semtelhas @ 13:41

Seg, 31/03/14

 

- Sócrates entrevistado no seu espaço de comentário semanal na RTP - Soltaram-lhe o Orelhas ás canelas que se atirou ao animal feroz com a mesma vontade com que despeja banalidades em papel.

 

- A JP Sá Couto foi absolvida de todas as acusações - Não pode ser! Então estes não faziam parte da corja de vigaristas que rodeava o mesmo Sócrates, no caso a impingir Magalhães às crianças. Bem fazem estes! Só tiram.

 

- A UGT não assina mais nada enquanto não houver aumento do salário mínimo - A manter-se o crédito que o Coelho dá aquela assinatura, bem pode o sr. Silva esperar sentado.

 

- Pedro Proença deu uma entrevista à SIC - Durante a qual foi visto brincando a atirar água à cara do seu inseparável amigo Duarte Gomes que o ameaçou com uma banana XXL. Era bem feito! 

 

- António Vitorino diz que alargar o horário das creches aumentaria a natalidade - Se calhar tem razão, mas lembro-me para aí de um milhão de outras coisas mais eficazes. O ilustre deve andar dístraido.

 

- Putin afirmou que Crimeia mostra novas potencialidades do exército russo - Obama já tinha dito que iriam defender os aliados na zona. Esperemos que se contentem em mostrar os dentes um ao outro...

 

- Bruno de Carvalho disse que não dá mérito ao FC do Porto pelas vitórias nas últimas décadas - Assim se revela o maior candidato a rever a história recente do futebol nacional e, imagine-se! internacional. Só é preciso misturar estupidez, ressabiamento e falta de vergonha.

 

- Emanuel e Suzy vão processar quem os injuriou, caluniou e ameaçou - Só espero que o façam em verso e lhe ponham em cima uma melodia a condizer. Arrasem!

 

- Portas afirmou que briefing sobre pensões foi um erro - Só lhe faltou dizer porquê. É que estes coisas não se anunciam, fazem-se!

 

- Em 2060 Portugal estará reduzido a 6,3 milhões de habitantes - E lá para o primeiro quartel do próximo século, se fiz bem a progressão geométrica, desaparece! Talvez não porque as creches vão ficar abertas até às oito da noite... 

 

- Suécia esterilizou ciganos durante 100 anos - E andava toda a gente a pensar que dali só chegavam bons exemplos! Também não devem ter sido muitos. Quem é que quer ir para um sítio sempre gelado, onde o sol mal espreita, cheio de desconsolados louros carrancudos quase sempre a cair de bêbados? 

 

-  Durão Barroso disse não querer candidatar-se a presidente da república - Depois de uma entrevista plena de habilidades em que pretendeu mostrar-se uma espécie de vencedor magnânimo, vão ter que lhe pedir muito...

 

- Primeiro golo do Nacional marcado após fora-de-jogo - Capela volta a atacar. Depois de Proença e com Duarte Gomes à espreita. Pobre FCP se volta a hegemonia do SLB! Cheira a mofo por todo o lado, da política ao desporto! Eles estão de volta e a espumar sede de vingança! Restam-lhe as competições internacionais sem árbitros portugueses. Ou nem isso?


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semtelhas @ 13:42

Dom, 30/03/14

 


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semtelhas @ 10:52

Sab, 29/03/14

 

Ainda não se tínham acomodado nos braços um do outro ouvíram um gemido! O homem não estava morto! Procurou de imediato o telemóvel e chamou o 112 e a polícia. Chegaram rápidamente e transportaram o ferido para o hospital após uma primeira avaliação do seu estado segundo a qual, apesar de ter perdido muito sangue dado o local onde o ferimento fora inflingido, mantinha todos os sinais vitais a níveis surpreendentemente bons. Relataram à policia as coisas rigorosamente tal qual se tinham passado, sendo que a situação de Laura dependeria fundamentalmente da evolução do estado do homem. Foi informada que iriam procurar familiares e que estes desencadeariam, ou não, o processo. Deu-lhes uma morada da mãe dele, pelo menos da que tinha no tempo em que tinham uma relação, onde viviam ambos, mãe e filho, já que o pai desaparecera algures no Brasil ainda ele era um menino, e não haviam irmãos.

Os dias que se seguiram foram frenéticos. Debaixo de grande tensão emocional receberam com alívio a notícia que o infeliz indivíduo iria safar-se práticamente incólume, restando do episódio pouco mais que uma pequena cicatriz. Por milagre, mas também por se tratar de uma lâmina curta, pormenor que na sua aflição, bem demonstrada pela precipitada constatação da morte, esquecera, o pulmão ou qualquer outro orgão vital não tinham sido atingidos, pelo que poucos dias depois de ali ter dado entrada abandonou o hospital muito mais ferido na sua autoestima que no seu corpo. Quis o destino que também a eventual manutenção do cordão umbilical entre Laura e ele, por via da possível paternidade do filho que nela se desenvolvia terminasse porque, muito provávelmente na sequência da violência fisica e psicológica a que havia estado sujeita, dois dias decorridos sobre aqueles escassos minutos que haveriam de marcar o resto da sua vida, apareceu-lhe como um fantasma na sala, em plena madrugada, depois de descer do quarto onde dormia sozinha, enquanto ele se dividia entre o outro quarto e a sala com os seus motivos de distração. Perdi o bébé, foram as palavras que disse, quase num susurro ainda assim suficiente para o acordar e gelar perante aquele visão fantasmagórica, que se aproximava coada pela escassa luz que deixara ligada no andar superior, quase totalmente branca exceto no seu centro onde avultava uma mancha escura que fazia adivinhar o pior. Num ápice via desfazerem-se todos os sonhos e, muito mais que isso, razões para continuar uma luta diária para a qual deixara de encontrar motivação. Esta era a mensagem que passava o completo abandono que transmitia o seu corpo, e o seu mutismo, na cama da clínica para onde a transportou. Regressaram a casa com a garantia de que estava bem, mas que o aborto causara danos irreparáveis no aparelho reprodutor a ponto de nunca mais poder voltar a conceber. Só ergueram um pouco as cabeças para encarar o sol, o mar e o vento que continuavam a esperá-los lá fora, onde também os seus doces animais de estimação parecendo compreender tudo o que se passava mantinham um estranho silêncio, quando souberam que a outra núvem negra que pairava sobre eles, a eventual morte do causador de tudo aquilo, se dissipou e acordaram estupefactos para a realidade que insistia em decorrer independentemente do terramoto que os havia abalado, como o provava a televisão que finalmente ligaram, e os ligou à vida.

