semtelhas @ 12:20

Ter, 30/09/14

 

A primeira vez que fui a Paris em trabalho, 1983 ou 84, ao serviço de uma empresa têxtil para participar com stand próprio numa das mais importantes feiras de moda daquela cidade, tive oportunidade de ir ao Lido, um dos principais cabarets daquela cidade situado nos Campos Elíseos. Fomos comprar os bilhetes para o espetáculo da noite durante a tarde e, por mero acaso, enquanto estávamos a aguardar na longa fila para a bilheteira, saíram de uma porta até aí invisível porque cuidadosamente camuflada, em fila e ligeiras, umas quantas mulheres imponentes, pela sua altura, porte, beleza, mas sobretudo postura, onde sobressaía um indisfarçável ar de superioridade perante aquele imenso conjunto de pigmeus com ar assustado dos quais, desgraçadamente, eu fazia parte. A sensação que me invadiu colou-se-me à pele até...ontem. Na ocasião senti-me francamente intimidado por aquela visão do género feminino como eu não tinha nunca sequer imaginado. É que uma coisa é vê-las na televisão, no cinema ou em papel, outra é ser surpreendido por uma espécie de seres do outro mundo, autênticas bonecas, lindíssimas, verdadeiros monumentos na sua escultura perfeita e, ainda por cima, como que olhando através de nós, ignorando-nos como se fôssemos transparentes.

 

Ontem, mais de trinta anos depois portanto, vi um programa precisamente a propósito do Lido, e no qual era explicado detalhadamente todo o funcionamento do cabaret. Mais uma vez, como tantas outras mas muito mais dolorosas, constatei que quando conhecemos seja o que fôr a fundo, quando ficámos de facto a perceber a sua mecânica, o sentimento que passamos a nutrir pela questão em causa transforma-se em algo muito mais concreto onde, na maior parte dos casos, o medo não tem lugar. Sendo que, como é óbvio, hoje já não me assusto, como aos vinte e poucos anos, no contacto com qualquer ser humano, por muito sofisticado que seja, a verdade é que a descodificação daquela infernal máquina de fazer dinheiro, na qual as bailarinas, recrutadas por todo o mundo, têm que ter sempre, no mínimo 1.75m, (lá está...), o vislumbre pela sua vida particular, apesar de manterem aquela indiferença que só agora percebi servir para espantar assédios, bem como ter podido acompanhar os bastidores durante um espetáculo, como que me fez cair do céu aos trambolhões.

 

Ao longo daquela noite mágica nos longínquos anos oitenta, tudo aquilo remetia para o sonho. Quando imediatamente após nos sentar-mos à mesa para uma refeição divinal, à base da refinadíssima cozinha francesa, começou a ser atirado um fumo que cheirava agradávelmente bem, de seguida serem ligadas uns feixes de luzes verdes muito intensos, hoje sei que eram laisers, uns metros acima das nossas cabeças, para depois, milagrosamente, aparecerem a nadar ligeiramente abaixo dessa linha de luz, todo o tipo de peixes, todos super coloridos, sugerindo a luz a fronteira entre água a ar, estavámos submersos, portanto, sensação logo a seguir reforçada pelo incrível aparecimento de um barco, um bote, real, a boiar tranquilamente à tona e pleno de maravilhosas sereias, entrámos, entrei, numa outra dimensão. Naquele momento terei pensado, de olhar sonhador como o outro, já nem era preciso mais nada...Mas quando uma multidão de beldades semi-nuas desataram a deslizar ali meia dúzia de metros à minha frente, percebi que estava a viver um momento para a eternidade. Ontem, quando as vi durante os intervalos atrás das cortinas, desesperadas, desconjuntadas, algumas a vociferar impropérios mudos que se adivinhavam na urgência e desamparo das suas aflitas expressões, senti-as, senti-me, como a Cinderela que, após o último toque da meia-noite volta à sua triste condição de Gata Borralheira.


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semtelhas @ 14:40

Dom, 28/09/14

 

À ideia de que à mulher de César não chega ser séria, também tem que o parecer, está ligado um conceito de respeito pelas aparências, por aquilo que estas têm de importante numa figura tão relevante como a companheira de um imperador, no sentido de que também ela devem funcionar como bom exemplo, logo estar acima de qualquer dúvida quanto à nobreza do seu caráter. Infelizmente, e também fatalmente, porque como em tudo o resto há também o outro lado, a outra interpretação possível e, provávelmente, aquela que mais de acordo está com a atitude, no seu sentido metafóricamente mais lato, da larga maioria das mulheres dos césares desta vida, o da subserviência e medo e, se se quiser levar a metáfora ainda mais longe abrangendo a sociedade em geral, do lacaiísmo e da inveja.

 

É sabido o peso histórico que uma atitude passiva, morna, tantas vezes compensada por uma espécie de vivência mafiosa, disfarçada pela forma quase doce por tão dissimulada como é praticada, tem em Portugal. Consubstânciada pela sornice songa de constantemente se estar ao lado de quem, naquele momento, está por cima, não hesitando em servir da máscara de ferro ou homem de mão, como se diz, a todo aquele com poder para comprar quem aceita ser comprado. Hoje, como ontem, desde sempre e se calhar no futuro, é só olhar para o lado no escritório ou na oficina, para o vizinho ou familiar, para imediatamente o constatar. Problema endémico e verdadeiro causador de todos os atrasos de inumeros países que, como o nosso, sofrem dessa espécie de doença aparentemente incurável.

