semtelhas @ 15:11

Ter, 31/12/13

 

 

 

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semtelhas @ 13:12

Seg, 30/12/13

 

Depois de respigar o frigorifíco, normalmente quase vazio, e de por lá ter encontrado manteiga, presunto, queijo, umas compotas e meia garrafa de vinho branco, pousei tudo em cima da mesa da cozinha, juntei umas tostas integrais e abri uma garrafa de tinto. Laura, perna cruzada, cotovelo direito apoiado na mesa e a cabeça, de lado, na mão, observava-me, relaxada, depois de vários horas de luta intensa, que foi derivando da fogosidade, para os pequenos prazeres da descoberta de cada cêntimetro quadrado dos nossos corpos, não queres ligar aquela televisão? Desde que te vi de manhã parece que o tempo parou! E como, ainda por cima, desliguei o telemóvel, sinto-me como se estivesse noutro planeta. Comigo acontecia o mesmo. Estávamos juntos desde haviam para aí doze horas, mas parecia conhecermo-nos desde muito mais tempo atrás. A primeira daquela dúzia de horas estava estranhamente distante. Apanhámos o noticiário que fomos acompanhando em silêncio, ocupados a pouco menos que devorar o que havia, ela bebendo branco e eu tentando degustar aquela garrafa de tinto que vinha guardando para o momento certo, que chegara da forma mais inesperada, devia ter deixado o vinho respirar mais um bocado, prova, é muito bom! Obrigada, mas prefiro o branco fresco. É melhor para a sede que tenho. Durante a tarde, nos intervalos concedidos pela euforia de nos saciármos doutras sedes, e perante as dúvidas dela relativas à minha familía, contei-lhe que emigraramos quando tinha oito anos, para o Canadá, eu, o meu pai e a minha mãe, mas que quando cheguei aos dezoito, e pude tomar as minhas próprias decisões, apesar de pouco mais ter feito que iniciar a licenciatura em Direito, cansado do frio e do cinzentismo daqueles lados, voltei para Portugal, para casa da avó materna que entretanto morreu. Até hoje por lá continuam, apoiando-se na familía numerosa da irmã da minha mãe que inicialmente lhes arranjou trabalho e nos chamou. Nestes anos todos visitei-os três vezes, eles nunca mais voltaram, portanto a relação é, em todos os sentidos, distante. Desde que me empreguei ainda nos dezoito, fui saltando daqui para ali, sempre liderando pessoas nas mais diversas funções, com algum êxito, ao sabor de empresários e patrões, com os quais, por esta ou aquela razão, acabei por terminar as relações profissionais. Hoje, quando penso nisso, segredei-lhe, acho que sou assim uma espécie de amostra de frustração de empresário. Estás a ver aqueles indivíduos que vão para árbitros só para fazerem parte do jogo, mesmo não sendo jogadores porque lhes faltou o talento ou a força para o tentarem? Os gaijos devem ter topado. Por outro lado nunca me dei bem com a forma como a maior parte dos patrões interagem com os empregados. Sonhador ou não, continuo a pensar que eles é que são a verdadeira riqueza ou pobreza de uma empresa. Também devem ter topado isso. Quanto a ela orgulhava-se sobretudo da sua curta carreira enquanto jornalista, especialmente de várias reportagens no estrangeiro que lhe permitiram conhecer algum mundo, e muito lamentava que o grupo económico que sustentava o jornal, por graves problemas financeiros, lhes tivesse "tirado o tapete", Temos que cortar no que é deficitário e não o é pouco! Ter-se-ão justificado. Porque quanto à infância, adolescência e mesmo juventude de filha única, tinham sido normalissímas, talvez um pouco menos no que respeitava à frequente ausência dos pais, mais preocupados com as suas vidas profissionais. Trocávamos algumas ideias a propósito de tudo isto, como quem corta aqui e ali fios que ficaram soltos, eu misturando água no café depositado no fundo da cafeteira quando, ela suspensa de uma noticía televisiva, deixou escapar um ligeiro gemido seguramente sem disso ter dado conta, como quem instintivamente reprime um soluço. Não tens que avisar ninguém? perguntara-lhe quando descíamos para a cozinha. Disse-me então que, sendo sexta-feira, os pais tinham arrancado após o almoço para o fim de semana em Penafiel, pelo que estava livre de qualquer compromisso. Um acidente numa estrada secundária entre o Porto e Penafiel, fez, esta tarde, dois mortosum homem e uma mulher, o automóvel ficou totalmente destruído, relatava o locutor enquanto mostravam imagens assustadoras. Inconscientemente já refém daquele sentimento de incredulidade que não raramente invade as pessoas quando em situações de grande felicidade, que as põe expectantes à espera da fatura, como se algo de terrível tenha de acontecer em nome de um qualquer e maldito equilibrio, procurou nervosamente o telemóvel e, mãos ligeiramente trémulas e dedos inseguros, fizeram aparecer no pequeno visor uma mensagem que anunciava mais de dez chamadas não atendidas.