Talvez envergonhado, concerteza terá sido informado da perda da criança, para além de tudo o resto, o final e definitivamente extudo de Laura, prescindiu de qualquer acusação pelo que a assunto terminou ali mesmo, com essa sua decisão. Quanto a eles, mais uma vez!, sentiam, ou pelo menos ele sentia, porque Laura mantinha-se num limbo pouco menos que inviolável, a urgência de um novo recomeço. Incrível como a aparição desta mulher na sua vida como que representara a possibilidade de a viver na outra metade, até esse momento oculta por uma fortaleza feita de segurança e previsibilidade. Quase sentia despertar em si um vislumbre de esperança quando deparou com aquela outrora deslumbrante fonte de energia, que ainda agora a sua memória traçava determinante na sua espécie de renascimento, sentada a menos de dois metros, aspeto angelical mas vazio de vitalidade, olhando mas não vendo para lá das portadas envidraçadas, completamente mergulhada em si própria, ignorando-o em absoluto, talvez pela postura, tranquila é certo, mas também inegávelmente suplicante daquele homem perdido no meio de uma tempestade para a qual nunca se praparara, porque sempre escondido em abrigos laboriosamente construídos.


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semtelhas @ 14:51

Sex, 28/03/14

 

Por estes dias vamos ansiosamente esperando pelas decisões do Tribunal Constitucional que irão ditar novos, indispensáveis, mas evitáveis sacrifícos não fossem as já habituais maldades praticadas pelos juízes daquele malfadado tribunal, perigosos praticantes de um esquerdismo que nos há-de conduzir à desgraça, continua a ser dirimida por toda a gente, agora inclusivé por dezenas de afamados estrangeiros, e por todo o lado, ele é em seminários, congressos, encontros, reuniões, televisões, jornais, revistas, mesas do café, e na cozinha lá de casa, da bondade ou não da política de austeridade, do abandono ou não do euro. Enquanto tudo isto vai alegrando a nossa existência, o país dito real lá vai andando como diz o povo e, volta e meia, misturadas na incontrolável torrente de notícias que diáriamente nos confunde, e haverá de sufocar no vómito da náusea que crescentemente provoca, surgem uns quantos dados aparente e surpreendentemente ainda indesmentíveis (?!?!) que uns quantos subversivos andam para aí a espalhar, e que em nada ajudam, a acreditar no que anunciam aos quatro ventos as eminências do poder por esse mundo fora, o fantástico desempenho de Coelho, Portas e Cª (e alguém de boa fé pode afirmar que para as idiossincrasias portuguesas haveria melhor solução?). A saber:

 

- Salário médio mais baixo de entre os países utilizadores do euro

- País em que mais aumentou a diferença de rendimentos entre ricos e pobres

- Com maior incremento nas custos de saúde

- O mais alto abandono escolar entre os países da zona euro

- Crescente diminuição nos apoios à educação

- País onde menos se lê

- Dos que onde mais se vê televisão

- Onde menos desporto se pratica

- Com mais jornais desportivos em função do número de habitantes

- Com das mais altas taxas de utilização de telemóveis

- Com maior indíce de penetração de novidades em comunicação

- O mais baixo grau de literacia da zona euro

- Com maior numero de telenovelas em exibição

- Onde mais reality shows são exibidos em função da audiência potencial

- Onde menos se vai ao cinema e ao teatro

- Maior indíce de veículos tipo jipe nas cidades

- Dos maiores indices de carros de luxo

- Pior oferta de camas para cuidados paliativos

- Das mais elevadas cargas fiscais

- O mais baixo salário mínimo da zona euro

- Com a mais elevada taxa de recurso a antidepressivos

- Das mais elevadas taxas de pobreza e a crescer

 

Portugal faz lembrar aquela máxima utilizada nas equipas de futebol, como não se pode mudar a equipa toda muda-se de treinador, e muda-se de treinador, e muda-se de treinador...

 

Há aqui qualquer coisa mal que não está bem! Ou o clube ao qual pertencemos é muito rico, ou nós seremos sempre muito pobres, ou então estamos no clube errado e temos que ser comparados e competir com gente mais parecida connosco! É tudo uma questão de expectativas! Caso Portugal fizesse parte do continente africano, afinal o que dele nos separa são meia dúzia de escassos quilómetros!, éramos uma superpotência, os nossos governantes estrelas objeto de aprofundados estudos nas mais renomadas universidades, e um povo com níveis de autoestima elevadíssima a ponto de dispensar antidepressivos. Para grandes males grandes remédios! Costuma dizer-se que não se pode escolher a família mas a questão é, qual a nossa verdadeira família? Não somos já o povo mais negro da europa? Qual é o único país que dá alguma luta aos corredores africanos de fundo e meiofundo? Abaixo a UE, viva a OUA! 


