semtelhas @ 14:25

Dom, 29/06/14

 

- Paulo Bento afirmou que entre a parede e a espada sempre escolherá a espada - A não ser que a parede seja aquela por trás da secretária lá no gabinete nas instalações da federação.

 

- Médicos a trabalhar à mesma hora em vários locais vão ser investigados - Então não é uma pregorrativa dos deuses serem omnipresentes? Perguntarão os ilustres.

 

- Patrão chinês da CaixaSeguros investe em Hollywood - Ou como de repente conservadores e velhinhos aforradores são convertidos à força em tresloucados yuppies.

 

- Paulo Bento disse que queria uma seleção de homens - Como se os trata como primasdonas intocáveis nas mãos das quais irrevogávelmente se colocou?

 

- Cristiano Ronaldo garante que nunca acreditou que Portugal podia ser campeão do mundo - Não precisava dizê-lo, o pessoal já tinha reparado durante os jogos...

 

- Antonio Costa foi insultado por apoiantes de Seguro em Ermesinde - Se fôr como outros socialistas vai ser de agressão em agressão até à vitória final!

 

- Israel não quer que Estados Unidos apoiem Irão contra ofensiva terrorista no Iraque - Já só falta a União Soviética... quer dizer a Rússia apoiar os iraquianos para isto parecer um dejá vu! Sai um Saddam Hussein!

 

- Imagem do Emplastro torna-se viral na internet - Também já cansava de tanto Mourinho e Ronaldo sempre que se falava em Portugal. Enfim um bocadinho do país real!

 

- A primeira treinadora profissional de equipa masculina demitiu-se - Afinal parece que queriam a moça mas quem ía treinar eram eles! É de homem!

 

- Isaltino Morais foi posto em liberdade - Logo agora que o homem ía começar a ajudar o capelão Vale de Azevedo no desempenho da sacra tarefa de trabalhar no perdão do irmão Carlos Cruz. Tudo bons rapazes!

 

- Manifesto de defesa a Seguro ataca Costa porque defende governo Sócrates - Movimento de defesa de Seguro ou de apoio a Passos e Cª?

 

- Depois do cigarro chegou o charro eletrónico - Desconfio que neste caso não é por a erva fazer mal aos pulmões...

 

- Luís Suarez mordeu Chiellini - É a terceira vez! Isto já só lá vai de açaime!

 

- PSD Madeira pede extinção do Tribunal Constitucional - Bem pode o PSD nacional disfarçar, mas os insulares só seguiram a voz do dono!

 

- Bancos já devolveram 40% do dinheiro emprestado pelo Estado - É que não querem morrer do veneno que diáriamente injetam em milhões de pessoas.

 

- Dono do Pingo Doce ameaça mudar-se para Genebra - O que é que a leva a crer a este senhor que faz cá alguma falta?

 

- Paulo Bento já avisou os dirigentes da federação que não se demite - Para os que se esfalfavam a procurar cá está uma coisa em que o ilustre não é burro!

 

- Homem que encenou o enforcamento da bandeira portuguesa foi condenado - O retrato de um país em que até metafóricamente é morno com tudo menos nas condenações e a fazer leis, em vez de se enforcarem os juízes enforcam-se os símbolos, e depois é-se condenado...pelos juízes!

 

- Alberto João Jardim gastou meio milhão em estudo para provar que não é despesista - Nem precisava! Enquanto os cubanos continuarem a pagar o despesista não é ele!

 

- Belmiro de Azevedo afirmou que salários dos portugueses só podem aumentar quando subir a sua produtividade - O que jamais vai acontecer enquanto aqueles forem vistos exclusivamente como meio para patrões como ele criarem impérios de riqueza, à custa da manutenção da subserviência e ignorância de carne para canhão como são tratados.

 

- Papa Francisco diz que comunistas roubaram à igreja católica a bandeira dos pobres - Pois... a gente percebe. São pequeninos, mas são muitos!

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 14:42

Sab, 28/06/14

 

Costuma dizer-se, junta-te aos bons serás melhor, junta-te aos maus serás pior, o que, como em todas as generalizações pode levar a alguns erros. É que também se diz, o homem é a sua circunstância, o que se aparentemente parece confirmar a primeira máxima, por outro lado pode querer dizer que nem sempre seguir o nosso heroi resulta, depende de muitas outras coisas.

 

É mais ou menos óbvio que Paulo Bento tem em Scolari o seu heroi e, até certo ponto, mentor. É todo um estilo mais ou menos grunho, que elege a união do grupo acima de quase tudo e a qualquer preço. Muitas vezes o inimigo é encontrado na conveniente exclusão do dito grupo de alguém que sendo indubitávelmente craque, não o é o suficiente para que a sua ausência provoque uma revolução, precisamente pelas razões que mais interessam a quem decide, neste caso ao selecionador, ou seja muito talento mas também alguma arrogância e muita beligerância. Scolari utilizou Romário como espécie de cola unificadora contra o vedetismo em 2002 com o Brasil, e Vitor Baía em 2004 com Portugal. Curiosamente Paulo Bento tentou fazer o mesmo este ano com aquele que foi um dos minino de Scolari, Quaresma. Depois é o tentar implementar uma postura guerreira de nós contra todos.

 

Ora acontece que entre o Brasil e Portugal, para o bem e para o mal, em termos futebolísticos como em quase todo o resto, há, literal e metafóricamente, um enorme oceano a separar-nos. Recorrendo agora a um exercício académico Brasil vs Portugal, quando chega a hora da verdade são onze contra onze seguindo as mesmas regras, no entanto por trás de cada seleção há realidades completamente distintas, sobre todos os pontos de vista. O brasileiro tem uma enorme oferta de jogadores que lhe permite fazer uma gestão claramente mais fácil que o português. Um, ao longo dos dois anos que dura a fase classificação para as fases finais tem uma tal quantidade de jogadores por onde escolher, que os eleitos se sentem agradecidos por o terem sido e demonstram-no em campo. Com o outro acontece quase o oposto, ele é que tem que estar agradecido aos jogadores por estes se disponibilizarem para a seleção, tal é a escassez de verdadeiros craques.