 


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semtelhas @ 11:10

Dom, 29/12/13

 

Este Natal ofereceram-me vários CD's de música entre os quais um que não aprecio particularmente, daí ter pensado reencaminhá-lo para uma jovem da familía, que dada a natureza musical do mesmo, julgo haver grandes hipóteses ser do seu agrado. No entanto, de repente, dei comigo a constatar que não me lembro de ver um leitor dos ditos em sua casa, vejo-a a escutar mas é com auscultadores nos ouvidos. Mais um exemplo de como o individualismo acaba por ser, muitas vezes, não tanto escolha quanto imposição e moda. Foi esta última palavra que me fez recuar aos anos da minha infância para recordar como naquela época a música era muito mais partilhada, especialmente pelo meu tio Ó...

 

Lembro-me perfeitamente de quando ele se fazia anúnciar entrando pela porta ao fundo do corredor, comum aos quatro inquilinos, arrastando sonoramente umas socas com uma altissíma sola de madeira, coqueluche na altura, criteriosamente a condizer com umas calças de boca de sino para aí com trinta cêntimetros, camisa florida multicolor, quer fosse verão ou inverno, durante o qual, e muito contrariado, acedia a acrescentar um casaquito de malha, em qualquer dos casos sempre aberto no minímo três botões para deixar respirarem à vontade os três ou quatro pelos do peito, e mostrar a grossa, infelizmente não tanto quanto ele desejaria, volta de ouro, de onde pendia um vistoso senhor na cruz.

 

Nesses momentos, eu dentro de casa, pressentia o meu pai a começar a ferver, aquele seu irmão tirava-o completamente do sério, e ouvia uma sucessão de portas a fechar-se, persianas a ser corridas e, se calhava estar a uma das janelas que davam para o espaço interior coberto e de acesso às várias casas, a expressão de urgência estampada nos rostos da vizinhança, já antecipadamente aterrorizada pelo que viria a seguir. Menos de cinco minutos depois já Nelson Ned gritava a plenos pulmões, disculpi eu ti falá, vieram mi contá, qui vais parti... fazendo estremecer o mais remoto canto de cada um dos desprotegidos lares, e sobretudo arrasando os nervos das criaturas que, em vão, nas suas entranhas se tentavam refugiar. 

 

Mais tarde chegaram as modas daqueles rádios enormes, cinquenta por vinte?, que muitos, estóicamente carregavam às costas bem encostados a uma das orelhas, para todo o lado, dando carinhosa, ou furiosamente, mas sempre gratuita, música a quem dela tanto necessitava, atitude pela qual, dependendo dos casos, se achavam profundamente adorados ou odiados. Também os célebres tunnings, que ainda hoje fazem a alegria dos nossos dias, um bocado à força é certo, mas o que interessa é a intenção! São alguns exemplos de como dantes a música era solidária e alegremente partilhada. Hoje, quando muito, só o é indiretamente, quando estupidamente entupidos por excesso de décibeis nos phones, alguns sucedâneos do meu tio se deixam atropelar nas passadeiras. 

 

Estas últimas já não foram modas a tempo para o meu tio, entretanto envelhecido, gasto pelos concertos musicais que, especialmente no inverno e malgrado o malvado casaco, insistia prolongar em longas noites de tosse, também alimentada a SG Gigantes que devorava com elegância. Cada vez mais mouco mas não menos louco, para desespero do desamparado irmão, ía colecionando namoradas, sempre para casar e logo trocadas, sedutor, talvez por causa das suas unhas sempre cuidadosamente envernizadas, amanhã vais ter coragem de estragar o verniz na máquina de soldar? Parece que ouço o meu pai a urrar, ou áquele seu jeito de vestir que agora me faz lembrar aquelas e aqueles arrepiados rapioqueiros do carnaval gélido e chuvoso cá do norte, seguramente graças à sua desconcertante alegre e despreocupada alegria de viver. Será a ele que devo esta mania de ter um rádio em cada canto?

 


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semtelhas @ 14:57

Sab, 28/12/13

 

- McDonald's aconselha os seus funcionários a não comerem fast-food - Consome o que eu faço não olhes para o que eu digo.

 

- Ronaldo e Irina inseparáveis - Está em todos os jornais. Que o digam as fotografias com o moço sempre a agarrá-la e a moça sempre de trombas. Parece aquela estória dos presidentes dos clubes a darem total confiança aos presidentes como pré-aviso de despedimento.