 

Os principais inimigos deste estado das coisas são todos aqueles que, remando contra a maré, tentam contrariar com o seu próprio exemplo, este tipo de postura perante a vida. Salvo algumas honrosas exceções, rápidamente são atacados por todos os lados, remetidos a um isolamento, temerosos e envergonhados, olhados de lado, duas hipóteses lhes resta, ou alinhar na paz podre da mediocridade, caminho seguido pela larga maioria, ou serem para sempre ostracizados por todos. É do conhecimento geral o crescente numero de pessoas que desde há imenso tempo, sentindo a opressão deste status quo, conhecedoras das suas capacidades, abandonam o país para no exterior darem largas aos seus talentos, por lá acarinhados e admirados enquanto, por cá, numa triste confirmação da epidémica inveja, palavra com que Camões, concerteza não inocentemente, termina os Lusíadas, são olimpica e serôdiamente ignorados.

 

Algumas instituições tentam revoltar-se recorrendo a tudo para sobreviver, o quanto possível digna e livremente, no meio desta autêntica camisa de forças. Por vezes utilizando as mesmas armas que se no poder reinante são legítimas ou ardilosamente escondidas, quando o são por elas logo se tornam ilegais servindo para a tentativa de as sufocar por todos os meios, e são quase todos, ao alcance de quem domina a situação. Um desses casos é o FC do Porto que, durante décadas, contra tudo e contra todos, lutou enérgicamente e tornou-se um clube mundialmente conhecido e admirado enquanto, por cá, continua a ser sistemáticamente perseguido. Como sempre, os árbitros, supostos juízes acima de qualquer suspeita, estão ao serviço de quem distribui o bodo aos pobres, neste caso de espírito. Imbuídos de um falso sentido de justiça, armam-se em mulheres de César para tentarem demonstrar ser sérios quando, na verdade, só logram parecê-lo afastando-se de um suposto malfeitor, artificial e meticulosamente fabricado pelo poder instalado ao longo dos anos para, pelo medo, tentar manter a posição dominante. Como de costume não vai chegar ser o melhor, vai ser preciso ser muito melhor e, quem sabe, até algo mais. Depois que não se queixem, ou, por falar em César, em Roma sê romano!

 


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semtelhas @ 12:57

Sex, 26/09/14

 

Acredito que quando se chega ao dealbar de velhice se tem básicamente dois caminhos por que optar, ou alinhar na comum amargura, mescla de autopiedade e experiência, avançando penosamente até ao fim, ou fazer um uso positivo de tudo o que se aprendeu ao longo dos anos, e tornar o último troço da estrada da vida uma manifestação prática de sábia aceitação do fim de algo que de não se conhece continuidade. Os mais recentes filmes de Woody Allen indicam uma crescente tendência para a última escolha, funcionando quase como uma espécie de redenção, própria e aconselhada.

 

Magia ao Luar é uma pequena obra-prima. Pequena só porque assume para si mesma a importância da humildade da dúvida, ao contrário das arrogantes e falsamente grandiloquentes certezas. Desde um texto a raiar a perfeição, quer do ponto de vista do conteúdo quer da sua construção literária; dito por um naipe de atores, nomeadamente o protagonista no qual Allen se projeta, de uma forma corretíssima, para além das interpretações intocáveis; dotado de um guarda roupa e de cenários absolutamente excepcionais. Tudo fruto de um cuidado inultrapassável exigido por um realizador que cada ano que passa mais refina a absoluta excelência do seu cinema, tornando cada obra cada vez mais um objeto de puro prazer.

 

O mais comevedor, não obstante o altíssimo nível de tudo o resto, é pressentir desde há dois ou três filmes a este parte, mas neste muito em particular, a tranquila luta interior deste autêntico génio, no seu percurso desde um racionalismo aparentemente irredutível, paradigma do anticristo nietzscheziano, até ao aflorar de uma consciência, tão magnificamente retratada na preciosidade que é este filme, de que a vida só vale a pena e é minimamente suportável, enquanto sentida como algo de positivo, se imbuída de uma boa dose de espaço dado à ilusão, ao sonho, ou à crença. Notável o que a dura realidade e a passagem do tempo podem fazer a uma tão inteligente e criativa mente!

 


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semtelhas @ 15:00

Qua, 24/09/14

 

Como de costume caminhando sobre o passadiço reparo em várias peças de roupa lá adiante, numa cota uns quantos metros mais abaixo, num improvisado campo de futebol para jogadores de fim de semana mas com balizas a sério, penduradas na trave superior de uma destas a bailar suavemente ao vento ligeiro e quente que faz apesar de pouco passar da dez da manhã. A aproximar-se com mais algumas nas mãos, uma mulher que me parece bastante nova a avaliar pela firmeza do belo corpo que exibe generosamente dado só usar um biquini preto diminuto. É bastante alta, percebo-o pela facilidade com que chega áquela considerável altura. Junto áquilo que julgo uma manta estendida no chão perto de uns arbustos uma outra mulher, menos jovem, mexe em algo lá pousado. Estão a secar a roupa, penso enquanto procuro com os olhos uma tenda que acredito possa estar por ali algures. Estou nisto quando vejo um vulto entre os tais arbustos a movimentar-se, sorrateiramente, na direção da segunda mulher. Tal como elas parece não reparar em mim quando, já a correr, leva qualquer coisa, uma mochila?, de cima da manta, e dirige-se para um outro aglomerado de arbustos uns cem metros mais longe, e relativamente perto do local onde o passadiço me levava. A mulher começa a chamar a jovem com uma voz esganiçada, confusa, virando a cabeça em todos os sentidos procurando o larápio mas perdendo-lhe o rasto. Depressa desistem sentando-se ambas certamente amaldiçoando o ladrão, e talvez satisfeitas por as perdas não serem assim tão importantes. Aumento o ritmo da minha marcha tentando simultâneamente fazer-me notar o menos possível a quem, provávelmente, permanecesse no local onde vira o vulto esconder-se. Demoro menos de cinco minutos a lá chegar, e o que vejo entre os ramos carregados de folhas verdes é um rapazito aí de uns catorze anos com uma bela máquina fotográfica na mão, daquelas tipo reflex mas concerteza já com as ultimas novidades tecnológicas, a avaliar pelas dificuldades que me parece o rapaz estar a enfrentar ao tentar descobrir o seu funcionamento. Estava tão concentrado na sua tarefa que quando me viu encontrava-me em cima dele. Rápido como um gato esgueirou-se sem que eu conseguisse sequer tocar-lhe mas, na sua atrapalhação, deixou ficar a máquina para trás.