 

Neste cenário que sentido faz eleger como principal arma o espiríto de grupo, quando aquilo que se tem é um conjunto de primas donas milionárias e crescentemente pressionadas pelos patrões que lhes pagam as mansões, carrões e as vistosas namoradas e penteados para exibirem na praça? Haverá sempre a saída através de um supercraque, devidamente operacional à data do evento, que mande naquilo, Eusébio ou Ronaldo, ou ter uma superequipa por trás, FC Porto 2004, para duplicar na seleção, caso contrário o líder tem que ser o selecionador. Para um país como o Brasil basta um sargento congregador de vontades e minimamente disciplinador, o resto a infindável mão-de-obra faz, mas para Portugal, à falta das tais condições fatalmente especiais, é indispensável alguém competente em toda a linha. Ou a federação abre os cordões à bolsa e vai buscar um estrangeiro ou então vamos ter muito que esperar pelo Mourinho.

 

Manter o esforçado Paulo Bento, atendendo às circunstâncias uma espécie de contrafação de feira de Scolari, a patéticamente juntar duas dúzias de convencidos novosricaços, ainda por cima todos partidos, e sobretudo convencidos que insubstituíveis, deve pôr um sorriso de carinho paternal naquela cara de bébé do sargentão, mas a pergunta que lhe paira na alma deve ser, e o burro sou eu?

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:01

Sex, 27/06/14

 

Quando entramos com aquele homem naquele automóvel topo de gama, conduzindo de meias grossas nos pés após tirar as pesadas botas carregadas de betão nas solas, o mesmo que se adivinha brevemente por todo o lado, naquela noite já cerrada mas profusamente iluminada por potentes projetores sobre os alicerces de mais um monstro, tal qual esta sociedade que nos oprime, prontos a receber as toneladas que brotarão das tripas de centenas de botoneiras, estamos longe de saber o que nos vai acontecer. Ao longo de duas horas que virarão a sua vida do avesso a conduzir numa autoestrada plena de tantos outros como ele, aquele homem fará desta viagem a metáfora de toda uma vida de concentração total, quase exclusivamente focada em não ser para os filhos o que para ele fora o seu pai, que fugindo ao seu nascimento fê-lo sentir-se como um bastardo durante muitos anos, para só aparecer quando não devia. O último ato(?) de uma existência na incansável procura da perfeição, expiação da culpa que lhe foi inculcada à nascença, óbvio caminho para a criação de todo o género de dependências nas pessoas que o rodeiam, mais por um dívida de gratidão que por amor autêntico, impossível amar quem não se ama a si próprio, e fatalmente sujeita a uma falha que finalmente o obrigará a sair desse limbo e, via redentor paraíso ou destruidor inferno, para o bem ou para o mal, libertando-se e libertando os mais próximos, exceto os filhos que, tal como ele, carregarão a ferida pelo pai aberta para o resto das suas vidas.

 

O filme Locke, que decorre em tempo real, o que desde logo lhe confere uma verosimilhança impressionante, mas sobretudo servido por uma narrativa quase isenta de adjetivos, enxuta, e ainda assim poderosa o que diz muito sobre a intensidade deste argumento. Duas horas que passam a correr, sempre no fio da navalha, à beira do abismo físico, o risco de conduzir em piloto automático, e mental porque sujeito às piores pressões psicológicas das quais toda a vida fugira, agora a desabarem sobre ele todas ao mesmo tempo. Um assumido tudo ou nada de quem profundamente saturado, mais, ou menos, inconscientemente procura desesperadamente uma fuga. O mesmo grito de apelo à vida que o seu pai não quis ouvir negando-lhe assim uma existência equilibrada, chama agora por ele. Qual a sua escolha? Que destino cumprirá?

 

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 10:50

Qui, 26/06/14

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 13:43

Qua, 25/06/14

 

Nada há que se compare ao Campeonato do Mundo de Futebol se se quer assistir a uma das mais brilhantes facetas da humanidade, a sua capacidade de coexistir pacífica e alegremente independentemente de raças, credos, idade, ou posição social. É verdadeiramente apaixonante aquele espetáculo de famílias inteiras convivendo dentro das estádios, simplesmente equipando com as cores do seu país, ou artilhadas desde o básico cachecol ao mais complexo artefacto, alguns incrivelmente engenhosos como o daquele japonês que pintou o rosto e o cabelo do vermelho do círculo da bandeira, no meio do qual fez um corte para lá meter a cabeça e, segurando a mesma com os braços bem esticados para cima exibindo-a em toda a sua largura, oferecendo uma fantástica imagem de uma bandeira com vida própria! 

 

Para que tal fenómeno se possa verificar, para além de toda uma máquina sofisticadíssima para organizar cada quatro anos o maior evento que o mundo pode ver, é também absolutamente indispensável uma outra circunstância, o vibrante entusiasmo de milhões de pessoas que ao vivo ou pela televisão dão vida, justificam e pagam tão grandioso empreendimento. Ora quem está minímamente a par daquilo que é a FIFA e das suas filiais nos vários continentes, dos seus aspetos efetivamente diabólicos, no sentido em que funcionam básicamente tendo como objetivo quase único o lucro, não pode deixar de ficar algo perplexo, mesmo chocado, ao constatar as reações intensas e completamente ingénuas da maior parte dos tais milhões de cidadãos que sustentam todo aquele maravilhoso circo, e sem os quais nada daquilo seria possível, ao assistirem às incidências do jogo, loucos de uma alegria transbordante, ou autênticamente aterrados e incrédulos.

 

Não constitui este facto qualquer novidade, afinal toda a imensa indústria do entretenimento, seja ela qual fôr incluindo o futebol de alto nível, envolve a paixão e, consequentemente dispensa o frio racíocinio, que é a condição essencial para que possa sobreviver. Mas o mundial, atendendo à dimensão do fenómeno, da enormidade dos números e da intensidade com que os sentimentos são exprimidos, funciona quase como paradigma desta realidade. E a pergunta que assalta a mente é o que seria de todos se não fossem só alguns a descodificar a realidade e verem a vida em toda a sua crueza? Por uma razão ou por outra, ou porque não se está suficientemente dentro do assunto em apreço, por um estado de ignorância geral e mais profunda, ou simplesmente porque, como se costuma dizer, ainda é novo e não pensa, há todo um mundo de coisas que fazem sentido e que noutras circunstâncias não só jamais o fariam, como até poderiam ser objeto de negação, repugnância ou até revolta.