 

- Durão Barroso começa aparecer em fotografias de grupo da sua familía política em Portugal, e Guterres a falar grosso contra políticas de direita - Quando é que são as eleições presidênciais?

 

- Passos não mentiu sobre os números da criação de emprego no seu discurso de Natal, deu-lhes foi uma interpretação diferente - O que faz dele não um mentiroso mas sim um enganador compulsivo.

 

- Portugal entre os países com maior risco para ocorrência de convulsões sociais - Devem estar a referir-se aos juízes, aos médicos, aos professores e aos policías.

 

- Bruno Carvalho afirmou que os sócios não estão a corresponder às necessidades do clube à altura do que o está a fazer a principal equipa de futebol - É pedir enquanto pode!

 

- Chineses milionários invadem Portugal comprando centenas de casas de luxo - Primeiro foram os dos Trezentos, agora estes, pelo andar da carruagem está visto que a seguir vão dar-nos o arroz

 

- Quaresma está de volta ao FCP - Espera-se que este cigano acabe com o Jackson vendedor da banha da cobra, e o ponha a marcar golos.

 

- O talho do árbitro Manuel Mota foi vandalizado - Agora que os lagartos deram a conhecer aos dragões que o dito tem carnes ao dependuro, o melhor será o homem ter juízo ou passar a usar coquilha.

 

- F C do Porto está a mostrar-se rigoroso nas condições exigidas para a transferência de Rolando - Em função das afirmações que fez a respeito do clube, o artista não deve estar muito preocupado. Ou será que é burro?

 

- Dos seiscentos trabalhadores dos estaleiros de Viana, vinte aceitaram as condições para rescindirem o contrato de trabalho - O ministro da defesa apressou-se a dizer que há mais a negociar. Quantos? Ao fim de tantos meses? Não seria melhor ser o primeiro ministro a dar mais uma das suas brilhantes interpretações a estes numeros?

 

- NSA e CIA têm escritórios em Portugal - Parece que é pequenito se comparado com outros por essa Europa fora, mas é melhor que nada!

 


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semtelhas @ 15:03

Qui, 26/12/13

 

Queres ver o meu pequeno mundo? Onde agora passo quase o tempo todo? Atirei. Como resposta esticou o pescoço, estávamos muito perto um do outro, e beijou-me levemente nos lábios práticamente sem deixar de me fitar, exceto por breves momentos durante os quais nos ligávamos. Ainda em "estado de choque" coloquei algumas moedas sobre a bandeja, levantei-me, estendi-lhe a mão aberta, e disse-lhe, Estás a ver ali ao fundo aquele conjunto de casas brancas? Uma delas é a minha. Em dez minutos, um quarto de hora, estamos lá. Vamos antes no meu carro que está já ali. Respondeu-me enquanto se levantava e, contida, se espreguiçava, o que me provocou um sorriso ao pensar que me apetecia fazer exatamente o mesmo depois de tanto tempo sentado. Parámos junto de um razoávelmente antigo Saab branco. Espantei-me. É do meu avô. Aqui há uns tempos, quando saí do jornal, fui a Penafiel passar uns dias longe daqui e, como sempre gostei de carros grandes, os olhos não me saíam de cima deste carrão. Leva-o, até lhe faz bem andar um bocado. Tenho-o sempre aí parado, sugeriu-me enfático. Deixei-lhe o meu Golf que não deve ser muito mais recente que este, comprei-o há séculos, em segunda mão. Uns destes dias a minha avó contou-me que se tem fartado de andar porque o meu avô gosta de o conduzir, que lhe parece um brinquedo telecomandado. Quando chegámos quer o Ulisses quer o Zandinga ficaram espantados ao ver-me sair daquele automóvel desconhecido, estavam habituados ao meu velho Volvo preto, gastaram alguns segundos a estudar a Laura que, com o à vontade de filha de veterinária, imediatamente os conquistou. Este, apontei para o meu gato Zinga, interrompeu-me as previsões do bruxo aqui há uns anos atrás, a piar ali num terreno ao lado, parecia um pardalito! O Uli, na altura andava eu às voltas dentro da cabeça do Joyce, acho que deve ser raçado de pastor alemão, para aí há dois anos, resolveu seguir-me do passadiço até aqui e nunca mais se foi embora. Também dá jeito porque quando alguém se chega ao portão ladra como um desalmado. Agora é como vês, são unha e carne. Já desinteressados os bichos soltavam amigáveis rosnares embrulhados um no outro a alguns metros de nós. Mostrei-lhe brevemente o piso inferior, e quando chegámos lá acima, e ainda antes de entrarmos num dos quartos, dando voz a uma preocupação que desde alguns minutos não me largava, não tenho preservativos em casa. Pousou os seus olhos nos meus, naquela atitude reflexiva que eu começava a adorar, tens, ou já tiveste algum problema? Não, afirmei convicto, quase ridiculamente ofendido. Eu também não, respondeu firme. Só então desviou o olhar e dirigiu-se para o quarto mais iluminado. Acomoda-te, tenho que tomar um duche, disse-lhe a caminho do quarto de banho daquele quarto. Não teriam passado cinco minutos, eu todo ensaboado a esfregar-me frenéticamente para aquecer, ela aparece-me de entre o nevoeiro que me cegava, e entra na banheira diretamente para debaixo do chuveiro. Afastei-me ligeiramente, admirei-lhe o corpo escultural e deixei escapar num sopro, meu Deus! tens dezoito!... Pois...pôe-lhe outros tantos em cima, ela, sem conseguir disfarçar alguma vaidade. Trinta e seis, pensei, afinal pouco mais de uma dúzia de anos de diferença, nada de especial, alegrei-me. E, encorajado por esta última ideia, com o sabonete que tinha na mão, comecei então a passá-lo por aquela magnífica pele quase branca, multisalpicada e com uma suave penugem acobreada que se estendia por todo o lado. Sentia a estremecer e foi ainda sob a revigorante água quente, entre fumos sensuais e cheiros frescos e adocicados, que nos unimos a primeira vez colando os corpos facilitadoramente escorregadios, que, ambos havia muito sedentos destas lutas animais, se completaram e rápidamente explodiram entre esgares mal contidos que desvendaram a nossa natureza voraz.