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semtelhas @ 13:31

Qua, 26/03/14

 

Dois John's, Le Carré e Updike, dois livros, O Amante Ingénuo E Sentimental, e, Brasil, a mesma fantástica capacidade de contar histórias! Le Carré, inglês, muito influenciado, quase paradigma, dessa forma muito britânica de estar na vida, encarada como um desafio a, sem dúvida! vencer, mas tentando observar um certo numero de regras, de entre as quais uma certa nobreza, frontalidade, mas também crua frieza de processos, incidindo essencialmente sobre as pessoas e as suas circunstâncias e menos sobre o ambiente circundante, serão porventura as que mais os distingue. Updike, oriundo dos EUA, com uma visão muito mais larga, no sentido da interação entre as pessoas, onde são dadas mais asas à imaginação, para isso beneficiando da maior exploração das ambiências, dos cenários onde decorre a ação.

 

Estão bem presentes estas características em cada um destes romances. O primeiro em volta das relações tempestuosas entre um trio amoroso para mostrar as virtudes e os pecados de uma vivência faz de conta, vendida aos interesses mundanos, uma espécie de hipotecar da alma, onde uma verdadeira existência, assente na verdade e consequente autenticidade de sentimentos, não tem espaço para resistir. Três personagens fabulosos, no sentido literal do termo, tão excessivos quanto inesquecíveis e portadores das mensagens estruturais das fábulas. O segundo seguindo uma viagem verdadeiramente arrebatadora de um rapaz e uma rapariga, em tudo diferentes, menos na visceral vontade de viver, e capacidade de sobreviver. Incrível como acontecendo as habitualmente consideradas mais horrendas situações, o plano em que o autor as apresenta torna-as não só suportáveis como quase normais. Sábia lição de vida.

 

Em comum estes dois magnifícos escritores possuem a maravilhosa magia de realmente transportarem o leitor ao mundo dos pesadelos e dos sonhos através de absorventes narrativas. Nestes casos importa menos a forma como o fazem, como a utilização mais ou menos repetida de truques da profissão, ou da pouca verosimelhança em algumas partes dos relatos, mas muito mais a óbvia capacidade literária demonstrada por vastos conhecimentos nas matérias abordadas, e sobretudo pela excelência da prosa. Ler estas obras pode não modificar estruturalmente a vida de uma pessoa, mas que daquela, no seu sentido mais amplo, lhe vai dar uma série de sinais importantes para o futuro também é verdade e, não menos significativo, fazem-no de uma forma leve, quase divertida!

 

 


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semtelhas @ 18:10

Ter, 25/03/14

 

Saiu. Estava uma daquelas manhãs em que os deuses acordam bem dispostos. A escassas dezenas de metros do mar o único ruído que dele podia ouvir era um suave ronronar que fazia adivinhar uma calma maré vaza. A confirma-lo pairava no ar um perfume agridoce a maresia feito de algas, moluscos, e do calor morno que começava a exalar do contacto entre a água e a areia, que aumentava à medida que se aproximava da praia. Quando transpôs a última duna aconteceu a epifania do costume mas muitas vezes potenciada pelas circunstâncias que vivia, pela decisão que acabara de tomar, assumir-se como companheiro de uma mulher a sofrer de uma doença altamente restritiva, pelo menos em alguns aspetos, de uma vivência verdadeiramente livre, e do filho que transportava no ventre, sobre o qual o único facto que ambos tinham como certo era de não ser ele o pai.

O sol já proporcionava uma agradável sensação de conforto ao bater-lhe nas costas, sentado a meia dúzia de metros do mar numa praia deserta. Passavam poucos minutos das oito da manhã pelo que, para além dos provocados pela natureza, a ausência de barulhos era quase total. Um silêncio que o fez viajar agora já não pelo passado mas projetando o futuro. Viu-se naquele mesmo sítio a brincar com um rapazito de cabelo vermelho e inúmeras pequenas sardas no rosto, que chutava uma bola e o desafiava dançando em frente dela na promessa da mais desconcertante das fintas. Ou seria uma menina com uns inacreditávelmente firmes totós numa farta e igualmente acobreada cabeleira, que bamboleva as pequenas ancas num precoce e perigoso movimento sensual, tentando manter em movimento um arco maior que ela sob o olhar feliz da mãe que nela se revia?

Quando regressava caminhando ligeiro, contagiado por um doce entusiasmo que lhe parecia brotar de tudo em volta, ansioso por o transmitir a Laura que imaginava mergulhada em pensamentos ainda sombrios, sim porque deles rápidamente se livraria!, reparou num vulto na varanda da casa virada para o mar e que não lhe parecia ser ela. Mais próximo pôde ver que assentava ambos os braços, quase pelos cotovelos, no corrimão, com a cabeça ligeiramente descaída numa enigmática atitude de abandono. Desistindo de conjeturas pousou os olhos no chão e aumentou ainda mais o ritmo a que caminhava. Quando chegou em casa, antes olhara para a varanda agora deserta, e entrou no quarto, deparou com Laura sentada no sofá ao canto. Vestia o seu próprio robe turco, restos de uma longínqua viagem e de um hotel de luxo, o qual, imaculado, mais realçava a sua palidez extrema por todo o corpo, só manchada por uma marca rosada de um dos lados do rosto e um fio de sangue seco proveniente do nariz que se ía desvanescendo até ao pescoço. Toda a sua linguagem, física e facial, transmitiam um misto de alívio e insuportável tensão, esta só legível nos olhos, quase deitada no sofá numa posição que permitia vislumbrar-lhe parte dos seios e os pelos púbicos da cor da enorme cabeleira que dominava o quadro, como que iluminando aquele conjunto irreal. Uma deusa mitológica! 

