semtelhas @ 12:05

Seg, 30/09/13

 

É cada vez mais surpreendente assistir ao desfilar de centenas de homens e mulheres pedindo o voto dos eleitores. Como de um peditório se tratasse apelam, por vezes com pungência, que lhes seja dada uma oportunidade para mostrarem o que valem, que com eles é que vai ser! Que os outros lhes são inferiores. Que se preocupam sinceramente com o povo.

 

O número de pessoas que se questionam qual será a verdadeira motivação que os move é crescente. O poder? O reconhecimento? O dinheiro? A ignorância? O dever cívico? O sentido de missão? A carreira política ser uma das poucas alternativas? É que quase quarenta anos de voto livre trouxeram inumeras coisas boas, mas também esse alto preço a pagar pela liberdade quando oferecida a uma população muito atrasada quase em todos os aspetos socioeconómicos, sobretudo se comparada com a dos países vizinhos. A breve prazo torna-se pasto dos interesses, esperteza ou vantagens anteriormente adquiridas, de algumas faixas da sociedade, que rápidamente transformam aquilo que deveria ser uma mudança profunda porque estrutural da mesma, numa oportunidade para continuarem a enriquecer nos casos dos que vêm de trás, mas especialmente no aparecimento de uma nova classe de novos-ricos, gente esperta, ativa e emprendedora, mas não raramente sem a preparação cívica, por défice de vivência democrática, para partilhar essa melhoria de nível de vida com todos os que para ela contribuíram, criando assim uma cadeia positiva de responsabilidade no sistema produtivo e consequente vida melhor para a maioria. Hoje vivemos num país cujos jovens pouco vislumbram como futuro daí o abandonarem aos milhares, onde os mais velhos não param de ver ameaçado esse mesmo futuro que era suposto já terem garantido depois de décadas de descontos sobre os seus salários, e no meio uma cada vez mais sobrecarregada e cansada geração dita na idade de maior produtividade, ou desempregada, ou sempre mais e mais carregada de impostos, com os filhos adultos em casa, e impossibilitados de ajudar os seus próprios pais. Perante este cenário como insistir em querer participar nesta espécie de purgatório a caminho de um inferno que se adivinha?

 

Talvez sejam menos os candidatos, mas os que neles vão votar são-no comprovadamente. Ontem quase metade dos eleitores pura e simplesmente não se deslocou para o fazer. Apesar de, pela primeira vez, não ter escapado a essa tentação, à qual resisti exercendo o meu direito e dever(?) cívico no último momento, pergunto-me se este sistema continua a fazer sentido. Quando em função do quadro descrito, consubstânciado nos partidos políticos, não há alternativas credíveis como chamar dever cívico ir às urnas? É certo que começam a multiplicar-se os independentes, mas se repararmos atentamente nestes casos, particularmente em dois deles, Matosinhos e Porto, percebemos que no primeiro se tratou de uma quase expulsão do partido que o vencedor sempre representou e, mais importante, ao qual logo após as eleições anunciou fidelidade, e no segundo o discurso de vitória, amargo e populista, não augura nada de bom. Ou seja se o sistema partidário tal como existe em Portugal está completamente ultrapassado mas promete continuar na mesma, o funcionamento da sociedade sem eles é impensável tais os perigos que isso poderia representar. Não sei se há, ou com que peso, uma qualquer tomada de consciência nessa recusa de participar na escolha de quem nos vai governar ou, pior, se se trata de uma espécie de desistência, seja por desleixo, desilusão ou ignorância, mas que de tal atitude tem um significado enorme parece evidente.

 

Alguns dirão que chegou o tempo do tudo ou nada, mas se fosse o caso não deveria essa posição ser manifestada por votos em branco, correspondentes a uma mobilização para a luta? Tal como se costuma dizer para a democracia, provávelmente é melhor este sistema que sistema nenhum. Por isso a minha humilde admiração por esta gente que ainda acredita com sinceridade.

 


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semtelhas @ 11:33

Dom, 29/09/13

 

 

 
 

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semtelhas @ 12:31

Sex, 27/09/13

 

Lembro-me vagamente de uns desenhos animados, creio que japoneses, que passavam na televisão era eu miúdo, que terminavam sempre com a moral da estória resumida numa pequena frase.

 

Vem isto a propósito do filme, Like Someone In Love, que conta um episódio em que três pessoas, uma estudante universitária prostituta, ou o contrário, um seu cliente, conhecido professor/escritor com idade para ser avô dela, e um enganado e violento jovem namorado.

 

 

 

 

Deste realizador já tinha visto Cópia Certificada, Juliette Binoche no seu melhor no maravilhoso cenário da Toscana, o qual tinha papel central naquele filme, ao contrário deste em que as paisagem exploradas são as interiores, as de cada um destes três personagens principais. Não podiam ser mais diferentes uns dos outros, um sábio, uma jovem mais ou menos plastificada fruto dos dias que correm, um jovem aparentemente bem formado mas revoltado, também ele vitíma desses mesmos tempos, todos à procura do mesmo, afetividade. Excelente a desenrolar dos acontecimentos, a expressividade dos atores, quase sempre com a câmara em cima deles, mas sobretudo a perplexidade comum aos três, à medida que aquilo vai acontecendo, o espanto de quem é confrontado com uma situação completamente inesperada, e que, por essa via, se redescobre, independentemente de tudo, ser novo ou velho, sábio ou ignorante, dócil ou agressivo, antigo ou moderno, e mesmo do ocidente ou do oriente, a fita acontece em Tóquio e é totalmente falada em japonês, o tema mais importante da banda sonora que também dá o título ao filme, é cantada por Ella Fitzgerald. Um mundo cada vez mais pequeno, mais igual.