 


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semtelhas @ 14:05

Qua, 25/12/13

 

Conheço pessoas que são o espiríto de Natal

Para elas o comércio são trocas, de criteriosos presentes,

Mas sobretudo de carinho e calorosos afetos

Gostam de receber, mas ainda gostam mais de dar

Rejubilam como uma criança agarrando um brinquedo

Compensação maior vão buscá-la à alegria de quem recebe

Adoram conversar, de conviver, de festas e comemorações

Exultam com reuniões de amigos, e em especial de familía

Que adoram, servem, protegem e para quem vivem

Por vezes não comprendem que nem todos são como elas

Autênticas e entusiastas da partilha, ignoram o calculismo

Zangam-se e, ingénuas e incompreendidas, amarguram-se

Sendo injustamente consideradas fúteis ou inconvenientes

Se infelicidades, ou a própria e dura realidade da vida

As empurra para a descrença, a tristeza, ou a doença

Elas, fortes de natureza sempre pronta a perdoar, resistem

E então é vê-las, mais maduras e serenas, a brilhar

Espalhando positivismo, boa vontade e disponibilidade

Com crescente satisfação, segurança e responsabilidade

Mais tolerantes que revoltadas, em vez de afastar, atraem

Aceites, tranquilizam-se e constroem-se amargo-doces

Invencíveis sorriem de regozijo intrínseco, felizes

Fitando a gratidão nos olhos de quem escolheram

Conheço, e muito admiro, pessoas que são o Natal

 

Para a minha A (tudo), e para a minha amiga I (quase tudo)

 


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semtelhas @ 17:29

Seg, 23/12/13

 

- Tribunal Constitucional chumbou por unanimidade lei orçamental do corte nas pensões - Se quem parte e reparte não fica com a melhor parte ou é burro ou não tem arte.

 

- Bruno de Carvalho recebeu um prémio Stromp - Na ocasião aconselhou os sócios do Sporting a não premiarem qualquer um, e a terem os últimos oito meses (da sua gestão) como exemplo do que não deve ser feito. E isto quando ainda, e finalmente, festejavam um natal glorioso! No sábado provou-se que o homem está cheio de razão.

 

- Cientistas descobriram que afinal alguns répteis não respiram por sucessivas e alternadas inspiração/expiração - Pois não. Há aqueles como o Paulinho das Feiras que nunca mais expira.

 

- A partir do inicío de 2014 o antigo presidente da Câmara do Porto vai ocupar um importante cargo no BCP - Afinal o Rio vai continuar a correr para o mesmo lado.

 

- Ministério da Educação e sindicatos continuam em guerra sem quartel - Mário Nogueira vs Nuno Crato, para fp, fp e meio.

 

- Só até 20 de Dezembro os portugueses em crise já gastaram 543 milhões€ em raspadinhas - E andam tesos! É fácil, parece barato e alimenta ilusões. Portugal no seu melhor.

 

- Luís Filipe Vieira afirmou que 2013 acabou com um sabor amargo após a eliminação do Benfica da Liga dos Campeões - Só por isso? Das duas uma, ou aquele senhor alemão conhecido por Al não sei quê mer, já leva ali trabalho adiantado, ou o homem é um otimista.