Quando conseguiu libertar-se daquela imagem muda que o hipnotizava, e como resposta ao turbilhão de perguntas que lhe afluíam confusas à mente, apercebeu-se de uma silhueta escura para lá das portas de vidro, translúcidas na sua parte inferior, de acesso à varanda. No chão, no meio de uma poça de sangue, jazia o exnamorado, a minha, a nossa? "besta negra", com aquilo que reconheci ser a minha faca de cortar papel, um magnífico sabre miniatura com o punho cravejado de pedritas multicolores, normalmente esquecido em cima da secretária no quarto ao lado que utilizo para guardar os livros, ler e escrever, e que num surpreendente acesso de memória recordei com prazer a cortar papel emitindo aquele som definitivo e libertando uma ténue núvem de pó por ser reciclado, afundada algures entre duas costelas logo abaixo do coração. Não tinha pulsação! Estava morto! Laura observava-o encostada à ombreira das portas de correr sem uma pinta de sangue a denunciá-la, fora um golpe limpo! Quando começou a falar fê-lo devagar, pausadamente, olhos postos ora lá longe num horizonte que não via, ora bem fundo nos seus olhos perplexos e assustados, ali sentado ao lado do cadáver, paralisado, incapaz de proferir uma palavra. Seguiu-nos até ao médico que por coincidência é seu amigo, e provando-lhe que nos conhece conseguiu convencê-lo a dizer o que se passa comigo, menos a parte da seropositividade. Veio aos gritos e ameaças reclamar o filho que diz ser seu...sim Ivo...voltei a deitar-me com ele... uma vez,  num dia de fraqueza. Como aconteceu depois daquilo em Paris vinguei-me dizendo-lhe que estava infetado com sida. Furioso deu-me um murro. Fugi para o escritório, peguei na faca e quando ele entrou dei comigo a espetar-lha no peito. Começou a gemer de dor, a cara de espanto! disse para si própria. Foi a cambalear até à varanda e acabou por cair. Seguiu o pingos de sangue nos quais só agora reparava e que confirmavam o que ela lhe dizia, levantou a cabeça até encontrar os seus olhos suplicantes, acordada de um pesadelo que descobria real, de onde jorravam lágrimas e justificações e correu a abraçá-la.


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semtelhas @ 16:24

Seg, 24/03/14

 


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semtelhas @ 13:25

Dom, 23/03/14

 

- Responsáveis do Tottenham avisaram adeptos para carteiristas lisboetas - Não havia necessidade, à hora do jogo ainda deviam estar nos seus gabinetes ali na Praça do Comércio.

 

- Guardiola disse que a mulher se queixa das suas decisões táticas - A que decisões e a que táticas estaria a senhora a referir-se? Será que o homem afinal não é bom de (todas as) bola?

 

- Van Gaal afirmou que ou vai para a premier league ou se reforma e vem para Portugal - Cá está mais um grande candidato a treinador do Sporting depois do Jardim secar.

 

- Mais de metade dos portugueses acorda cansada - E depois ainda vêm com a conversa que o problema português é a produtividade. Pois se já começam o dia cansados!

 

- O Papa disse aos mafiosos para se converterem - Devia fazê-lo quando o visitam com honras de estado enquanto representantes do poder.

 

- Seguro diz que governo esconde dois mil milhões de cortes para 2015 - Em ano de eleições? Ah pois! Este também é e o Seguro depois desmente tudo.

 

- São já 752 os candidatos portugueses às autárquicas em França - Agora a coisa vai! Mais uns anitos e têm os tribunais entupidos de processos de corrupção deixados a acumular por juízes comprados.

 

- Satélite francês detetou aquilo que parecem restos do avião malaio - Depois dos australianos, dos chineses, dos...e os ingleses e americanos já vão a caminho! Faz lembrar um concurso de misses para medir qual delas mais ardentemente deseja a paz no mundo...

 

- Jardim diz que anúncio de recandidatura foi uma brincadeira - Tem que se dar um desconto aos viciados, neste caso em candidaturas e brincadeiras. Um carnaval...

 

- Arsene Wenger afirmou antes do jogo com o Chelsea que não se pode ser amigo de Mourinho - Depois levou seis secos como prenda do seu milésimo jogo! Este português...sempre a dar a outra face!

 

- Católicos ajudaram a esboroar o salazarismo, escreve o Sol - Pois...deve ter sido para confecionar um povo à lagareiro...

 

Expresidentes da CIP condenam Saraiva por assinar manifesto dos setenta - Masoquismo ou falta de pedigree? Afinal o homem já foi sindicalista, o ingrato!

 

- EUA e UE decretaram sansões a alguns cidadãos russos - De facto nesta palhaçada toda à volta das reações a propósito da anexação da Crimeia, faltava qualquer coisa realmente com piada. De ir às lágrimas!


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semtelhas @ 14:33

Sab, 22/03/14

 

Na sala sentado em frente à televisão ligada cuja imagem, juntamente com o música dita clássica que saía do rádio, serviam de catalizadores para que os pensamentos fluíssem disciplinados, sem margem para se dispersarem pela concentração a que a imagem e o som os obrigavam, passou na mente uma versão do que até aí fora a sua vida, e a escolha que estava prestes a fazer do que viria a ser daí para a frente.