 

Quando cheguei junto das mulheres estas ainda permaneciam no mesmo sítio, sentadas e a conversar num idioma que não entendi. Mantive-me parado a dois/três metros perante aquele quadro onde a beleza e a sensualidade se misturavam com uma espécie de sensação de fragilidade, como pano de fundo naquele cenário verde, que lhe conferia uma feminilidade arrasadora e perturbante. A mais nova era realmente uma rapariga, talvez com uns dezoito anos, belíssima em todos os aspetos, e que demonstrava algum desalento, parecia até ter choramingado. Estava nos braços da mais velha, mas pouco mais, igualmente lindíssima e que a confortava. Logo me apercebi que o tipo de carinho era bastante intímo face á forma como se olhavam e tocavam. Em silêncio entreguei-lhes a máquina o que me valeu um sorriso deslumbrante da rapariga enquanto estendia o braço, fazendo elevar-se ligeiramente os magníficos seios dos quais resisti tirar os olhos para mergulhar no azul claríssimo dos dela. Da outra, que rápidamente se apercebeu como me tinham hipnotizado, mereci um you are our hero, uma afirmação feita com um sorriso malandro nos lábios incrívelmente convidativos, e num inglês que de imediato detetei claramente melhor que o meu. Foi nesse enferrujado pseudoinglês que lhes contei como havia recuperado a máquina que, de facto, e só agora o confirmava, se tratava de um aparelho sofisticado, até porque, disseram-me, um dos objetivos da viagem era mesmo fotografar, nomeadamente plantas e insetos mais ou menos raros pelas bandas delas, a Holanda como me informaram, mas comuns por cá. A rapariga queria seguir botânica. Entretanto chegaram de bicicleta mais duas autênticas beldades, uma delas loura como as outras e uma morena deslumbrante, igualmente escultural ainda que de curvas mais acentuadas como nelas é habitual, ás quais explicaram naquela lingua em que parece estarem sempre a entalar-se, extremamente gutural e completamente incompreensível, para além da minha presença ali, os seus planos, e naturalmente puseram-se todas de acordo em convidar-me para almoçar. Porque foi exatamente isso que fizeram antes de ficarem aqueles quatro pares de olhos, três azuis e um castanho, todos de uma expressividade e beleza impressionantes, absolutamente especados em mim debaixo de um silêncio ensurdecedor. Aceitei.

 

Como se me tivessem esquecido meteram-se a caminho entre os arbustos na direção da estrada que passa adiante. Seguias obediente e calado até uma enorme caravana, magnífica, onde reparei em mais duas bicicletas presas numa grade na parte superior. Durante o pequeno percurso houve tempo para as minhas primeiras duas conhecidas trocarem um demorado beijo na boca, mesmo em andamento, naquilo que me pareceu uma espécie de enterrar definitivo, do momento negro que havia sido o breve desaparecimento da máquina fotográfica. Teria sido impressão minha ou a mais velha delas tinha-me lançado um relance, no curtíssimo intervalo do tempo em que deixou de estar com os olhos fechados permanecendo a sua boca colada à da companheira? Não tive oportunidade para refletir muito neste meu dilema porque começaram imediatamente a preparar uma refeição leve, nada de cozinhados, mas muito diversificada, com vários queijos, fiambres, mariscos, pães e bolhachas, compotas e outros doces, um vinho branco gelado e outro tinto, ambos de qualidade média/baixa, indiquei-lhes outras marcas, pelo que bebi cerveja. Ainda antes a tal que me havia dispensado um olhar eventualmente convidativo mostrou-me a casa delas, enorme e inacreditávelmente completa. Durante a refeição explicaram-me serem todas de Amesterdão e arredores, duas ainda a estudar e as outras a trabalhar num gabinete de arquitetura, sendo que só uma delas, a mais nova, pretendia seguir outra atividade, idealmente ligada à botânica. Este ano tinham escolhido Portugal para as suas, com esta, terceiras férias nestes moldes e as mesmas quatro amigas, mais ou menos dois casais, foi rigorosamente assim que se definiram. A escolha do Porto em particular não foi inocente, mas graças ao reconhecimento internacional que a Escola de Arquitetura da cidade, escola no sentido mais amplo do termo, tem lá por fora, e também motivadas por alguns edificíos que por cá queriam conhecer. À medida que a garrafas íam esvaziando foi crescendo e adensando-se pelo interior daquele espaço estranhamente fresco, atendendo à alta temperatura exterior, uma carga de sensualidade, de apetites sexuais, à qual era impossível tornar-me indiferente. Súbitamente as duas últimas que havia conhecido retiraram-se para um dos quartos, havia um outro, e depressa começamos a  escutar os inconfundíveis sons do amor. Pressentindo-me algo, para não dizer muito, alterado, Ruth, assim se chamava a minha loura preferida, com a sua jovem companheira ao lado fitando-me de uma maneira a um tempo doce e atrevida, disse-me, queremos dar-te uma prenda. Como gostas de fotografar (já lho havia confessado antes), e porque já tinhamos falado entre nós as quatro que haveríamos de arranjar alguém que nos fotografasse juntas, em poses livres (aqui lançou um sorriso irónico que me deixou ligeira e agradávelmente apreensivo), concordámos fazê-lo hoje e seres tu o fotógrafo. Queres? E, sem aguardarem a resposta que já conheciam, desapareceram metendo-se dentro do outro quarto. Na expectativa, preparado tudo, esperava excitadíssimo e eis que me surgem, práticamente as quatro ao mesmo tempo, pela frente. Duas em bikini, reduzidíssimos, e outras duas também mas com umas túnicas muito finas e coloridas por cima, três delas maquiadas, menos a mais nova que apresentava o rosto limpo. Queremos que nos fotografes na praia, sentenciou Ruth. A partir daquele momento, e durante perto de três horas, como que entrei numa outra dimensão. A maré estava vaza pelo que consegui algumas fotos muito boas de entre as muitas que lhes tirei. Numa espécie de transe, enquanto elas se íam revezando à frente daquele olho voyeurista que glosei como nunca, sózinhas, duas a duas ou as quatro, ora umas ora outras só de bikini, sempre extremamente sensuais, algumas vezes até em posições arrojadas e atitudes eróticas, fui aperfeiçoando o estilo de forma que, a dado momento, quase me sentia um profissional a trabalhar com umas quantas modelos/divas. Por fim, todos considerávelmente cansados, Ruth encarou-me e declarou solene, pronto, agora vamos escolher algumas, passar para uma pen drive, e levas de recordação para casa. Agradeci com um ar onde deve ter transparecido algum desencanto, tendo em conta o que me pareceu uma leve expressão zombeteira no rosto das restantes. Depois de mais uns copos, não saí sem que todas elas manifestassem calorosamente, muito especialmente Ruth, o seu apreço por mim. E lá fui, com um sentimento misto de felicidade e frustração, o preço a pagar por uma mente imaginativa..., a matutar na vida mas nada arrependido de, quase sem esforço, aquela máquina fotográfica milagrosamente me ter caído nas mãos. 