 

- Cientistas americanos dizem ter descoberto o elixir da juventude - Era melhor não! É que a fila vai ser grande e como os primeiros são sempre os mesmos, os que estragam esta coisa toda, imagine-se o que seria as bestas tornarem-se eternas.

 

- Está em formação o polo 65 3D para tentar unir a esquerda - Ainda há pouco foi o LIVRE que anda a recolher assinaturas para tentar nascer, com o mesmo objetivo! A impressão que fica é que esta gente leva a noção de idealismo demasiado a peito para grande gozo dos Espadas, dos Joões Migueis e daquela inenarrável besta do Expresso qualquer coisa raposa.

 

- Deputado madeirense senta-se no lugar do presidente da assembleia regional da Madeira - De facto temos tudo! Mar, montanhas, deserto, rios, calor, neve, e até estes espetáculos próprios de países dominados por trogloditas. É o Jardim da Madeira.

 

- Alemanha continua a dificultar a União Bancária Europeia - Compreende-se. É que no dia em que a coisa arrancar terão que ser estabelecidas regras entre o pagar e receber, mas também entre o importar e o exportar.

 

- Em Lampedusa emigrantes são tratados como gado - Isto na terra de Francisco I que se tem desdobrado de todas as maneiras e mais uma na defesa dos mais desprotegidos. Papas na Terra não fazem milagres?

   

 


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semtelhas @ 16:50

Seg, 23/12/13

 

 

Por estes dias em que é recorrente assistir ao horror em direto através da televisão, seja porque em nome do poder se continua a sacrificar milhões de pessoas por todo o lado, seja porque alguém resolve desrespeitar as regras mais básicas de segurança e paga o preço mais alto, naufragando quando era suposto divertir-se pescando no mar agitado, ou, muito especialmente, sofrê-lo nas entranhas, mesmo sómente pressentindo o que as pessoas mais próximas daqueles estudantes ainda desaparecidos nesse mesmo mar estão a viver neste momento, é quase estranho um simples programa passar por cima de tudo isto, e, ainda mais, sobre a rotina assassina que mata a satisfação no existir, e fazer sentir que a vida pode valer a pena quando nos proporciona uma visão e sentimento de alegre partilha entre pessoas completamente desconhecidas.

 

Ao mesmo tempo que a SIC transmitia o enésimo programa de supostos futuros cantores, e a TVI explorava algumas das mais tristes facetas daquilo que é a juventude atual, ambos os programas recorrendo a sentimentos tão básicos como a competição feroz disfarçada de falsa bondade, ou do julgamento público confundido com justiça, ou do voyerismo mais básico porque utilizando a chantagem sobre inocentes, neste caso muito mais a TVI, a RTP passava, em direto, um magnifíco concerto composto por algumas das mais bonitas canções de Natal. No lindissímo Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto, com um conjunto de músicos, coro e cantores de exceção, mas sobretudo com o incomparável Rui Massena, verdadeira alma do evento, oferecendo ao público presente e a todos os que os viram pela televisão, cerca de duas horas inesquecíveis.

 

Assim se prova que quando a qualidade e a excelência, frutos do empenho de inúmeras horas de trabalho, substitui a habitual mediocridade, somos tão bons como os melhores. Harmonia, sintonia, aquele jeito contido, devagar para chegar longe, marca que distingue este maestro genial e de rara sensibilidade, a qual transmite a rodos e a todos que o rodeiam, é só ver a alegria e o entusiasmo estampado nos rostos dos músicos e cantores que não param de dançar ao som do que tocam e cantam, e que também acaba por contaminar por completo o público. Pensar que aquela hora, por vontade de alguns dos tecnocratas que nos governam, a RTP estaria a transmitir mais do mesmo em nome do mal disfarçado arrebanhamento de quase todos a favor de alguns. Programas destes, pela sua beleza e benignidade, abrindo o espiríto, também ajudam a tentar perceber, e a não simplesmente desprezar, a quase incompreensível dificuldade que esta gente tem em ver com clareza, que assim, semeando ignorância, mais não fazem que comprar problemas. Isto sim! É serviço público.