Quase a entrar nos sessenta tinha vivido a vida que escolhera, essa era a grande verdade, uma opção essencialmente egoísta que jamais o deixara abrir mão do que realmente mais profundamente desejava. E a que é que isso o havia conduzido? Não se podia queixar, boas ou más tinham sido as suas escolhas. A não sujeição continuada a nada nem a ninguém, uma independência pessoal encarada como de uma religião fundamentalista se tratasse, um sistemático desatar de laços e sobretudo de nós em nome de uma liberdade em toda a linha.

Se era certo que se podia considerar um homem feliz também era um facto que, desde já haviam meia dúzia de anos, uma espécie de aridez parecia avançar por aquilo que era a sua vida. Uma desertificação que se instalava devagar mas firmente. Primeiro tornara-se sensível quando refletia num espaço temporal tão vasto como um ano, como, para além de estar mais velho, quase nada mudara, mas depois o cerco foi-se apertando e a insidiosa sensação de sufoco avançara, esse estado de espiríto atacava em períodos cada vez mais curtos, a ponto de, se quisésse ser completamente sincero consigo próprio, atualmente ser pouco menos que diário. Precisava de um motivo para continuar a encontrar sentido na existência que não sómente o básico sobreviver. Já não lhe bastava essa, percebia-o hoje, a que considerava tão nobre e enriquecedora estranha forma de vida que tivera, feita do constante assentar de pequenos tijolos de conhecimento em busca da tranquilidade que a construção desse muro em torno de si efetivamente lhe tinha proporcionado, não só porque, talvez, e só talvez, a ausência de transparência desses tijolos precáriamente translúcidos como a dúvida, lhe escondia respostas cada vez mais urgentes, mas também porque a argamassa que fora feita de esperança e utopia que unindo-os possibilitara a construção desse frágil castelo, crescentemente carecia de consistência face a um corpo que dava mostras de desgaste por todo o lado, e uma mente a dar os primeiros verdadeiramente estruturais sinais de cansaço. Precisava pois de uma missão, da força e inspiração a que tal desafio obrigavam.

Encontrou-a naquela mulher que dormia na sua cama, na sua doença, nos infindáveis tratamentos até à morte e que, mesmo assim, podia acontecer a qualquer momento apesar da doença estar a tornar-se crónica. Mas, entristeceu-se, só graças a ingestão de inumeros fármacos diáriamente. Para sempre! Isso do para sempre não existe, pensou de imediato. Depois... nunca mais Laura seria Laura. Haveria sempre uma núvem negra a ensombrar os seus olhos, a enfraquecer os seus atos até aqui plenos de energia. Isso do para sempre não existe, repetiu para si próprio. E o sexo? Como seria? Teria que ver aumentadas as suas variáveis de carinho e afeto como compensação do resto. Teriam ambos de abdicar do lado animal que tanto adoravam. Para ele não seria assim tão difícil, afinal a idade não perdoa, mas, e para ela? Não tinha sequer quarenta!

A resposta, tal como acontecera com Laura, chegou-lhe quando imaginou a criatura que crescia no ventre doente daquela mulher. Nem sequer era seu filho, mas juntos haviam de conseguir que nascesse saudável e seria a si que chamaria pai. Os primeiros raios de sol entraram pelos furos da persiana e iluminaram o sorriso que ostentava no rosto!


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semtelhas @ 12:15

Sex, 21/03/14

 

É o nome original do filme que em Portugal foi denominado Obediência, e neste aparentemente pequeno pormenor, está presente o essencial do filme, ainda que de uma maneira menos gravosa, a demonstração de um certo relaxamento, mediocridade, na verdade a tal complacência, não originária numa qualquer superioridade mas exatamente no contrário, numa espécie de desistência da luta pelo que está certo, pelo que merece ser defendido, fruto da ignorância, da falta de valores, uma pobreza de espiríto muito presente em largas faixas da população menos instruída, cujas motivações para existir assentam muito mais numa lulufa diária pela sobrevivência do que por uma vida que valha a pena seguindo certos princípios, situação pela qual, óbviamente, são não só os menos culpados como sobretudo maiores vitímas, desde logo porque armas principais daqueles que tendo toda a instrução do mundo são intrínsecamente maus e, consequentemente, se valem exatamente dessa fraqueza em seu benefício.

 

Recorrendo a uma história poderosa e muito perturbante, o filme demonstra isso mesmo e muito mais. Talvez o aspeto mais chocante seja a constatação de quanto somos frágeis, de como o ponto de rutura, aquela linha invísivel que corresponde ao momento em que deixámos de raciocinar e seguimos os nossos instintos animais mais básicos, é alarmantemente sensível, quase palpável. Naturalmente que esse ponto de rutura depende exatamente da tal preparação de cada um, vulgarmente dita educação, familiar, académica, cívica, mas, tal como se costuma utilizar aquela máxima que diz todos termos um preço, também neste caso se pode afirmar com segurança que ninguém está imune a esse risco. O filme, baseado em factos reais ainda que compreensivelmente, imagino, algo apimentado,  prova-o fornecendo entre os personagens centrais pessoas com diferentes níveis de motivações, e ninguém ali é completamente ingénuo nem sai totalmente inocente.

 

Concerteza surpreendente para muitos o nível de ignorância e laxismo presentes nos EUA profundos, os quais, em boa verdade correspondem a mais de metade daquele fabuloso país. Excelentes estes pequenos filmes independentes, fora do circuito dos grandes estúdios de Hollywood e dessa poderosíssíma máquina de propaganda que vende a marca USA com um brilho que nada tem a haver com boa parte da realidade. Também e muito particularmente ali, os mais urbanos espertalhões, e até a forças de segurança, se valem da fragilidade e das várias formas de indigência dos mais desprotegidos para praticar os mais diversos tipos de abusos. É tudo uma questão de exemplos a seguir e nesta como em muitas outras matéria os EUA estão longe de ser o melhor apesar dessa extrordinária virtude, que continua a ser a sua grande maisvalia, de serem transparentes dando-nos estes magníficos filmes como preciosos alertas. 

