espinho - E com que energia o fazem as criaturas! Deve ser por causa da nortada...

 

- Evo Morales ofereceu escultura de foice e martelo com Cristo crucificado - Efeitos de por aqueles lados a coca ser a religião do povo?

 

- Famílias vão menos a supermercados e mais a restaurantes - Com a verdade nos enganam! Trocaram foi a refeição completa pela sande e uma garrafinha de água...

 

- Tsipras: aceitamos austeridade para evitar expulsão política - Será? Ou terá sido a mãozinha de Obama por detrás de Lagarde quem realmente decidiu?

 

- Rui Vitoria: Vieira é um vendedor fantástico - Vamos ver, agora que perdeu o principal animador lá do departamento comercial e o contratou a ele...

 

- Russia impede que massacre de Srebrenica seja considerado genocídio - O terrível pragmatismo do "contar as espingardas", ou o mais forte traço da natureza humana.

 

- Mãe de Casillas arrasa FCP - Já se sabia que a inteligência é um dos trunfos do grande guarda-redes, agora percebe-se que sai ao pai...

 

- Adiado primeiro julgamento de pedófilo no Vaticano - Parece que o bispo em causa ficou súbitamente doente! Patrão fora...  

 

 


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semtelhas @ 11:47

Qui, 09/07/15

 

 


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semtelhas @ 12:09

Seg, 06/07/15

 

Imagine-se uma família da classe média baixa, a viver exclusivamente dos rendimentos do trabalho relativamente precário, contratos a prazo, com dois ou três dependentes, mas ainda assim a beneficiar de uma fase de aparente desafogo, o dinheiro apesar de tudo dá para práticamente todas as despesas, e face a um ambiente generalizado de fartura, o país passa uma fase de rara prosperidade, podem até dar-se ao luxo de se endividarem em nome de um conforto presente por todo o lado, empurrados por um cada vez mais pressionante apelo ao consumo, que subrepticiamente faz funcionar e sobrevive da implementação de sentimentos pouco nobres como a inveja e uma concorrência cega, desenfreada. Não é por isso de admirar, é mesmo compreensível, como não?, naquelas circunstâncias que não aproveita só pode ser burro e passa a ser olhado como pobre miserável, mesquinho, fraco de espírito, que esta família recorra ao banco para obter empréstimos para casa, carro, mobílias, férias...e, de repente, se sinta a viver uma espécie de sonho realizado, tão fácil!, desfilando orgulhosamente e tantas vezes arrogantemente perante a família e a vizinhança exibindo todo um novo brilho, ao qual amiudadamente puxa o lustro, alardeando ter isto e mais aquilo, ter ido aqui e ali, e sabe-se lá que mais.

 

Agora imagine-se que, súbitamente, vá lá saber-se porquê!, lá no fábrica começam a escassear as encomendas, pelo menos é o que o patrão diz, quando não vai muito, um ano ou dois, oferecia lautos cabazes na pomposa festa de Natal; que no hiper a encarregada está cada vez mais exigente e implicativa, algo até há bem pouco tempo impensável em alguém desde sempre tão intratável, inclusivamente já se fala que, desta vez e ao contrário do que tem sido feito desde sempre, quando o contrato atinge três anos é-se despedida mas passados três meses recontratada, não haverão renovações para ninguém, ou só para algumas. Começa tudo a correr mal e bastam meia dúzia de meses para que as únicas pessoas que trabalhavam naquela casa se vejam no desemprego, ele com um indemnização correspondente a um décimo do que lhe era devido depois de meses a trabalhar sem receber, era isso ou nada, ela por azar ainda com poucos meses após a última renovação, pelo que se ele, apesar de tudo, tem direito a um subsídio de desemprego razoável, o dela não passa de tostões. O dinheiro não chega sequer para pagar o essencial quanto mais os vários empréstimos a pagar ao banco que estão longe, muito longe, de atingirem o seu termino.

 

E agora? O que fazer? De quem é a culpa? Será exclusivamente de quem irrefletida e irresponsávelmente resolveu empenhar o seu e o futuro dos seus? E como qualificar a atitude de quem aceitou tudo, literalmente, todas as mentiras de falsos rendimentos, fragilíssimas probabilidades de serem seguros, que inclusivamente fomentou ensinando a mentir, a forjar vigarices, para simplesmente sacar juros extremamente apetecíveis, assobiando para o lado quando alguém ousava mencionar o futuro, ou mesmo não tendo quaisquer escrúpulos em vender "amanhãs que cantavam"? O certo é que salvo algumas, poucas, exceções, quem realmente está a "pagar as favas" é o incauto desgraçado que caiu na ratoeira e depois ainda é sugado até ao tutano. Os bancos e quem lhes abriu caminho, esses, sofrem ligeiros abalos que ultrapassam mais ou menos fácilmente dado possuirem enormes "almofadas" que atempadamente providenciaram.