 

Felizmente é precisamente deste natural fluir da existência, muito especialmente influenciado pela questão etária, que, como diz o poeta, sonhando o mundo se vai sobressaltando e avança. Quando mais à frente na idade chega o cinismo, fruto de uma certa descodificação da realidade nascida da experiência, de uma vivência que a fez sentir na pele, chega também alguma sabedoria que idealmente deveria servir para ajudar os mais jovens a evitar perdas de tempo e erros, mas também para perceber que boa parte daquilo que por essa altura da vida, algumas atitudes, ou correr de riscos, assim podem ser analisados, naquela outra, plena de força, esperança e vontade de mudar, de melhorar as coisas, têm fatalmente que ser encaradas de maneira completamente diferente. E ainda bem que assim é! Estaria tudo mal, um mundo ao contrário, se assim não fosse. No dia em que a crueza e o cinismo se instalarem no sentir dos mais jovens tudo estará perdido porque se perde a esperança e, sem ela, o futuro. Acreditemos então! E rejubilemos com a esfusiante alegria ou avassaladora tristeza, saudáveis sinónimos de vida!

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 15:46

Seg, 23/06/14

 

Como uma metáfora dos dias que correm lá estavam eles a abanar ao vento, sacos plásticos Pingo Doce, Continente, Mini-Preço, Lidle, etc., mais ou menos esfarrapados, não faz mal, haverão sempre aos milhões para os substituir, vão fazendo o que podem no lugar dos habituais coloridos papeis de seda transformados em enfeites e balões. Pendurados ao longo de cordas que atravessam a área central, comum a todos os moradores do Bairro do Eusébio, até veio aqui o rei em pessoa inaugurá-lo, não vai muito tempo durante um outro reinado, talvez dos políticos paradigmas dos tais dias, o populistotecnocrático Luís Filipe Meneses, anunciam a maior festa popular do ano por estes lados, o S. João. Também os enormes fogareiros encardidos estão já a postos, bem como uns quantos altifalantes que, pelo aspeto, não inspiram grande confiança, mas, apesar da sardinha estar pela hora da morte, faz doer a alma e chorar as pedras da calçada, ouvir toda a gente à venda dela ligada justificar o facto de hoje custar três vezes mais que na semana passada!, logo hão-de berrar a plenos pulmões o Toni Carreira que merecemos, embalando o povo enquanto festeja tirando barriga de misérias, mesmo que se esteja a falar de simples sardinhas, qual será hoje a comida dos pobres?, e vinho daquele que melhor trabalha para a cirrose.

 

Lado a lado com as marcas das novas catedrais e/ou babel do nosso (des)contentamento, origem e destino de quase todas as nossas alegrias e frustrações, a felicidade possível encontrada na incrível promoção ou cantado magnífico saldo do pão da nossa sobrevivência, mas também a frustrante inveja, nascida da impossibilidade de adquirir o que os publicitários nos gritam aos ouvidos de manhã à noite, um caminho repetidamente percorrido sempre esperançosa novidade à partida, invariávelmente viasacra da rotina à chegada, drapejam bandeiras portuguesas que imploram momentos de euforia. Afinal estamos no Bairro da Macaca, como, fazendo jus à verdadeira religião que o futebol é entre nós, como alguns lhe chamam alardeando uma já muito antiga guerra sem quartel, para muitos autêntica cruzada. Sacos e bandeiras, lado a lado, rivalizam em cores e ruídos, mas sobretudo como ícones destes tristes tempos do pão e circo a que nos querem remeter, agora já não grosseiramente aplaudindo a degola dos inocentes pelos leões na arena, mas como que permanentemente surfando à superfície da realidade, uma imensa vaga de promessas nunca cumpridas, numa ilusão e insatisfação constantes, sem que por isso não deixem de obter e até refinar os mesmos objetivos de sempre, enganar e sugar os mais frágeis.

 

Ainda ontem, quando Varela, mesmo que habitualmente pouco dado a grandes folias ou teatralidades, quando marcou aquele extemporâneo golo, ficou-lhe estampado no rosto não alegria, ou sequer o sentimento geral de ser tardio, mas a inevitabilidade de o fazer face ao único centro bem executado durante toda a partida, talvez por com isso ter comprado uns quantos mais que certo inglórios dias de sacríficio aos nossos herois, quando, por exemplo, os aleijadinhos, quase metade!, e onde se inclui o nosso mais-que-tudo, o atualmente pouco omnipotente deus Cris, já se preparavam para se remeterem a gelos. É que quando se iniciar a préépoca, é importante estarem aptos a dar o seu máximo contributo e empenho pela entidade que lhes paga, de entre as quais aliás alguns patrões já vieram avisar para não lhes estragarem a mercadoria. O futebol ao mais alto nível será porventura um dos melhores exemplos do que o sacrosanto mercado está a fazer à sociedade. Tal como em quase todas as outras áreas, sociais, económicas ou culturais, também no desporto, quiçá o seu último reduto, está a vender a paixão e o amor ao diabo, que é como quem diz ao poder do dinheiro, e este mundial está nesse aspeto a ser paradigmático. Não é só uma questão de clima que está a devolver inesperadamente cedo aos seus países de origem algumas das melhores seleções, é também crescentemente óbvio que as leis do mercado dominam absolutamente. Grande parte dos grandes artistas da bola ou nem sequer lá foram, ou regressarão precocemente porque extraordináriamente desgastados, após épocas super preenchidas a encher os bolsos dos patrões e patrocinadores. E assim se vai liquidando o pouco que já resta de valores, indispensáveis farois a seguir, ou sentimentos verdadeiramente genuínos. Mas não hajam ilusões, para os mandantes destes crimes haverão sempre outras galinhas dos ovos de ouro, já quanto aos castigos serão sempre os mesmos a cumpri-los.