 


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semtelhas @ 12:36

Seg, 22/09/14

 

- Deputado ucraniano atirado para dentro de um contentor de lixo - Se a moda pega por cá os visados vão logo a correr legislar a criação de um contentor fofinho, porque quanto ao resto...

 

- Portugueses gastam 450 milhões em smartphones - Se alguém é realmente esperto nesta desgraça são mesmo os phones...

 

- No que era para ser um vôo Madrid/Porto da Ryanair obrigaram os passageiros a sair do avião para o utilizarem noutra rota - Para quem é bacalhau basta! De certeza que vai ser nesta rota que vão experimentar as viagens de pé e a penar!

 

- Luís Filipe Meneses e Passos Coelho debaixo de suspeitas por corrupção - Pouco mais de uma semana depois de Vara e Cª e dias após Maria de Lurdes Rodrigues. Nada como a comadre PS zangar-se com a comadre PSD para os processos saírem do anonimato e do pó das prateleiras.

 

- Mourinho diz que não lê classicos mas evita agredir a gramática - Talvez lhe fizesse bem ler alguns para ver se aprendia a agredir menos as pessoas.

 

- Depois da ministra da justiça é o da educação a pedir desculpa - Porque é que será que mesmo assim todos ficámos com a sensação da (des)culpa morrer solteira?

 

- Filiais de empresas alemãs são as que dão mais lucro em Portugal - Raio de germânicos que até de longe conseguem pôr os incorrígiveis preguiçosos portugueses a trabalhar e, pasme-se, a dar lucro! Porque será?

 

- Baixos preços levam laboratórios a suspender fabrico de genéricos - Que começam a faltar nos hospitais...E que tal se toda a máquina a juzante não alinhasse nesta pouca vergonha? Era bom era!

 

- Ronaldo vai abrir onze lojas no golfo pérsico - Abrir lojas, marcar golos, despedir treinadores...é sempre a abrir!

 

- Suspeita-se que a Turquia esteja a armar o dito estado islâmico - E agora? O Obama também vai atacar estes? Se calhar é melhor não! É só dar uma espreitadela à História.

 

- Janela Indiscreta, o único programa sobre cinema da televisão em canal aberto mudou de horário - Passou de 5ªfeira à noite, depois das estreias, portanto, para 4ªfeira ao meio-dia, ou seja, para um horário em que ninguém o está a ver. Será estupidez ou falta de jeito? É falta de respeito.

 

- City Bank perde em tribunal - Argentina não tem que pagar juros aos credores e ameaça nacionalizar filial do banco em Buenos Aires.  Finalmente uma luz ao fundo do túnel para os cordeiros deste mundo face a esta cambada de predadores com vozes de sereia?

 

- Na PSP 10% são sindicalistas - Depois de andarem décadas a dar porrada naqueles e afins, eis que se converteram, e em força! Não há fome que não dê fartura!

 

- Paulo Bento afirma que foi demitido - A única afirmação direta que fez num discurso de indiretas. Como foi possível ter este fofoqueiro de risca ao meio como selecionador durante tanto tempo?

 

- Stephen Hawking afirma que não há Deus nenhum, que a ciência explicará todo o universo - Como é que ele sabe? Como? Quando? E que conceção é essa de todo!? Uns encontram paz na dúvida, outros na procura, mas em todos é uma questão de fé, ainda que não necessáriamente religiosa, logo toda a afirmação taxativa é rídicula.

 




semtelhas @ 13:35

Dom, 21/09/14

 


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semtelhas @ 12:28

Sex, 19/09/14

 

Reparei nela há dois ou três anos, sempre com a mãe, ocasionalmente também com o pai e, curiosamente, apesar ou talvez por isso mesmo, de se parecer com uma boneca, uma autêntica Barbie, não lhe noto diferenças com o passar do tempo, nem sequer consigo determinar a idade que tem, algures entre os 16 e os 26?