 

Finalmente substitua-se essa família por um país, afinal o somatório dessas mesmas famílias, os seus componentes por habitantes, a situação financeira de mediana das pessoas por pobre a da nação, face ao clube de que faz parte, e todo o diabólico processo de enriquecimento, via aproveitamento de todo o tipo de fragilidades da esmagadora maioria dos consumidores, pela criação de uma comunidade económica comum. Mesmo acreditando que os objetivos desta tenham sido nobres, bem intencionados, era suposto aproximar níveis de vida entre os vários países, em nome disso foram destruídas infraestruturas de produção, hábitos de sobrevivência por vezes seculares!, foi dito então que tudo era feito em nome da rentabilidade, cada um faria aquilo para que era melhor ou estava mais qualificado. O que a realidade mostra decorrido mais de um quarto de século, é que o que faz de principal "banco" da União, a Alemanha, é exportar mais de 50% do que produz, e sobretudo para onde?, para os seus parceiros da dita união, ou seja enriquece cada vez mais à custa do empobrecimento dos seus pares. Tal qual o nosso banco ao fundo da rua à nossa custa. Como as pessoas também as nações caem em ratoeiras. Quem emprestou biliões, fechando os olhos às mais incríveis mentiras e elaboradas ficções, a países evidentemente sem estruturas para jamais os pagarem, antes empenhando o futuro de muitas das gerações vindouras, para sem qualquer vergonha e todo o calculismo construirem situações financeiras pura e simplesmente pornográficas se comparadas com a do vizinho do lado? Acontece porém, num caso como no outro, que um dia não será possível tirar mais de onde já não há nada, seja gente sejam países. E depois? Talvez ontem, com a inimaginável coragem do povo grego, não obstante o que se diz ainda com muito a perder, tenha começado a ser dada uma resposta para esta pergunta.

 

 


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semtelhas @ 13:20

Dom, 05/07/15

 

- Sub21 portugueses voltam a falhar nos penaltis - Acontece muito falhar a quem é bom na retórica e mau nas decisões...ou a arte de ser português!

 

- Governo grego convoca população para referendo - Faz lembrar aqueles profissionais do bluff do póquer que no fim até jogam o carro e a casa, mulher incluída!

 

- Octávio e Manuel Fernandes no Sporting - Com Bruno Carvalho e Jesus? Quando aquilo der para o torto vai ser bonito de ver!

 

- Cuba descobre como impedir transmissão de virus de mãe para filho - É aproveitar enquanto eles não estão todos ocupados  a encherem-se de Big Mac's...

 

- O jornal A Bola ilustra a noticía que detidos vão ser ouvidos com foto de Antero Henrique - Que saudades do tempo em que era um jornal sério e a sério!

 

- Foram entregues os prémios Deloitte que exaltam a qualidade e a transparência - Os dois ultimos premiados foram Zeinal Bava e Ricardo Espírito Santo...não será melhor os que ganharam agora pôrem-se já ao fresco? A palhaçada continua!

 

- Bruno Carvalho deu entrevista a Judite de Sousa - Cinismo, frieza, inteligência. Ainda longe de PC mas já a milhas de LFV. O artista aprende depressa. A concorrência que se cuide!

 

- Jesus mostra-se apaixonado e frágil na apresentação no Sporting - Já subiu tudo o que tinha a subir no SLB, onde nem mesmo com colinhos e mantos aquilo foram pinars!

 

- Pacheco Pereira voltou a falar aos camaradas - O bom filho a casa torna, ou a irreprimivel tentação de cavalgar as (que se adivinham) ondas dominantes?

 

- Na Grécia o não aumenta à medida que a idade diminui - Entre a dúvida se será saudável irreverência ou perigosa irresponsabilidade uma certeza, o futuro é dos jovens!

 

- Paula Lobo Antunes, o meu pai ainda hoje diz, você dava uma médica tão boa - Aquele você dá vontade de responder: enfim, médica não é...

 

- Shabani, o gorila que parte corações - Postura dengosa, olhinhos mansos, (promessa) de muita carne ao dependuro. Junte-se-lhe alguma esperteza e estão por todo o lado!

 

- Vazio legislativo assegura manutenção de Marinho e Pinto no parlamento europeu - Afinal a enorme capacidade profissional deste artista sempre serve para alguma coisa...

 

- Uber suspende serviços em França - Ontem, hoje e amanhã, sempre o nosso destino, a demonstração da maior razão da força que da força da razão. Isto só vai lá à paulada!

 

- Primeiro ministro austríaco afirma que será fácil administrar o euro sem a Grécia - A estes foge-lhes sempre o coração para a serpente de que são o ovo.

 

- Partido socialista hesita na escolha do candidato presidêncial - Afinal havia outro! Se até Cunhal engoliu um sapo em nome do bom senso...

 

- Antonio Costa afirma que a sorte de Portugal é haver o PS entre a direita e a extrema esquerda - De facto em tempos de escolhas entre sim e não é uma benção ter um partido nim...

 

- Blatter ataca expresidentes francês e alemão - Este já dispara para todos os lados...ou a ilusão de que apontar para cima resulta em escapar a ficar por baixo...

 


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semtelhas @ 11:21

Qui, 02/07/15

 

 


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