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:15

Dom, 22/06/14

 

- Depois dos resultados do seu grupo Portugal precisa de duas vitórias para passar aos oitavos - Pena que para o tudo a monte e fé no Cris seja preciso o Ronaldo. Veremos com reage. É que com ele ao pé coxinho, sem poder liderar aquilo, vai ser uma Bentania que nos deu!

 

- Prisioneiros não podem ganhar o Audi das faturas porque na cantina da cadeia não passam as ditas - Parece que têm para lá uns sacos azuis. Se não se pôe a pau ainda alguém vai preso!

 

- Gonçalo Amaral despediu advogado para adiar julgamento na caso Maddie - Mais um tuga chicoesperto que pensava  bastar-lhe insultar alguém para enriquecer! Só se esqueceu do pequeno pormenor que não estava a lidar com gente da sua laia. Mas nem tudo é mau! É capaz de ter ganho algum do seu precioso tempo dar continuidade à sua veia de escritor.

 

- Os juízes do Tribunal Constitucional recusaram, por unanimidade, responder à aclaração pedida pelo governo - Uma unanimidade que aclara definitivamente a verdadeira natureza desta rapaziada que nos governa.

 

- Empresas obrigam mulheres a garantir que não engravidam durante cinco anos - Que tal obrigá-las a aplicarem um cinto de castidade antes de assinarem o contrato? É que mais vale prevenir...

 

- Governo norueguês quer proibir mendigos - Talvez sejam dos poucos países que o poderão conseguir sem recorrer à clássica injeção atrás da orelha. A outros já nem a outrora envergonhada pobreza os safa... 

 

- À quinta reunião ainda não há relator nem inquiridos no inquérito sobre a compra dos famigerados submarinos - Com Telmo Correia como responsável desta comissão especial, afinal não tem nada que ver com o principal suspeito no mesmo...,bem podemos esperar sentados. Haverão lá para o dia de S. Nunca à tarde.

 

- Marcelo Rebelo de Sousa diz que Antonio Costa não é o Messias - Não faltará muito para começar a dizer que é o Judas! É só a opinião pública começar a favorávelmente soprar para os amanhãs laranjas começarem a cantar!

 

- Cristiano Ronaldo pediu para retirarem Miss Bumbum das imediações do campo de treinos - É que perante a visão de tal monumento os joelhos do homem têm a tendêncionose de bater um no outro...

 

- A dor crónica atinge 30% dos adultos em Portugal e custa mais 4600 milhões por ano ao país - Efeitos do epidérmico escárnio e mal dizer, ou a história de um povo que só sabe viver saltando de dor de corno em dor de corno. Uma dor córnica.

 

- Consumo em Portugal situa-se 25% abaixo da média europeia - E isto num país onde a filosofia do chapa ganha chapa batida é cada vez a mais seguida! Imagine-se o que seria se fôssemos mais poupadinhos!

 

- Governo disse, de um dia para o outro, uma coisa e o seu contrário a propósito da decisão do Tribunal Constitucional quanto ao seu pedido de aclaração - Assim como antes de fazer leis atira várias versões para os jornais para ver no que vai dar...tudo sinais de competência e boa fé!

 

- Os países com o clima mais parecido com o brasileiro estão a obter melhores resultados no mundial - De facto algumas seleções europeias até dispensavam as repetições em câmara lenta, algumas mesmo as em superlenta...

 

- João Soares afirma que aquilo que apelida de assalto ao poder no PS feito por Antonio Costa é repugnante - Entretanto o pai desdobra-se em apoios ao mesmo de braço bem esticado e punho fechado. Talvez a única coisa em que a dinastia bochecha diverge, porque quanto ao resto...tal pai tal filho!

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 11:51

Sab, 21/06/14

 

Por razões que a razão desconhece e a própria medicina, se não de as conhecer seguramente de as evitar, há pessoas intrínsecamente más que vivem exclusivamente do sofrimento das outras. Normalmente este fenómeno verifica-se dentro das famílias pelas óbvias razões de proximidade, que ajudam a ultrapassar a não raramente comum dificuldade destas criaturas em socializarem.

 

A literatura, o cinema e a arte em geral são pródigos na utilização deste tema, na maior parte dos casos por fácilmente fornecerem aqueles condimentos mais adequados a um consumo rápido porque apetecível, violência, crime, incesto, etc.. Ou seja toda uma oferta de atraentes pecados que tantas vezes assombram e chegam mesmo a pairar ameaçadoramente sobre a cabeça de tantos de nós, apimentando e dando assim algum sentido a existências, na sua maioria, anestesiadas pela rotineira luta pela sobrevivência. Este tipo de abordagens, frívolas e interesseiras na exclusiva busca do lucro, não só não esclarecem coisa alguma, como sobretudo contríbuem decisivamente para o incremento dessas práticas, como que colocando todo o género de psicopatas numa espécie de trono para estes estranhos falsos herois. Na verdade o endeusamento de pessoas pouco saudáveis, felizmente quase sempre fruto da ficção, mas que não deixam de passar uma mensagem profundamente errada.

 

O que nós dá o filme Tom Na Quinta é exatamente o oposto a tudo isso. É o cru descascar de uma realidade, protagonizada por pessoas duplamente vítimas, da perversidade de gente com problemas psicopatológicos, mas também da perseguição da própria sociedade devido às suas escolhas diferentes, políticamente incorretas. Sem artefícios ou vénias ao todopoderoso mercado, o relato da quase fatal submissão a um suposto destino traçado, em nome do amor, feito de dor e sofrimento, até à vitória inextremis, leia-se libertação(?) final. Um grito de liberdade e uma luz de esperança.

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 15:40

Sex, 20/06/14

 

Entraram no restaurante como dois chihuahua fêmeas, farejantes e a olhar nervosamente para todos os lados. Estávamos sózinhos na sala retangular de duas fiadas de meia dúzia de mesas encostadas a ambas as paredes, ao fundo uma varanda com as portadas abertas para a rua, e, nesse extremo, pendurado num dos cantos quase junto ao teto um ecrã de televisão onde passava um jogo de futebol. Sentados na fila mais afastada da televisão, a duas mesas da varanda, esperávamos já resignados.