 

Magra qb, com a altura certa, tem um rosto aparentemente de pele imaculada, invariávelmente supermaquiado, e mesmo postura, será o seu ídolo? tipo Audrey Hepburn, extremamente fino, olhos negros grandes, rasgados e dotados de umas enormíssimas pestanas, encimados por fortes, mas bem domadas, sobrancelhas igualmente negras, um nariz a raiar a perfeição, os lábios cheios mas não demasiado e, quando se ri, o que faz com frequência cativando com um ar algo coquete mas onde se adivinha determinação, mostra uma corretíssima fileira de dentes muito brancos. O cabelo é bastante comprido, na maior parte das vezes usa-o solto e já lho notei preto ou, como agora, mais acastanhado com suaves nuances mais claras nas pontas.

 

Nunca a vi com outra indumentária que não sejam calças que julgo serem de licra, bem justas a evidenciar umas pernas longas,  bem torneadas, quase sempre com motivos tipo pele de tigre ou leopardo mas também simplesmente pretas. Sobre o tronco, tem os seios pequenos, mais ou menos leve conforme o tempo que faz, usa uma peça de roupa a condizer com as calças, isto é igualmente vistosa. Nas mãos muito magras e pálidas que tornam os dedos ainda mais finos e compridos e que terminam em aparatosas unhas pintadas de vermelho vivo, brilham vários aneis qual deles o mais exótico e, nos pés, calça sempre elegantes botins de tacões altíssimos, de forma que é possível vislumbrar uma nesguinha de perna nua até onde começam as calças.

 

Espécie de versão renovada da omnipresente mãe como fácimente se comprova ao primeiro relance tal é o mimetismo, a qual, óbviamente, se faz continuar na filha com tudo o que isso arrasta atrás mas que agora não é para aqui chamado. Tal como a progenitora anda muito direita mas dengosa, pelo que quando ambas chegam não há cabeça que não siga, hipnotizada, a triunfal entrada. O olhar em frente ignora toda a gente oferecendo-se à adoração que sentem na pele, e lá vão elas sentar-se nos seus lugares meia dúzia de filas acima do que ocupo. O pai, nas raras vezes que vem, ostenta uma atitude semelhante, no sentido de ignorar os outros mortais, mas, em tudo o resto, muito mais descontraído no seu estilo elegante que transpira bem-estar. Um trio que, apesar de tudo, suscita uma certa sensação de mistério em toda aquela sensualidade.

 

Últimamente, já é para aí a terceira vez consecutiva, resolveram fazer umas sessões fotográficas, bem à minha frente, aí a uns dois metros. Ela encostada a uma pequena estrutura metálica situada a seguir à entrada e sobranceira às filas de cadeiras, tendo por fundo as bonitas bancadas e o magnífico relvado do Dragão, e o pai, de máquina em punho, toca a fotografar, enquanto a mãe, sentada lá em cima, supervisiona. Mais para a direita, para a esquerda, de lado de frente, de trás, enfim...um sufoco! No rosto, ainda mais sedutor porque parcialmente encoberto por uma madeixa de cabelo, aquele sorriso misto de desafio e sobranceria, e mesmo, mais raramente, uma pequena gargalhada contida. Não faço a mais pequena ideia para que é aquilo tudo, que ela, aliás, inspeciona atentamente durante os intervalos da sessão. Num desses momentos, ontem, não obstante já nos cruzarmos ali há anos, pela primeira vez, tive direito a um olhar bem de frente, até um tanto demorado, com aquele sorriso que parece iluminar tudo à volta, onde penso ter descoberto uma ligeira mistura, só para mim, de ironia. Porquê? Terá sido por eu, tendo perdido por completo quaisquer resquício de pudor, pura e simplesmente me ter esticado descontraídamente na cadeira para melhor usufruir daquele verdadeiro espetáculo para deuses, imaginando como aquela criatura, se quisesse, me escravizaria para o resto da vida?

 


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semtelhas @ 12:08

Qua, 17/09/14

 

Li um destes dias, algures, alguns sociólogos a concordarem, cada um abordando a questão por um ângulo diferente, que o suposto aumento de socialização via internet é, em muitos sentidos, uma falácia. Explicavam desde logo que socializar implica numa troca de ideias franca e aberta e todos concluiram que tal não é possível, ou no mínimo é muito díficil sem um face a face, à volta de uma mesa, que o facto das pessoas não estarem à frente umas das outras, ou de pura e simplesmente não se conhecerem, torna a mensagem permissiva no sentido da resposta fácil, sem esforço da tentativa conciliatória, de compreender o outro e, por outro lado, um tanto em contradição com esta ideia, estando as pessoas numa rede social à vista de todos, sentem-se inibidas, e até receosas, de manifestarem as suas opiniões mais sinceras. 

 

Outra aspeto desta verdadeira mina de ouro para alguns que é pôr quase todos a, supostamente, falarem uns com os outros, sim porque na verdade trata-se muito mais de cada um falar para se ouvir a si próprio ou, sem qualquer respeito pela opinião alheia, atirar com a sua, é o do anonimato e de como é utilizado pela esmagadora maioria desses internautas, para insultar, ameaçar, etc., etc.. Se quando é o caso de sítios públicos muitos deles já optaram por esconderem os comentários deixando ao critério de cada um a eles aceder ou não, é certo que também os há que os mantiveram abertos o que diz muito da natureza desses pasquins, já nas páginas pessoais o risco de se levar com tudo e mais alguma coisa em cima é total.