 

 

 


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semtelhas @ 15:26

Qua, 19/03/14

 

Desde menino que era capaz de passar tempos infinitos a brincar sózinho em dois metros quadrados com um carrito, a observar durante largos minutos um gato que dormia entre as ervas altas do jardim ou dois caracois a subirem pachorrentamente uma parede, a tentar espreitar as pernas das tias debaixo da mesa de uma refeição, ou, mais tarde, a ler afincadamente ao longo de inesquecíveis tardes inteiras, das quais mantém incrívelmente vivos os mais pequenos pormenores, quer do que o rodeava, quer do que se passava durante esses períodos vitais na construção da pessoa que viria a ser, em que mantinha os sentidos absolutamente alerta graças à concentração total em que se encontrava mergulhando num livro. Aparentemente, e de facto, pouco acontecia na realidade mas, dentro da sua cabeça, desfilavam terríveis acidentes, disputavam-se emocionantes corridas, era atacado por um perigoso e enorme felino, quase conseguia senti-lo imaginando o perfume misterioso, adocicado e quente que axalava do meio das pernas daquela jovem tia em especial e, aos livros, foi buscar tudo, a até razão para continuar a existir...

 

Os primeiros tempos na escola foram terrívelmente difíceis porque raramente permanecia dentro da sala de aulas, só lá ficava o seu corpo. Era por isso um mau aluno e perseguido por professores e colegas. Os primeiros desesperavam pela sua incapacidade  em aprender, assumindo foros de verdadeira tortura se tinha que dar públicas demonstrações da sua incontornável burrice quando, por exemplo, o mandavam ir ao quadro, os segundos com a crueldade própria da crianças, fruto da sua absoluta e ingénua sinceridade, faziam dele uma espécie de bobo da turma e mesmo, algumas vezes, bombo da festa. Sempre metido consigo mesmo, muito longe algures num outro mundo, circunstância com o passar do tempo por todos percebida, era desses sonhos brutalmente despertado, ora pelos gritos, cachaços se fosse homem ou puxões de orelhas se fosse mulher no caso dos professores, quer pelos sustos que lhe pregavam os colegas que riam a bandeiras despregadas com os saltos que dava.

 

Na violência do seio familiar, pela qual o lado materno lhe parecia o culpavam, ainda muito antes de ir para a escola, já ao miúdo que era chamavam os mais variados nomes para além daquele que realmente tinha, morcão, songa, medricas, sustrão. Sempre com a cabeça no ar. Em todos eles sentia uma acusação que mais o diminuía. Enquanto os primos se expressavam ruidosamente nas suas brincadeiras, cometiam os excessos que deles se esperavam, subir a árvores, andarem à pancada, sujarem-se até à epiderme, magoarem-se nos joelhos, ele permanecia pacato e estranhamente limpo a observá-los, sugerindo esta ou aquela alternativa, mesmo ordenando isto ou aquilo, e só chegava a casa com os joelhos a sangrar por sistemáticamente correr distraído sem olhar para onde punha os pés, pelo que passava a vida a tropeçar, cair e a magoar-se. Ninguém ostentava mais feridas que ele! Autênticas medalhas quase autoinfligidas e fitadas com orgulho, que então não percebia serem como que únicas provas, que dava a si mesmo e aos outros, da sua existência fisíca e similaridade com todos.  

 

Foi crescendo, lendo, observando e aprendendo. A adolescência ainda foi dolorosa mas mais por causa das reminiscências duma infância aterradora, porque a sua existência era já quase exclusivamente uma fuga na leitura, nos intervalos da qual decorria a vida real, o que, simultâneamente, lhe ía fornecendo ferramentas para se defender, desmontando as multiplas fraquezas que crescente e surpreendentemente descobria naqueles que, havia ainda tão pouco tempo! invejava, admirava e considerava  imensamente superiores a si próprio. Com os primeiros anos de juventude chegou a liberdade, quando começou a pôr em prática a sua formidável capacidade de argumentação, filha do conhecimento e preciosa experiência nascidos das inúmeras histórias lidas, e do correto uso das palavras. Primeiro em casa, derrotando um pai em fúria, depois na escola onde passou a brilhar entre os melhores, finalmente na vida que aprendeu a compreender desvendado a beleza que esconde em toda a sua crueza. Hoje, mais que nunca interpretando-a através de toda a expressão artística e muito particularmente da literatura, tem por lema, pés bem assentes na terra e cabeça nas núvens!


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semtelhas @ 14:06

Ter, 18/03/14

 