 


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semtelhas @ 14:11

Dom, 22/12/13

 

 

 
 

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semtelhas @ 12:31

Sex, 20/12/13

 

Aqueles que se recusam a simplesmente existir, no sentido de voluntária e passivamente, até mesmo alegremente, fazerem parte da manada que todos, ou quase todos, formamos. Claro que quando em confronto com essa esmagadora maioria, e se , como quase sempre, atolados na lama, sempre são acusados de fracos e loucos, incapazes de ir à luta, de enfrentar a vida de frente, de idealistas irresponsáveis que mais não são que incorrigíveis preguiçosos. Mais tarde, e quando o improvável sucesso acontece, acabam por fazer parte dessa escassa minoria, os verdadeiros criadores da dita cultura, para tantos não mais que um poço sem fundo de despesas, na verdade a essência, o cimento, das gerações vindouras por aquilo que representa na descoberta e solidificação de princípios tão importantes como a tolerância, a partilha, a cidadania, a solidariedade, etc., só apreensíveis através de uma educação cuidada e continuada, e indispensáveis numa sociedade que se queira melhor.

 

O caminho contra-corrente a percorrer por essa espécie de gente maldita é tudo menos fácil. Talvez por isso tantas vezes acabem misturados naquela que é mais vulgarmente conhecida como marginalidade, neste caso habitualmente constituída por outro tipo ocupantes dessas margens, todo o género de bandidos, também eles excluídos da sociedade mas por motivos muito diferentes. Entre as muitas almas, poucas se comparadas com a totalidade, que tentam uma rota diferente, que insistem em não arrebanhar, são raras as que o conseguem com algum sucesso, e ainda menos as que se tornam autênticas estrelas, capazes de arrebatar multidões e, no fim, tornarem-se irresistíveis farois para milhões os quais, mesmo se sem darem por isso, vivem dias, semanas, meses e anos, a penar numa vida rotineira, de mais, ou menos disfarçados porque não assumidos sacrificíos, e só frágilmente suportados por uma música que se houve, um filme ou uma peça de teatro que se vê, um livro que se lê. Há os predestinados, mas a maior parte dos que conseguem chegar ao topo têm que percorrer um longo e duro percurso até ao reconhecimento. 

 

Os mais cantados, por razões óbvias, costumam ser esses tais ícones que quase todos procuramos imitar. Não é o caso de A Propósito de Llewyn Davis, dos irmãos Coen, que conta a história daquele que poderia ter sido Bob Dillan antes de Bob Dillan, e que não o foi, não por incapacidade na sua arte, mas por manifesta falta de jeito em lidar, minimamente, com os aspetos mais práticos da vida, os quais, convenhamos, mesmo para os mais dotados, dão bastante jeito. Mas, mais importante, porque completamente despido de qualquer réstia de cínico materialismo, antes e bem pelo contrário, porque possuídor de um coração enorme que o fez deitar tudo a perder. Mais um grande filme destes magos da sétima arte, uma brilhante demonstração de como, muitas vezes, mais que o talento conta a esperteza e o calculismo. E como o comprovam os dias que correm!

 

 

 


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semtelhas @ 11:40

Qui, 19/12/13

 

Solteira, filha de um médico psiquiatra e de uma veterinária, ainda a viver com eles aqui perto numa vivenda de frente para o mar, e a sair de uma fase complicada após ter sido dispensada do jornal onde trabalhava como jornalista, juntamente com mais umas dezenas, entre jornalistas como ela e de outras profissões ligadas aos jornais, ía contando, devagar, com os olhos postos no mar que podíamos observar a escassas dezenas de metros. Dez anos maravilhosos, dizia-me com aquele rasto de tristeza que trazem as boas recordações, a saudade, estampada no rosto, que me pareceram completamente despropositadas vindas daquela figura a transbordar de vida, isso foi só o tirocínio da grande carreira que ainda vai ter..., Laura, respondeu ao meu ar inquiridor, eu chamo-me Ivo, e se não te importas gostava que nos tratássemos por tu. Concordou com um sorriso onde percebi a felicidade que também eu sentia crescer tranquilamente dentro de mim, ao longo das já quase duas horas que levávamos de conversa na acolhedora esplanada. Ambos os pais eram de Penafiel, ele filho de uma agricultor, agora retirado, e abastado dono de uma adega de uma reconhecida marca de vinho verde, ela de uma familía modesta, e que costumava acompanhar para ajudar a mãe, sua avó, quando esta distribuía pão, circunstância em que conhecera o futuro marido, quando ainda não passavam de jovens adolescentes, e que nunca mais se separariam depois de solidificarem a relação durante os anos em que se formaram no Porto. Revelei-lhe algumas das minhas venturas e desventuras que me tinham trazido até aos cinquenta, divorciado, sem filhos ou profissão, depois de uma carreira de "globtrotter" onde, em algumas empresas, dempenhara  varios cargos, quase sempre de topo apesar de nunca ter completado qualquer licenciatura e, como ela, também um desempregado filho da crise. Súbitamente, quando se instalou o silêncio próprio das ocasiões em que se sente que parte do que era para se dizer estava dito, os nossos olhos encontraram-se e ambos recordámos as razões que, subliminares, inicialmente nos tinham trazido ali, àquele momento, e, cada um adivinhando o pensamento do outro, rimo-nos com satisfação e a segurança de quem percebe como isso estava longe, como, em tão pouco tempo, tantas barreiras haviam sido, como que mágicamente, ultrapassadas. Por mim continuava a desejá-la intensamente, mas já não só o corpo mas também uma alma que me parecia reconhecer de qualquer lado, da qual sempre estivera à espera. Quanto a ela acredito que, carente, até porque segundo me tinha dito estava sózinha e bem acompanhada...pelos pais, algo insegura pelo vazio que vía ao encarar o futuro, a minha figura ter-lhe-á despertado uma qualquer espécie de curiosidade, solidariedade face a uma linguagem corporal gémea? Ou então uma improvável atração fisíca se pensar nos inúmeros homens jovens que constantemente connosco se cruzavam. Eram estes os pensamentos que me invadiam enquanto, depois de nos rirmos sincera e gostosamente, deixámos permanecer um sereno sorriso no rosto enquanto nos fitávamos, em silêncio, e nos questionávamos qual o passo seguinte.