 

- Queres ficar aqui , apontando para uma mesa no meio da sala na fila do ecrã, ou queres antes ir para ali, entre nós e a varanda, para veres o futebol? Gostas tanto! Disse uma delas rindo enquanto nos lançava um olhar cúmplice e eu as mirava com o rabo do olho, de meia idade, do tipo presumido e provocador, nariz empinado, magritas, dois lamentáveis cuzitos, daqueles onde só sobra um bocadito de substância palpável, no correr da triste divisória entre aquilo que já foram nádegas.

 

A que supostamente gostava de futebol acabou por se sentar de costas, porque a outra apressou-se a ocupar uma das cadeiras que ficava de frente empurrando-a ostensivamente contra a de quem comigo almoçava. Perante a nossa teimosa insistência em ignorá-las, muito barulhentas e irrequietas para o nosso gosto, desatam a falar muito alto como se aquilo estivesse a abarrotar de gente e precisassem de o fazer para se ouvirem.

 

- Tem verdji meu filho? Cê não está á vê? Lá no Brasiu temos uma láranja, essa é que vai ficá lá bem. Falava ao telemóvel a dita amante da bola com, presumívelmente, algum familiar que, de longe, procurava afanosamente satisfazer os desejos da senhora que se mostrava extremamente picuínhas, a ponto de só ter desligado o célólá imediatamente antes de se levantar para se ir embora.

 

- Queremos um frango, mas bem assado. Uma cerveja e uma água tónica. E sem qualquer intervalo deixando o empregado atónito, A J. chega amanhã dos Estados Unidos. Parece que gostou muito do México. Atirava despachadamente para o ar a irmã portuguesa, enquanto a emigrante do outro lado do atlântico mantinha a conversa telefónica. Pareciam tratar-se de duas irmãs numa compita, concerteza com décadas, para demonstrarem uma à outra e ao mundo em geral, como são importantes, e qual delas o é mais.

 

Eis que chega o "pito". Estas batatas não estão fritas, estão cozidas! Eu quando as faço lá em casa ficam louras. Gosto delas tostadas. O empregado, é daquela batata branca, se as deixámos muito tempo na fritadeira os clientes queixam-se que ficam muito escuras...mas eu vou pedir outras mais passadas. Deixa o empregado afastar-se. E este frango não sabe a nada! Entretanto a outra sempre ao telemóvel, está á percebê meu filho?

 

Mais um bocado de uma a falar sózinha e a outra a dar instruções telefónicamente e... Cá estão! Está bem assim? Pergunta o rapaz conciliador enquanto a imagino a inspecionar a obra, o frango não sabe a nada! atira como resposta. E ele, grave, sem conseguir esconder uma pontinha de orgulho, afinal estamos num das mais conceituadas casas do Porto na venda de frango assado, só os temperamos com sal e limão! E vai-se embora cabisbaixo.

 

O mais baixo que me foi possível, quase num sussurro, sabia que era isso que procuravam, não resisti a comentar com a minha acompanhante, esta gente vem a uma espécie de tasca barata com uma apresentação razoável, e exige serviço de cinco estrelas por "dez reis de mel coado"...foi quanto bastou para a beligerante criatura passar do rosnar ao ladrar! Tínha-me esquecido que esta bicharada ouve cem vezes mais, que está sempre de antenas alerta, e como entretanto chegaram mais três pessoas, estas felizmente "normais" como nós, mas que, fatalmente, se sentaram na mesa a seguir à que ocupavamos pelo que ficámos ensanduíchados numa sala vazia...ela disparou, E como as pessoas comem tudo! Provocou vingativa enquanto penso nos observava, a nós e aos meus vizinhos de trás, e eu, ali a pouco mais de um metro delas, mas agora quedo e mudo, sem descolar da televisão o que as irritava profundamente. Insistindo, Olha para aqui! Apalpando a toalha de papel castanho que cobria a de tecido. Isto é daquele papel barato, reciclado, quando descer vou perguntar ao dono se não tem dinheiro para toalhas de pano. Este é o pior restaurante onde já fui! E repetindo numa falsa gargalhada furiosa, "alto e bom som", este é o pior restaurante onde já fui! Os de trás murmuraram qualquer coisa, na minha mesa atentíssimos à bola, e a outra, Você faz favô di pegá essa meu amô?

 

Levantaram-se e a mais ressabiada ainda teve tempo para atirar, mesmo ao meu lado, Vou sair daqui para fora! Estoico, resisti a responder-lhe verbalmente como me apetecia, porque para este tipo de pessoas, sem o minímo respeito pelos outros, o melhor remédio é mesmo dar-lhes o tratamento adequado áquilo que são, orgulhosas e fedorentas cagalhotas, sim porque nem a cagalhões chegam! que é evitá-las, e esperar pacientemente que, fumegantes, vão empestar o ar para outro lado.

  


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:38

Qua, 18/06/14

 

Vi-o hoje, na rua. Seguia apressado mas com o mesmo ar bem disposto de sempre. Aí pelos cinco/seis anos, naquela fase corpulenta e plena de energia que assustava um bocado os transeuntes levando-os a afastar-se quando ele se aproximava para os cumprimentar alegremente. Não o conhecem!

 

Íamos mudar de casa, de um apartamento para uma pequena moradia de quatro frentes, uma casa antiga toda em pedra e com um espaço exterior com uns bons 200m2 bem preenchido com árvores de vários frutos. Cercados por campos de cultivo precisavamos de um cão para guardar aquilo, para, no mínimo, fazer barulho quando pressentisse algo estranho.

 

Logo que entramos no canil ficamos de olho num caõzito que dava a ideia de ser uma espécie de fox terrier ainda pequeno, pelo que a funcionária que nos acompanhava ao longo do caminho nas margens do qual se situavam os compartimentos com os cães, pegou nele e dirigimo-nos para o escritório afim de proceder às formalidades necessárias. Os três ao balcão, eu a minha mulher e o meu filho, já não me lembro quem segurava no cãozito, quando entra alguém a entregar mais um futuro inquilino. Mal o pousa no tal balcão, mesmo ao nosso lado, o bicho nunca mais tirou os olhos de nós! E como ele olhava! Tratava-se obviamente de um rafeiro raçado de pastor alemão, com algumas semanas mas cujas enormes patas, em proporção ao resto do corpo, não enganavam. Cabeça abandonada em cima de uma delas suplicava com os olhos que o salvássemos, até que um de nós, praticamente sem trocarmos qualquer palavra mas já completamente hipnotizados, rendidos, sugeriu, e se levássemos antes este?