Muito morena e baixinha, cabelo preto cortado curto, cara de fuínha, gorducha com as banhas a dançar ao ritmo dos passos curtos e, pela mão, a sua cara chapada em cima de um corpito de um miúdo que a olhava, com ar de espanto interrogativo, ao ouvi-la dizer enquanto nos cruzáva-mos, vigiando-me, olhar desconfiado, nariz minúsculo, lábios húmidos de saliva a brilhar numa boquita faladora, e toda enfeitada por uma panóplia de artefactos pendurados nas orelhas, nos pulsos, na cintura, exibindo um vistoso decote, uma reduzida minisaia, e uma botas de cano alto que lhe conferiam um aspeto de anã, vês ali o teu pai, apontando na direção em que seguia, "num" conheces o teu pai? Por motivos que desconheço em absoluto, e não obstante só para ela ter olhado depois de a ouvir, ter-se-á sentido intimidada com a minha presença, ou então talvez a mais provável chamada de atenção tão própria nas divas... vai daí há que anúnciar a presença do protetor, não menos esbelto e artilhado macho. Quase de seguida ouço uma vozearia que me chegava de trás. Parei e virei-me. A uns bons cem metros, a correr na direção daquela que pressupus serem o seu filho e mulher e de mim próprio, vinha um indivíduo por quem passara minutos antes, e que me chamara a atenção pelo multicolorido fato de treino, superluminosas sapatilhas que mais pareciam duas enormes naves espaciais dada a esquisitíssima proporcionalidade do conjunto, e especialmente num par de correntes metálicas a condizer, uma ao pescoço, outra no pulso direito, segundo me pareceu presa a uma espécie de pingalim cuja serventia não descortinei, não vira quadrúpedes nas redondezas!, a proferir todo o género de impropérios e ameaças. Calculando mal o esforço que tinha que fazer deslocando-se sobre uma considerável altura de areia que atualmente cobre o passadiço de madeira, também ele gorducho e de perna curta, rápidamente lhe começou a faltar o ar. Avaliando cuidadosamente as circunstâncias e dimensão fisíca da ameaça, resolvi esperar para lhe aplicar ao melhor estilo do bom velho Bob De Niro, are you talking to me? Terá interpretado o movimento do braço da mulher como um qualquer pedido de ajuda pelo que, qual princípe em defesa da sua donzela, desata a correr a salvá-la vá lá saber-se de quê. Quando estava a poucos metros de mim, numa zona já com pouca areia e portanto muito mais favorável a escorreganços, completamente esgotado, tropeça em si mesmo e cai sobre um dos joelhos magoando-se. Aproximo-me dele que, ainda no chão, tenta falar mas, com manifesta falta de fôlego, só lhe sai um impercetível espécie de grunhido. Sem coragem de abusar da evidente fragilidade do homem, e prescindindo da minha grande oportunidade de brilhar pergunto-lhe, precisa de ajuda? Ainda no chão ergueu um pouco a cabeça e, sem me fitar, abana-a enérgicamente para um lado e para o outro respondendo negativamente. Segui o meu caminho sem me virar para trás enquanto ouvia o infeliz a insultar furiosamente a pobre mulher.


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semtelhas @ 12:39

Seg, 17/03/14

 

Ainda me lembro de um pequeno peso que os merceeiros deviam colocar no prato da balança onde já estava depositado o correspondente em chumbo do peso pretendido, acertando assim o ponteiro do visor acrescentando ou tirando à mercadoria, mas, muitas vezes, colocavam o contrapeso ao lado da mercadoria substituindo-a, no lado errado da balança portanto, roubando assim no produto que o cliente pagava apesar de não o levar para casa.

 

Ao longo da história da recente democracia portuguesa o CDS, e muito particularmente Paulo Portas, para mal dos nossos pecados, que devem ser muitos! têm sido o sistemático contrapeso do poder político aliando-se ao partido maioritário pouco se importando qual o parceiro. Uma autêntica galdéria. Aquilo que normalmente é a muita elogiada capacidade dos portugueses alternarem a cor dos donos do poder, mais não tem servido que para a manutenção das meiastintas eternizando este meialeca nos sucessivos governos.

 

Assim como quem não quer a coisa o artista já anda a pavonear-se por esse país, e mesmo mundo fora, há largos anos saracoteando-se a dar à lingua, aliás em várias e bem, diga-se em abono da verdade, e, tal como os tais merceeiros, tem como verdadeira arte a capacidade de iludir o cliente, neste caso não roubando no peso, mas enganando o desinformado eleitor, contribuindo decisivamente para manter os seus influentes amigos nas cadeiras do poder, e o país consistentemente cada vez mais na mesma.

 

E o mais incrível é que se prepara para voltar a fazer o mesmo! Bastará um pouco de atenção para notar, por um lado nunca ter largado a postura populista descarada e sem vergonha ao longo dos últimos anos para grande desespero do amigo Coelho, por outro e concomitantemente como, sorrateiro e manhoso vai mantendo o PS à babuje para o caso deste precisar do habitual contrapeso para chegar ao poder. Um fenómeno que se repete e do qual tarda ver-mo-nos livres!


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semtelhas @ 12:23

Dom, 16/03/14

 

- Bruno de Carvalho critica jornalistas por falarem em talhos - Pode ficar descansado porque caso mantenha o discurso a inflamar os lagartos desordeiros, não vai tardar nada também vão falar de carne ao dependuro.

 

- Cavaco está espantado com a dificuldade em fazer acordos políticos em Portugal - Diz o que não tem dúvidas, não lê jornais e nunca se engana! Ai esta memória! Será o sr. alemão a atacar? 

 

- Cavaco não convidou presidente do governo autónomo açoreano para viagem ao Canadá onde maioria dos emigrantes portugueses são dos Açores - Pois, mas o governo local não é do PSD! Esta gente demora a perceber a lógica presidencial! Irra!

 

- Reestruturar a dívída é mensagem errada, Passos Coelho - Depois da posição de cócoras, a de fazer de morto, qual se seguirá? Salivar pacientemente à espera que o dono atire o osso?

 

- O árbitro que mais jogos dos grandes apita só não desceu de divisão graças a um alargamento da principal - Das duas uma, ou o reconhecimento que as classificações são fabricadas, ou o assumir que as nomeações são compradas.

 

-PS pede inquérito a negócio de Marque Mendes na Madeira - Já faltou mais do que o que falta para desmascarar este pequeno grande aldrabãozito.