  


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semtelhas @ 12:42

Qua, 18/12/13

 

Colado ao vidro, fronteira com exterior silencioso

Lombadas que sussuram as suas histórias sábias

Fotografias que me fitam e as paisagens que sou

Música que embala, leitura que vivo e me constroi

Sentidos sorvem, expandem-se pela janela de luz

Verde calmante, azul exaltante, laranja hipnótico

Geometria do sol onde giro, para onde me viro

Trégua, horizonte abismo que apazigua e renova 

Ou se cai o cinza, que tinge o ar e esconde o mar

Traz o rugido das ondas, os gritos e os pássaros

E pingas que rebentam grossas e molham a alma

Terra, inferno de arvores castigadas pelo vento

Céu, magnifícos castelos vivos, em movimento 

Tornados misteriosas trevas de nuvens pousadas

Surpreendentemente perto, assustadoras, negras

Luminosidade ou escuridão, a mesma introspeção

Dentro de mim, sopra morna a brisa da felicidade

Doce imaginação, etéreo frutificar da serenidade

 


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semtelhas @ 12:40

Ter, 17/12/13

 

- 40% dos portugueses ficam sem dinheiro após pagarem as contas - São só 60% aqueles a quem o dinheiro não chega nem para pagar as contas?

 

- Mário Soares considerado a personalidade do ano pela imprensa estrangeira em Portugal - Esta gente deve estar doida! Como é que não conseguem ver que o homem está chéché?

 

- Rodrigo Guedes de Carvalho crucificado por colegas e público em geral após brincadeira com os Gato Fedorento - E ainda dizem para aí que este é um país de atados, que ninguém se indigna. Quando é realmente importante aí estão as beatas e os moralistas da nossa desgraça a desmenti-lo.

 

- FMI diz que a austeridade exigida a Portugal foi excessiva -  Olha para o que eu digo mas não olhes para o que eu faço. Não é para levar a sério, foi só para despachar porque a senhora tem mais que fazer!

 

- Bancos ameaçam cobrar utilização das caixas Multibanco caso sejam forçadas a diminuir a taxa paga pelos comerciantes - Quer dizer vão fazer-se pagar por lhes dar-mos dinheiro a ganhar? No dia de S. Nunca à tarde.

 

- Dono do Pingo Doce diz-se adepto de uma democracia musculada - Até que enfim o sr. Santos mostra a sua verdadeira face! Só faltou chamar os bois pelos nomes, capacidade que toda a gente reconhece ao ilustre, chama-se ditadura. O dinheiro que se podia poupar na despendiosa troca de papeladas com a Holanda!

 

- Águia volta a voar - Título de A Bola depois da magnificente vitória do SLB sobre as reservas do PSG - Um voo rasante. Enfim, é tudo uma questão de expectativas e lá pelo jornal oficial do Benfica parece que continuam bem baixinhas...

  

- Diretor da PSP afastado após manifestação dos policías na AR colocado em França a ganhar três vezes mais,12000€/mês - Vai ser um vê se te avias de gente a querer ser afastada. E depois os italianos é que são mafiosos...

 

- Octávio Machado afirma que Pinto da Costa mentia a falar e, agora, também a escrever - Que o PC lhe perdoe...porque os portistas não conseguem esquecer que o big london desviou o Jardel para fazer dos lagartos campeões, quando era treinador do FCP e de onde teve de ser corrido por quem lá o tinha posto, depois de muita azelhice e mau feitio.