 

Ora acontece que, neste como em quase todos os outros casos do género, o risco é diretamente proporcional à exposição e, muito mais importante, à forma como essa exposição é expressa. Se está mais ou menos provado como, afinal de contas, pelas redes sociais aquilo que se faz é tudo menos socializar, pelo menos de uma maneira saudável, imagine-se o que é quando, após se publicar um autoretrato detalhado e tendo a profissão de ter que ajuízar o desempenho de outrém, pública e notóriamente, ainda por cima implicando sentimentos tão irracionais como os que a paixão suscita, logo furiosamente escrutinado, se cai no erro, independentemente de o ter feito, ou não, propositadamente. Como é óbvio, nessas circunstâncias, não se pode ser melhor alvo para os mais ferozes ataques.

 

Poder-se-á portanto pôr a questão, e põe-se, da bondade deste sistema, do tipo de legitimidade que alguns, sob o manto da anonímia ou não, têm de exprimirem opiniões de caráter violento ou insultuoso, mesmo que pensem lhes assista alguma razão no sentido de eles próprios ou alguém, ou alguma coisa a eles ligada, terem sido objetiva e comprovadamente prejudicados. Diria que, primeiro, competirá a todos e a qualquer um, agir de acordo com o maior respeito que os outros lhes devem merecer e, uma vez cumprido esse pressuposto essencial, se a pessoa, ou entidade em causa ainda se sente no direito de se queixar é para isso que existem, infelizmente pouco eficazes mas é o que temos, os tribunais. Quanto aos anónimos mal intencionados devem ter o que merecem, a indiferença. Tudo o resto passa pela inalianável liberdade das pessoas se exporem ou não até porque, como diz o povo, quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

 

 


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semtelhas @ 12:36

Seg, 15/09/14

 

- Marinho e Pinto vai apresentar novo partido - Toca a  cavalgar a onda! É aproveitar a maré, porque não tarda nada este artista vai morrer na praia.

 

- Se a Escócia ficar independente o banco daquela região do Reino Unido muda-se para Inglaterra - Entretanto milhares de escoceses estão a depositar dinheiro precisamente seguindo o mesmo sentido. Isto é que é confiança! Ainda é preciso referendo?

 

- Escolha de líder para PS divide família Soares - Como parece estar toda a família PS. Em qualquer dos casos como aquilo que os une é incomparávelmente mais do que aquilo que os separa, como o comprova a enorme adesão às primárias, aí está, ainda disfarçado, o desespero da concorrência...

 

- Paulo Bento recebe um milhão para abandonar a seleção - Pronto, já ficamos todos a saber quanto lucrou com a esperteza saloia de obrigar a federação a assinar contrato imediatamente antes do mundial! E ainda vai sair como um coitadinho...

 

- Militares israelitas assinam carta a rejeitar abusos contra palestinianos - Das duas uma, ou venderam-se à superpotência Palestina, ou sofrem todos de doença mental incurável...

 

- Facebook rejeitou fotografia de bébé doente em busca de donativos por a considerar demasiado gráfica - Já faltou mais do que o que falta para cair a máscara das boas intenções de que o inferno destes está cheio!

 

- Obama disse que não hesitaria em atacar a Síria para destruir o dito Estado Islâmico - Parece que boa parte dos seus componentes são provenientes de países ocidentais, particularmente dos próprios EUA. Também os vai atacar?

 

- Angelina Jolie e Brad Pitt negociaram condições do divórcio antes do casamento - Oxalá mantenham a coisa secreta, caso contrário não vão faltar filhos a tentarem  meter areia naquela engrenagem...

 

- Portugueses são os estrangeiros que mais investem em casas em Paris - Até que enfim que sabemos para onde vai o dinheiro...

 

- Taxas Euribor caem para mínimos históricos - Não há quase dia nenhum que não surja esta notícia escarrapachada por todo o lado! Novidade mesmo era se começassem a devolver algum do que andam a sacar há anos!

 

- Steve Jobs, à semelhança de outros CEO da mesma área, tinha regras rígidas para os filhos utilizarem computadores - Deve ser pelas mesmas razões que os bancos correm muito a anticipar pagamentos de empréstimos contraídos. É que ambos conhecem bem os respetivos venenos...

 

- Equipa técnica acompanha Paulo Bento no abandono da seleção - Então e os essenciais, como os chorudos salários mensais comprovam, Humberto Coelho e João Pinto? Agora percebe-se porque Vitor Baía não quis alinhar naquela charada! 

 

- Passos Coelho anunciou que 5,8 milhões de pessoas estâo isentas de taxas moderadoras, um aumento de 1,2 milhões - E fê-lo orgulhosamente! Ter-se á esquecido o que isso representa em termos de empobrecimento da população ou a ideia é mesmo essa?

 

- Mal anulados golo ao Setúbal que dava empate, e ao FC do Porto que dava vitória - O Jesus está sempre a dizer que interessa é como acaba, mas que dá muito jeito o terreno ir sendo aplanado desde o princípio, lá isso dá!

 


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semtelhas @ 14:09

Sab, 13/09/14

 


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semtelhas @ 13:08

Sex, 12/09/14

 

Sentado na sala de espera do veterinário ouço uma psicóloga dos EUA que, após os acontecimentos de 11/9/2001, acompanhou as vítimas. Dizia, entre lágrimas, que ainda se comove lembrando-se do sofrimento de quem tinha perdido alguém, mas sentia sobretudo a falta do espírito de solidariedade que por aqueles dias todos contagiou, criando um ambiente mágico de esperança no futuro apesar do cheiro nauseabundo e do fumo que impedia a pessoas de ver e respirar. Olho em volta e vejo umas quantas pessoas nas quais era possível notar consideráveis diferenças, sociais e outras, ali manifestadas por sinais exteriores ou pela forma como se exprimiam, mas rigorosamente todas irmanadas no comum sofrimento que as tinha juntado. Desde logo sinceramente agradecidas pela simpatia e afeto dispensados ao seu animal de estimação, retribuiam com igual ou reforçado empenho, criando assim um ambiente de tranquila convivência, mesmo que algo ruidosa dada a natureza de alguns dos bichos, rápidamente diluindo qualquer hipotético sinal de de superioridade, ou inferioridade, fosse de quem fosse.