 

- Oito em cada dez trabalhadores estão exaustos e percentagem deles com esgotamento duplicou em seis anos - Uma cambada de aldrabões e preguiçosos. Bem fez o governo em tirar-lhes ao subsídio de doença. Definhem para aí! Quem é que precisa deles? 

 

- Comissões de bancos sobre contas à ordem vão aumentar - Com maior incidência sobre as contas com menos dinheiro, ficando isentas as que mais têm. E se os que não contam levantassem todos os tostõezitos que lá têm? São pequenos mas são muitos! É que a comissão vai ser muito maior que os juros! Debaixo do colchão, já!

 

- Treinador do Tottenham diz que Jorge Jesus não tem classe - Porquê? Por mascar um quilo de pastilha elástica de boca aberta e ser grunho de cima a baixo, ou por ter abalrroado os orgulhosos spurs na sua própria casa?

 

- Sporting ameaça que vai levar árbitros a tribunal - Está bem visto! Talvez assim finalmente consiga ser campeão! Na secretaria. 

 

- Expresidente do Bayern vai ficar preso por mais de três anos - Entretanto os cobres que foi ilegalmente amealhando lá vão rendendo uma super equipa de futebol que tanto jeito lhe vai fazer para passar o tempo a ver na televisão da pildra.

 

- Oliveira Costa pede a prescrição das multas do processo BPN - Uma ciumeira esta guerra entre banqueiros vigaristas, vigaristas banqueiros ou lá o que é! O que tem a mui enferma e cavacodependente criatura, menos que o injustiçado Jardim ou o indignado Rendeiro? Prescrição já!

 

- Santana Lopes diz que Sócrates foi um primeiro ministro com visão - Se os votos nele, Sócrates, servirem para o levar a ele, Santana, a presidente da república até jura que ele, Sócrates, foi o melhor pm que ele, Santana!

 

- A irmã de Ronaldo vai participar num reality show espanhol - Finalmente uma genuína representante do país real como o provam os milhares de votos de sucesso e os multiplos patrocínios. Somos grandes! Felicidades Ronalda!


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semtelhas @ 12:16

Sab, 15/03/14

 

Positivo! disse o médico. Petrificados ficámos a olhá-lho como quem espera a confirmação ou que desatasse a rir confessando estar a brincar. Mas não. A expressão que manteve não só não indicava quaisquer tréguas como parecia preparada para desferir novos golpes, a espada ainda a postos com sua lâmina a brilhar ameaçadora. E está grávida. Os últimos segundos, que sentira como horas, consumira-os a sorver sôfregamente tudo o que Laura falava no seu silêncio e, completamente desarmado, pareceu-me perceber uma espécie de alívio imediatamente após a segunda avassaladora notícia ainda dentro do mesmo minuto. Confirmei-o logo de seguida quando disse, acho que li em qualquer lado que o bébé pode nascer saudável, e ficou especada como quem espera uma sentença. Sim. Se a mãe mantiver certos cuidados.

A caminho de casa esclareceu-me a propósito de uma observação que o médico fizera ao facto de, apesar de ter decorrido um tempo considerável entre o ato sexual em causa e a análise, ainde serem detetáveis no sangue vestígios de uma droga da família, ou mesmo de cocaína. Depois da desbunda que tinha sido a festa de apresentação do livro, ele ainda abriu mais uma garrafa de champagne já no quarto do hotel e, na altura, aquilo soube-me um bocado amargo, mas levei a coisa mais para a bebedeira, a saturação do organismo. Agora acho que o gaijo deve ter metido no copo um comprimido qualquer, um speed, é típico naquela malta da alta. Já tudo experimentado, tudo vivido, nada a perder. Meu Deus! Que burra fui! E como eu me sentia feliz no meio daquela gente...o mais longe que tinha ido foram uns charritos, e há quantos anos! Claro depois...só as vezes que recomeçamos durante horas! O preservativo foi um próforma, uma espécie de licença para entrar...

Refletindo no que disse, pousou a mão no meu ombro o que me levou a tirar os olhos da estrada e constatar que as lágrimas lhe corriam pela face, mais uma máscara, que mantinha o aspeto de falsa tranquilidade. Não sei de quem é esta criança, houveram outros, mas sabemos que não é teu Ivo. Vou tê-lo. Vou fazer dele a razão da minha existência. Parou observando-me, e desde já, fazendo tudo o que fôr necessário para que nasça sem problemas, mas tu és um homem livre. Sei que não precisas que tu diga, é só para que saibas a minha disposição. Calou-se.

Ainda hoje não sei como chegámos a casa! Não recordo dessa viagem outra coisa que não seja um turbilhão de ideias que me revolviam nessa, e em todas as outras entranhas. No momento em que ela se calou fui incapaz de articular uma palavra sequer e, sem que com isso eu tivesse qualquer intenção, instalou-se entre nós um silêncio pesado que serviu para mentalmente articular-mos os respetivos discursos que se seguiriam, pelo menos era isso que eu pensava até ao momento de, eu já a preparar-me  para abrir a porta da garagem e ouço-a, fria, se quiseres posso ficar na minha casa.

Fitando-a e percebendo o seu desespero reagi suavemente não obstante  a vontade que, também eu, senti-a de "explodir", primeiro sabes que isso é um completo disparate, não tens lá condições, mas mesmo que aquilo fosse o Ritz, hoje, especialmente hoje, nunca te deixaria sózinha, depois, já devias saber que esse tipo de observações me magoam e ofendem. Abraçou-me e desatou num choro convulsivo que haveria de continuar até se meter na cama, depois de tomar um comprimido sonorífero de uma caixa que Sílvia lá deixara esquecida. Quanto a mim tinha pela frente uma daquelas que haveriam de ser das mais longas noites da minha vida.

 


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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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