 

- Medicamentos genéricos começam a faltar nas farmácias - Laboratórios acusam farmacêuticos, farmacêuticos acusam laboratórios, e ambos gozam com os otórios. E depois os italianos é que são mafiosos...

 

- Mourinho afirmou que para ele a bola de ouro não existe - Claro! Não está nomeado! Para o ano logo se vê, ou será que com a sua reconhecida astúcia já percebeu que dificílmente o tornará a ser?

 

- Agostinho Branquinho ganhou concurso de Relvas que está a ser investigado - Ou será sujinho? O prototipo do verdadeiro artista, o atual sec. est. da seg. social, o homem certo no lugar certo, até dá gosto ouvi-lo a botar discurso

 

- Há mais de cinco mil anos que chineses domesticaram e convivem com gatos - Confúcio, Mao, Deng Xiao Ping...Está explicado onde esta gente foi buscar aquela sabedoria toda!

 

- Página da internet de atriz porno Erica Fontes foi a mais visitada pelos portugueses em 2013 - Finalmente um sinal de modernidade na sociedade portuguesa! Antes era Fado, Futebol e Fátima, agora é Fado, Futebol e Fo...Fontes.

 


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semtelhas @ 14:25

Seg, 16/12/13

 

Ainda vinha longe e já era percetível algo de especial naquela figura pela maneira como se movimentava, pelo que não mais dela desviei os olhos. À medida que me ía sendo possível fui distinguindo tratar-se de uma bela mulher, toda ela curvas. Uma frondosa cabeleira alaranjada, autêntica juba, firmemente domada por uma bandolete que dela libertava o rosto grande mas profundamente feminino, pleno de sardas, pestanas escuras e enormes, olhos castanhos ligeiramente rasgados sob umas sobrancelhas fortes e da côr do cabelo, entre maças salientes um nariz retilíneo, daqueles que definem caráteres, e, acima do queijo largo, uma boca perfeitissíma feita de lábios generosos. Vestia umas meias de licra que gritavam num vermelho vivo, e uma camisola cinza, larga, daquelas cardadas e com carapuço. Nos pés umas boas sapatilhas já com muitos quilómetros em cima. Estaria aí a uns dez metros quando tive mesmo que desviar as "vistinhas" do magnifíco corpo, seios fartos e bem percetíveis nos seus livres e larguissímos movimentos, cinta estreita e umas longas e espantosamente bem torneadas pernas, por pudor, mas também por ter sido subitamente hipnotizado pelo seu olhar que se fixou no meu. Um certo excesso de energia, indisfarçável porque intrinseca nos "cenouras", traía o ar dengoso que parecia querer dar, aliás como o fazia alguma irritação proveniente dessa mesma natureza, e que era legível nos seus olhos. Enchi-me de coragem, e exatamente quando comigo se cruzava atirei um bom dia! que, desgraçadamente, terminou quase em falsete. Afastou-se, mas, ainda audível, replicou, tem horas que me diga por favor? triunfante, parei e virei-me, lá estava ela, uma deusa!, parada fitava-me enquanto eu puxava do telemóvel e lhe respondia com mais sedutor dos meus sorrisos, ainda há tempo para irmos ali tomar um cafézito. Quando sorriu anuindo ao meu convite pude observar uma fileira de dentes imaculada. Pusemo-nos a caminho. Enquanto eu ía debitando umas banalidades tipo, hoje está bem mais quente, tem estado um frio terrível, caminhando ao seu lado, ela, sem se virar, ía dizendo que normalmente não é para aqueles lados que vai caminhar, mas que hoje lhe apeteceu mudar. Em boa hora, lancei, provocando um luminoso sorriso e um vislumbre explorador à minha pessoa, durante o qual me pareceu perceber um julgamento favorável apesar da notória diferença de idades, teria trinta e cinco?, entre nós. Deve ser daquelas que gosta deles mais velhos, pensei. Sentámo-nos ao sol na convidativa esplanada protegida em volta por uns suportes transparentes que não deixam passar o vento, e de imediato uma despachada rapariga apareceu de bandeja na mão, o que vai ser? esperei que a minha companhia pedisse, um café, disse enquanto eu ía pensando, qualquer coisa encorajante, que me solte a lingua, era capaz de não ser má ideia, e, ainda algo hesitante, para mim é uma stoute e uns tremoços, ao que a beldade sentada ali surpreendentemente perto de mim, ato contínuo diz, boa ideia! outra para mim, mas em vez de tremoços quero amendoins, espreitando-me com um irresístivel olhar maroto. Será que sabe que se diz serem afrodisíacos e daí o desafio? Afligi-me ao mesmo tempo que me ía sentindo invadido por sensações fisícas e mentais havia muito adormecidas.

 


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semtelhas @ 12:07

Dom, 15/12/13

 

 
 

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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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