 

Durante toda a viagem de carro até casa, no decurso da qual concordamos chamar-lhe Patas atendendo ao que as que tinha préanunciavam, todo o resto haveria de crescer à volta delas!, manteve aquela postura expectante de quem pede alguma coisa que aguarda a qualquer momento conseguir, mas bastou pô-lo no chão daquilo que haveria de ser o nosso quintal e jardim, para que uma autêntica metaformose se desse no bicho e ele desatasse a correr por ali acima para logo voltar pedindo festas, linguita pendurada, assim umas quantas vezes até à primeira exaustão e pucaro de água lá em casa. Construí-lhe uma casota em madeira, com um sólido estrado, e colocamo-la bem no fundo terreno, a zona mais vulnerável, mas como ele não estava de acordo passava o tempo todo junto à casa, tornando-se absolutamente impossível convencê-lo do contrário, vinte vezes o metíamos na casota ou imediações, vinte vezes ele voltava, cada vez mais cabisbaixo, é certo, mas voltava!

 

Sofreu na pele, literalmente, os custos da nossa inexperiência, asneira a sério só me lembro de quando, ainda pequenito, destruiu para aí metade das dezasseis buganvílias que pouco antes havíamos plantado... mas, apesar dos erros que cometemos, nunca mostrou a mais pequena intenção de se tornar agressivo, bem pelo contrário!, para nós e para quem sentia ser dos nossos, foi sempre um cão de uma docilidade incrível. Nessa casa, e depois na outra para onde mudámos, proporcionou-nos um prazer sem limites com a sua inesgotável energia para brincar, como por exemplo correndo desalmadamente atrás de mim depois de me oferecer a sua orelha para que eu lha mordesse, numa entre nós habitual troca de papeis, adorava o cheiro que emanava daquela zona da cabeça, ou dando enormes saltos como que parando no ar, fazendo verdadeiros voos para aterrar atabalhoadamente sobre um de nós...Mas também cumpria a sua função de alertar caso ouvisse algo de anormal, um pequeno barulho bastava para não parar de ladrar furiosamente até perceber do que se tratava.

 

O meu pai, muitas vezes estava lá por casa a tratar do quintal, dizia que ele me pressentia cinco minutos antes de chegar de carro, que ficava intranquilo e se postava junto à porta por onde eu haveria de entrar. Durou dezasseis anos durante os quais só saía para a aventura da vacina anual, todo um automóvel afogado em baba!, tomava, tomávamos!, três enormes banhos anuais, sempre comeu imenso mas nunca foi gordo porque raramente estava parado, e só ficou doente nos últimos dois anos de vida quando foi traído pelas pernas traseiras que deixaram de suportar o seu peso. Andei com ele ao colo para trás e para a frente até ao dia em que reparei que tendo um dos caninos a atravessar e bochecha nem o mais leve lamento se lhe ouvia. Autómato, movido por uma estranha força que desconhecia em mim, fui buscar uma passadeira velha onde ele costumava agora deitar-se, para onde eu o levava ao colo, ao fundo do jardim debaixo da árvore maior, e bastaram alguns segundos para lhe dar o golpe de misericórdia. Enterrei-o com terra e lágrimas.

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:52

Ter, 17/06/14

 

Para quem como eu assistiu conscientemente, ou com uma boa dose de consciência, à maior parte do que verdadeiramente relevante chegou à opinião publica do que se passou no hemicíclo da Assembleia de Republica ao longo dos 40 anos que leva a democracia portuguesa, não deixa de ser espantoso que ainda me surpreenda com a capacidade de fingimento que a esmagadora maioria dos deputados para ali eleitos mantêm inalterável ao longo de décadas, independentemente da mudança de gerações, indiferentes aos tempos, às cores partidárias, ao escalão etário, só sendo mais notável a crescente importância das mulheres.

 

O que mais confusão me continua a fazer é a submissão de pessoas óbviamente inteligentes às doutrinas partidárias, mesmo quando estas são claramente erradas, refiro-me ao ponto de vista do senso-comum, ou seja à perspetiva da maioria dos eleitores. O que realmente impressiona não é que o façam em nome de manterem o tacho, ou como li algures num livro de Isabel Allende, como querer que ajam contra os seus próprios interesses?, mas continuarem a fazê-lo tão despuradamente, fazendo um brilhantíssimo uso da arte de mentir, como se não tivessem decorridos tantos anos durante os quais seria suposto políticos e população terem evoluído.

 

É certo que ali como em todo o resto só 20% contam, o resto é para encher, que é como quem diz para a sua cabeça ser utilizada não para pensar mas para ser contada nas votações, para bater palmas ou gritar e vociferar conforme as circunstâncias, não esquecendo os mais snobes muito baim da direita, ou as ruidosas indignações da esquerda. Afinal nada mais que o resultado da forma como são arrebanhados para o partido, subindo penosamente a escada do lacaiismo se comuns mortais, ou gostosamente arregimentados caso sejam de boas famílias, com disponibilidade e pachorra para defender os interesses da classe.

 

O paradigma desta verdadeira farsa é a dança entre as cadeiras situadas mais à frente do PS e do PSD, e aquelas outras um pouco mais adiante destinadas a quem a dado momento ocupa o poder. Realmente impressionante como esses senhores, ora numa posição ora na outra, ao longo dos tempos têm conseguido manter a ilusão de que estão de facto mais preocupados com o povo do que com os seus próprios interesses, sejam eles, na maior parte dos casos, de ordem financeira, mas também muitas vezes, quando se trata de pessoas para as quais o dinheiro já não é assim tão importante, muito mais por questões de poder e vaidade pessoal que própriamente por ideologia política.