 

Não obstante a óbvia enorme diferença entre a gravidade do que vejo pela televisão e o processo em que participo ativamente ali e naquele momento, dou comigo a pensar como o medo comum sempre juntou, e há-de juntar as pessoas à volta de um mesmo objetivo, deixando para trás mais mesquinhos interesses e disfarçando, desgraçadamente só por algum tempo, sentimentos tão nefastos que inevitávelmente estiveram por detrás de muitas das circunstâncias que levaram a essa mesma espécie de tomada de consciência. Outros medos existem igualmente necessários mas por razões mais objetivas, como o do piloto automóveis de alta velocidade, indispensável para que se mantenha concentrado e não se despiste, comum a todos os que desempenham funções arriscadas como o do soldado que entre a vegetação, de arma em punho, vigia o inimigo.

 

Outros, bem diferentes, são os medos mais ou menos subreptíciamente utilizados para exercer domínio sobre os outros. É impressionante o nível de sofisticação que se está a atingir neste aspeto em particular. Se qualquer um se der ao trabalho de desmontar, com total honestidade intelectual, boa parte das ações que o fazem mover durante um dia da sua existência, e excluindo os tais medos bons, depara-se com a constatação das mesmas terem sido fruto de um qualquer temor, desde o mais simples ao mais complexo, não chegar a horas, que esteja calor, ou frio, de não agradar, de não conseguir, de ser agressivo, ou permissivo, de perder, do olhar das pessoas, das pessoas não olharem, das dores, de ter um acidente, de estar trânsito, de chover, de não estar à altura, do outro estar ou ser melhor ou ter mais, de morrer.... É precisamente explorando todo este universo de medos que, rigorosamente todos, ainda que em escalas imensamente diversas, são manietados, explorados, numa palavra, utilizados. Talvez por isso alguém muito sábio dizia que, provávelmente, o estado mais próximo da inatíngivel felicidade absoluta seja a ausência de medos. 

 


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semtelhas @ 12:07

Qua, 10/09/14

 

- Durão Barroso divulgou parte da conversa com Putin - Agora o russo ameaça revelá-la na totalidade. Não seria melhor o Durão continuar molezinho até ao fim?

 

- Nos últimos anos em Portugal os salários dos gestores de topo subiram e os dos trabalhadores desceram - A receita do costume para a manutenção de um país em constante competição para ver quem faz menos.

 

- Bruno Carvalho diz que de facto não admira Pinto da Costa - Exceto quando o tenta copiar a papel químico, sem qualquer sucesso porque lhe falta o essencial, inteligência.

 

- Antigo admnistrador não executivo do BES arrasa excolegas da admnistração - Dizendo que ele próprio não passava de acessório de casa de banho de senhora. Não pode ser papel higiénico? É que dá para todos os WC e é utilizado para limpar o que este ilustre demonstra ser.

 

- Armando Vara diz estar em choque com a condenação que lhe foi aplicada - Em choque estou eu! Ele devia era estar em pânico. Ou será que não?

 

- Ronaldo afirma que quer voltar a Old Trafford - Já todos descodificamos de onde lhe vêm estes anualmente súbitos desejos...

 

- Paulo Portas diz que prefere crescer a estagnar - E de que maneira! A gente até já tinha percebido que para o conseguir ele faz de tudo!

 

- Paulo Bento disse que ver milhares de lenços brancos, e ouvir uma assobiadela monumental é natural - Para um tão ufano pão-pão, queijo-queijo, e que o era até à grunhisse, este está a ficar sofisticadíssimo! Pena que no futebol jogado a conversa de chacha raramente dê vitórias.

 

- Cavaco descarta responsabilidades no caso BES - E, já agora, em todos os outros. Não é político, mas é políticamente tendencioso, nunca lê jornais e raramente se engana, exceto quando é para comprar ações. Mais de trinta anos a salazarar Portugal!

 

- Escutas das conversas entre Vara a Sócrates vão ser destruídas - Estas que se descobriram agora. As restantes ficam a aguardar novelas jornalísticas e posterior decisão judicial.

 

- Assange convidado para festival de cinema do Estoril - Não haveria maneira de pior mau gosto para fazer publicidade de borla?

 

- Ex de Holland lança livro em que acusa o presidente francês - À beira dos "dentes podres dos pobres" desta Carolina, os bufos do Pinto da Costa até cheiram a rosas...

 

- Lagarde afirmou que a Espanha é o único país onde há progressão graças à austeridade - Portas apressou-se a corrigi-la. Faltou foi esclarecer se quanto à veracidade da progressão, à bondade da austeridade, ou à melhor máquina propagandística espanhola. Ciumeiras!

 

- Nos últimos três anos aumentaram os chumbos e os abandonos escolares - O que não tem que dizer necessáriamente que há mais exigência, mas seguramente que cada vez há mais iliteracia e jovens nem nem. Já a poupança com a educação vai de vento em popa...

 

- Foi atríbuido o pelouro da investigação a Carlos Moedas - Aí está um cargo pleno de possibilidades na tomada de decisões importantes no seio da União, segurem-se... vem aí Carlos Tostões!

 

- Primeiro debate Costa/Seguro foi inconclusivo - Não houve costa nem (porto) seguro. Veremos nas próximas marés...

 

- Bruno Carvalho quer levar Godinho Lopes a tribunal - Ditador sem caça às bruxas não é ditador nem é nada! Ou procura de bodes expiatórios para eventual evasão apressada? Cada vez cheira mais a vigarista!