 

O mais dramático disto tudo é que se se atentar no que se passa por essa Europa fora, ou noutras democracias do mundo, independentemente de quase tudo, talvez excluindo as democracias mais antigas, do nível educacional e ou cultural, da situação políticopartidária, etc., assiste-se ao mesmo fenómeno, 

um crescente desintesse da pessoas em votarem para a escolha de quem vai assumir os destinos dos seus países, exceto quando se trata de organizações extremistas, as tais que, tal como por cá, apesar de tudo utilizam uma linguagem mais direta onde é possível encontrar alguma sinceridade nas propostas que apresentam, mas invariávelmente à custa de dolorosas e na maior parte dos casos falhadas ruturas. 

 

Quase como se de uma fatalidade se trate, quando chamados a escolher o timoneiro do nosso futuro coletivo mais próximo, sempre ficamos reféns das mesmas escolhas, optar pela falta de comparência o que consubstâncía uma postura de desistência, alinhar numa das posições radicais de um dos extremos, promovendo uma rutura cujo preço a pagar será sempre muito elevado, ou então seguir o caminho aparentemente mais seguro e fácil da manutenção do estado das coisas, com a óbvia consciência que assim pouco ou nada mudará, dando mais uma contribuição para alimentar os mesmos de sempre e o país não sair da habitual confrangedora e endémica bipolaridade entre alguns bem na vida, muitos sobreviventes, mas todos suaves e habilidosamente manhosos.

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:34

Seg, 16/06/14

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 12:42

Dom, 15/06/14

 

- Scolari diz que em dez vezes que viu o lance sempre lhe pareceu que foi penalti contra a Croácia - Talvez seja tempo do sargentão passar a usar óculos. O pior cego é o que não quer ver.

 

- Governante ucraniano quer erguer muro de 2000Km ao longo da fronteira com a Rússia - Para os russos não entrarem ou os ucranianos não saírem?

 

- Ministério Publico pede cinco anos de prisão efetiva para João Rendeiro - No documento também se afirma que deu cabo do banco e que é burlão. Finalmente um tribunal em Portugal a falar português?

 

- Harrison Ford magoou-se nas filmagens do sétimo episódio de Star Wars - O personagem que ía representar já ía usar muletas...é só alterar para cadeira de rodas!

 

- Câmara do Porto vai atribuir Medalha de Honra da cidade a Rui Rio - Uma atribuíção que se espera e deseja corresponda à manifesta vontade do atual inquilino em não seguir os passos do anterior agora medalhado. Ele há homenagens esquisitas!

 

- Algumas das marchas populares de Lisboa perdedoras no desfile resolveram protestar - E que tal, na mais vigorosa forma de protesto, desistirem de vez?

 

- Holanda venceu a Espanha por cinco a um - Ou de como se furam rodinhas choninhas com setas voadoras.

 

- Há menos de meia dúzia de anos americanos abandonaram o Iraque por este estar no bom caminho da democracia - E agora que justificação irão encontrar para ficarem a ver aquilo a arder?

 

- Papa afirma que independentismos devem ser tratados com pinças - Não vai faltar gente a confundir pinças com bisturis.

 

- Afinal os dinassouros tinham sangue frio ou quente? No meio - A ter em conta o Alberto João e o Fidel confirma-se esta tese. Quente em público e frio em privado.

 

- Beckenbaeur foi punido pela FIFA por não colaborar nas investigações à eventual corrupção no mundial de 2022 no Qatar - Com a verdade me enganas...

 

- Ministro Maduro diz que Governo tem sido irrepreensivel com o Tribunal Constitucional - Fica bem claro o que significa irrepreensível para este Governo. Já muitos o tinham sentido na pele...

 

- Lisboa é uma das 25 cidades onde se vive melhor - Pena que para o conseguir seja muito à custa do resto do país ser paisagem...

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 11:25

Sab, 14/06/14

 

Parecia ele, mas para ter a certeza olhei para trás. Sentindo o meu movimento e apesar dos para aí dez metros que nos separavam, levantou a cabeça para me olhar por cima dos óculos de ler, era mesmo! Ali estava o Gomes, o bibota, sentado no bar da praia sobre a areia, julgo que em frente a sua casa junta à estrada. Fiz-lhe o agora global e facebookiano "gosto" com o polegar bem esticado, ao qual respondeu com um quase impercetível sorriso e ligeiro abanar da cabeça, afinal vedeta é vedeta. Hesitei. O que é que eu queria? Que ele se pusesse a fazer flicflacs à retaguarda só porque um desconhecido resolveu interromper-lhe a leitura do jornal? Continuei mais alguns metros com a pergunta que insistia em não me largar, és um homem ou um rato? O máximo que pode acontecer é mandar-te dar uma volta. E depois? Metes o rabinho entre as pernas e foi como se nada tivesse acontecido. Ninguém viu! Como dizia a tua mãe quando pequenito te estatelavas no chão, "por ir a olhar para ontem", vociferava o teu pai.

 

Posso fazer-lhe companhia por alguns minutos? Aquilo tem quinze ou vinte mesas e as respetivas quatro cadeiras, todas livres... Espiou-me tentando perceber que tipo de cromo lhe tinha saído em sorte desta vez, e disse na sua tonitruante voz que tantas vezes fora música para os meus ouvidos, faça o favor. Sentei-me na cadeira que ficava de frente para ele, pedi um café áquele mesmo indíviduo que diasim dianão, vejo por ali a tratar cuidadosamente do seu estabelecimento, e "abri as hostilidades". Ainda ontem estava a ver aquela loucura toda à volta do Ronaldo lá no Brasil, e me questionava como é que uma pessoa lidará com semelhante tipo de assédio. À noite, na cama, quando fica sózinho no escuro com as memórias do dia pensará, meu Deus eu sou mesmo o maior!? E se sim que tipo de infuência estes pensamentos terão no seu comportamento público e especialmente no privado? Em que género de pessoa se torna alguém sujeito a tão avassalador fenómeno? Desatei a falar sem pedir licença, mas ele dobrou o jornal e ouvia parecia-me que atentamente. E agora estou a passar por aqui como tantas outras vezes e lá estava o senhor, neste ponto levantou um pouco a mão que repousava sobre a mesa e proferiu magnânimo, Fernando, sorri, e aqui está o Fernando, o Gomes! Não imagina a admiração que tenho por si! A quantidade de vezes que me fez saltar de alegria nas bancadas do estádio das Antas! Muito apreciava a maneira como protegia a bola de costas para a baliza, a passava redonda para a ir receber já de frente para ela e fazer o golo! E como me emocionei quando foi lá a jogar pelo Sporting e os sócios lhe ofereceram um ramo de flores enorme! Foi impressão minha ou não jogou nada nesse desafio? E deixe-me dar-lhe os parabéns pela forma que mantém. Vi-o um destes dias, no Portocanal, a jogar no Dragão Caixa contra o Celta para a Fertibéria. Falava torrencialmente ainda um pouco emocionado pelo inédito da situação mas, aos poucos, pressentindo que também ele parecia aceitar mais ou menos resignadamente "a coisa", fui ganhando coragem e, resistindo à tentação de lhe fazer as mais óbvias perguntas sobre o futuro imediato do FCP, atualmente é figura de algum relevo na estrutura do clube, estará portanto por dentro desses assuntos, atirei, mas se me permite há algo que sempre quis saber, e já que estou aqui...o que queria dizer com aquela afirmação que marcar um golo é semelhante a atingir um orgasmo? Claro que percebo a interpretação mais direta, a consumação do ato, o climax... mas a questão é, quando os marcava por outra equipa que não o Porto eram iguais? Igualmente intensos? E após os marcar, aquela tranquilidade que vem depois, não afetava o seu empenho no jogo? E alguma vez pensou que a maior parte dos seus colegas nunca sentia tão grande prazer? Só dois ou três é que marcam golos, quando é que os outros têm os seus orgasmos? Uma grande defesa também resultará? Fixando-me com uma expressão mais e mais perplexa, onde estava estampado o dealbar do pânico e ecoava a dúvida, será o homem "apanhado pelo clima"? Acabou por balbuciar algo atrapalhado e vísivelmente agastado, ó amigo eu só queria dizer que naquele momento ficava superfeliz! Fitei-o estupefacto e só então compreendi tudo, afinal estes homens e mulheres são como todos nós, a sua humanidade, as sua limitações, serão reveladas em função do desafio que enfrentarem. Forçar este magnífico atleta a dissertar sobre "A Função Do Orgasmo" de Wilhelm Reich, ainda que inocentemente, é desvendar algumas das suas fragilidades e expô-lo à sua condição de pessoa comum. Mas tinha valido a pena. Tal como o Fernando que tão brilhantemente o fazia, também eu conseguira usar a cabeça e, à minha maneira, marcado um belo golo. Agradeci aquele bocadinho e pedi-lhe um autógrafo para a posteridade. Enquanto me perscrutava ainda um tanto ressentido por o ter obrigado a sair do seu "boneco" de vedeta retirada, agora atrás de uns óculos de sol onde entretanto se escondera, pedi ao empregado/dono uma esferográfica emprestada. Vendo-me com um guardanapo na mão, suporte manifestamente inadequado para tão importante documento, cedeu-me uma alva e sólida folha de papel branca para o efeito. Sem palavras desenhou um elegante e personalizado rabisco que preencheu quase totalmente o meio A4, e me encheu de orgulho. Cumprimentei-o sinceramente feliz e obtive como prémio a absolvição e um sorriso condescendente. Levantei-me e deixei o meu heroi em paz.

 


direto ao assunto:


semtelhas @ 11:59

Sex, 13/06/14

 

Num mundo em que os vampiros são os que vivem eternamente através das suas obras intemporais, Shakespear, Schubert, Byron, Philipp Marlow ou os Beatles, ainda possível nos lugares eleitos pelos românticos, ainda não completamente infetados como a Tânger do sonhador Paul Bowles, ou já libertos pela morte, como a abandonada Detroit, outrora o paradigma da industrialização, um mundo no qual o sangue indispensável à sobrevivência representa o Tempo, os tempos que correm, cada vez mais envenenado pelo imposição do virtual face ao concreto, à fama a qualquer preço por troca do verdadeiro talento, pleno de zombies alienados cujo único préstimo é a sua juventude, fonte de vida, já só resta sobreviver nostálgicamente aguardando a inevitável revolução, à qual, como sempre, sobreviverão exclusivamente os autênticos amantes do romantismo. Só Os Amantes Sobrevivem, o filme.

 

Complexo, difícil de decifrar, traz contudo algumas mensagens mais óbvias como por exemplo a abordagem da importância da água como metáfora para tudo o resto, porque será que para entenderem precisam perder tudo?, pergunta um dos protagonistas, o pessimista Adão, mas também oferece uma saída quando a otimista, pragmática e resiliente primordial Eva, sempre elas!, o aconselha a não se focar tanto em si próprio, porque isso só o levará ao isolamento, à terrível solidão e amargura, que viva!, que dance! Na sequência do racíocinio deste brilhante realizador dou comigo a pensar como, se tivesse visto este filme cinco ou seis anos atrás, ficaria a olhar para ele como um boi olha para um palácio e como isso não faria de mim uma pessoa pior do que sou hoje, nem hoje pior do que serei daqui a meia dúzia de anos. A existência só faz sentido se realmente partilhada inserido num grupo onde sinceramente se comunica. Só aí se pode encontrar um vislumbre da felicidade, independentemente de raças, credos, localidades, condição social financeira, educacional ou cultural. Curioso como nunca o tinha constatado com tanta clareza!

 


direto ao assunto:

"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
procurar
 
comentários recentes
Pedro Proença como presidente da Liga de Clubes er...
Este mercado de transferências de futebol tem sido...
O Benfica está mesmo confiante! Ou isso ou o campe...
Goste-se ou não, Pinto da Costa é um nome que fica...
A relação entre Florentino Perez e Ronaldo já deve...
tmn - meo - PT"Os pôdres do Zé Zeinal"https://6haz...
A azia de Blatter deve ser mais que muita, ninguém...
experiências
2018:

 J F M A M J J A S O N D


2017:

 J F M A M J J A S O N D


2016:

 J F M A M J J A S O N D


2015:

 J F M A M J J A S O N D


2014:

 J F M A M J J A S O N D


2013:

 J F M A M J J A S O N D


2012:

 J F M A M J J A S O N D


subscrever feeds
mais sobre mim