 


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semtelhas @ 11:59

Ter, 09/09/14

 


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semtelhas @ 12:35

Seg, 08/09/14

 

A gente ouve o Cavaco sistemáticamente, desde há décadas, a negar responsabilidades em tudo e mais alguma coisa se estas derem para o torto, como agora no caso BES, a afastar-se da imagem de político, quando não tem feito outra coisa, afrontar descaradamente todos aqueles que não são da sua área ideológica, seja em questões políticopartidárias, economicofinanceiras, ou, bem demonstrativo do seu caráter, culturais. Contribuiu decisivamente, mais do que qualquer outro, naquilo que é a triste manutenção do país entre os piores da União Europeia, queixa-se vergonhosamente da sua situação economicofinanceira pessoal, quando a maioria da população se sacrifica como nunca depois do 25 de Abril. Enfim tem sido tudo menos uma pessoa de postura e princípios equilibrados enquanto dita, e suposta, principal figura do estado.

 

Pouco depois de Anibal calhou-nos em sorte outro personagem, Paulo Portas, finalmente a admitir que quer crescer a qualquer preço, que mais não tem feito que o propiciar da manutenção de uma espécie de não fazer nem sair de cima, possibilitando a existência de sucessivos governos marcados sobretudo por práticas de curtoprazo, políticas de ameaça apregoadas de salvação nacional, que, fruto da criação de uma circunstância  de aparente esforço nacional conjunto, não passam de paninhos quentes que muito têm contríbuido para o aprofundamento das desigualdades da sociedade, porque sábia e astuciosamente aproveitadas nesse sentido. Ninguém como PP tem demonstrado tanta capacidade para passear no arame da notariedade política nacional. Sempre à beira do abismo, nunca lhe faltou a arte e o engenho para defender o interesses de quem verdadeiramente representa, recorrendo sem quaisquer escrúpulos à ingenuidade e ignorância de um eleitorado mais idoso e menos urbano, onde mandam a lavoura e as feiras do Paulinho.

 

Independentemente, e apesar, destas duas tristes figuras ás quais a nossa democracia tanto deve o seu endémico estado de fragilidade, o país avançou e, não obstante ainda longe das médias europeias também muito pelas nossas idiossincrasias enquanto povo, qualquer semelhança entre o que é viver hoje em Portugal e o era há quarenta anos atrás é pura coincidência. Infelizmente subsistem algumas bolsas de resistência a esta notável evolução, para além, evidentemente, da política. É o caso do mundo do futebol quando da sua área pública se trata. Enquanto alguns clubes, muito em particular o Porto, mas também o Benfica, têm acompanhado, e daí terem colhido os respetivos frutos, a autêntica revolução que, para bem e para o mal, abalou aquele desporto, as entidades públicas a ele ligadas continuam dependentes das vedetas que vão surgindo enquanto, recorrentemente, escolhem para as liderar não gente competente e profissional, mas quem tenha perfil para continuar a subreptíciamente alimentar os tachos e tachinhos do costume. E lá voltámos à escola do Cavaco e do Paulinho. Quando desistirá esta gente de nos salazarar?

 


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semtelhas @ 11:38

Sab, 06/09/14

 

Há uma série de comportamentos digamos, marginais, que habitualmente são caracterizados como problemas, ou doenças, do foro psicológico, que desde há muitas décadas têm vindo a ser estudados, e objetos de conclusões não raramente completamente diferentes ao longo do tempo, e à medida que novas especificidades nelas vão sendo descobertas. A questão da obsessão-compulsiva é um deles e já vi o abordado das mais diversas maneiras, oferecendo várias saídas para o minimizar, mas nunca havia sido confrontado com uma abordagem simultâneamente tão leve e profunda quanto Kingsley Amis o faz no seu livro, O Homem Verde.

 

Quando este problema surge, o que é relativamente comum, aliado à hipocondria então estamos perante uma pessoa cuja vivência se pode tornar num verdadeiro inferno, tal é o extremo nível de vigilância que exerce sobre sí própria, corpo e mente, uma espécie de camisa de forças que jamais larga quem sofre desta doença. Aparentemente a única fuga possível a uma obsessiva e supersensivel atentividade sobre os mais singelos sintomas fisícos, logo interpretados como sinais de grave enfermidade, e consequente crescer de um complexo labirinto mental onde rápidamente o paciente se perde, é recorrer a drogas ou ao álcool o que, a prazo, se vem a verificar trágico.

 

Muitas vezes a defesa ao tormento passa também por uma definição meticulosa de uma rotina, constituída por uma série de tarefas que se repetem religiosamente, como de algo absolutamente essencial se tratasse, o que acaba por transmitir uma certa tranquilidade e segurança, mas que pode resultar numa situação de grande desiquilíbrio, caso algum dos passos não se cumpra rigorosamente segundo o préestabelecido. Noutros casos, quando o caráter da pessoa é mais expansivo, menos virado para a organização, amante do contacto social, então a solução passa mais por uma vivência quase caótica, se vista de fora, como forma exclusiva de escapar à fatal tentação de não sair de si durante o tempo todo.

 

É por aqui que a obra de Amis vai, acredito que fosse essa a natureza do autor, extrovertido, e com o desconcertante bom humor que é a sua principal marca, recorrendo a uma fantástica metáfora de um fantasma como móvel para a obsessão que o persegue, num relato carregado de sensualidade e erotismo, e sobretudo muito inteligente, num agradável estilo de prosa sem nunca utilizar os hoje tão vulgares facilitismos na tentativa de agradar depressa, mas antes obrigando o leitor a um permanente estado de alerta, porque indispensável para decifrar uma escrita fluente e apelativa mas sem nunca abdicar de profundidade. Aconselhável a hipocondríacos, uma lição de como viver descontraídamente, sem se levar muito a sério, pode ser francamente libertador.

 

 


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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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