 

Se dos tais desenhos animados resultava uma moral, diria que deste filme cada um pode tirar várias, em função de se colocar nas tamancas desta ou daquela personagem, ainda assim a ideia de que há em cada um de nós uma natureza irrevogável, impossível de alterar, milhões de vezes repetida, e o dobro delas esquecida, parece-me a essência da mensagem. Ou como dizia o mais experiente deles cantarolando o célebre refrão, o que tiver que ser será.

 


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semtelhas @ 16:36

Qua, 25/09/13

 

- Taxa Robin dos Bosques enfrenta novos obstáculos - Se foram buscar o nome ao herói, como não lhe copiar a prática? Ou será que ele roubou aos ricos para dar aos pobres convidando os maus da fita para chás dançantes?

 

- Catalunha quer independência - Seria preciso muito mais que justiça, evidência, bom senso ou simples senso comum para que isso pudesse acontecer.

 

- Portugal no topo dos países europeus onde a riqueza está mais mal distribuída - Uma situação que tem vindo a agravar-se. Confirma-se a prática, que não o discurso, do governo, isto só lá vai com muitos pobres e alguns ricos.

 

- Miguel Relvas vaiado no Brasil - Como há portugueses por todo lado, arrisca-se, depois de Ronaldo e do Mourinho, a tornar-se mais um a obter o reconhecimento global.

 

- Portugal pode ser a Florida da Europa - Afinal parece que o Alberto João tinha razão, vamos mesmo tornarmo-nos todos cubanos, exceto nesse pequeno pormenor de em vez de perigosos comunas, dóceis jardineiros e empregadas domésticas, ou competentes porteiros e seguranças.

 

- Dilma deu a nega a Obama e recusou o convite deste para visitar os EUA - O pragmatismo político tem destas coisas, ter que escolher entre a falsa ingenuidade e o medo, ou a honestidade e a coragem. Alguém ficou realmente convencido?

 

- Ninguém no seu perfeito juízo quer empobrecer os eleitores, afirmou Passos Coelho antes de ser primeiro ministro - A não ser que se opte por mandar lixar as eleições.

 

- Façam desaparecer o Rosalino e o Maduro, aconselha o professor Marcelo - Também já tinha mandado calar outros porta vozes governamentais, e repetidamente acusa o pm de de falar demais. Mais valia dizer logo, ninguém comunica como eu, calem-se!

 

- Figo, acompanhado e aconselhado por conhecido vigarista, procurou bons investimentos em ouro africano - Depois daquela coisa do Tagus Parque...deve estar a fazer tirocínio para entrar na política. Temos homem!

 

- Ronaldo diz que dinheiro não é tudo - Como podia? Ele é a prova viva disso mesmo. Primeiro porque 99.9% do resto do mundo ganha uma percentagem miníma do que ele fatura, segundo... basta observá-lo com alguma atenção.

 

- FMI concluiu que austeridade excessiva pode matar a economia - Estarão a referir-se à economia do champanhe e do caviar, ou do arroz e das batatas? Terão concluído ser mais perigoso cortar nas benesses de quem manda do que no essencial para a maralha? Pelas práticas só pode ser isso.

 

- O Papa Francisco afirmou que os padres são pastores de Cristo, não funcionários - Face à Igreja tal qual a conhecemos, das duas uma, ou o homem é um ingénuo sonhador, ou vão sobrar poucos para o ajudar com o rebanho.

 


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semtelhas @ 12:03

Ter, 24/09/13

 

Jorge Jesus e Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, e Bruno Carvalho, presidente do Sporting.

 

Ao contrário daquilo que se pensava, JJ não veio à Terra para nos deixar por legado essa novilingua, o Jorgejesuês, o seu artístico penteado, tipo ninho de pêga, ou o frenético bailado, conhecido por A Regateira, que executa frente ao banco de suplentes durante os jogos da sua equipa. Não. O criador escolheu-o, tal como ao outro J mas C, para proteger os mais fracos assumindo na própria pele os seus pecados. No caso, dos jogadores e do público em geral. Tocante a forma como o profeta tentou libertar das malvadas garras da autoridade aquele inocente, e seguramente joia de moço, que invadiu o relvado. Aquilo que a JJ sobra de esperteza falta-lhe em inteligência. Que o altissímo lhe perdoe, porque quanto aos dirigentes do SLB e autoridades portuguesas para o futebol já foi absolvido. Será por ser um tipo intrinsecamente simpático?

 

Há pessoas que tiveram o azar de se apaixonar pela dama errada no tempo errado. Depois, como nestas coisas da paixões é dificil mudar, andam uma vida a acumular frustrações, resultando em seres amargos, permanentemente a cair no abismo do ridiculo, como que apatetados pelo espanto que lhes provoca essa espécie de fatal azar. A idade, como sempre, vai-lhes trazendo sabedoria e, com esta, algum bom senso. Porém, quando jovens, sempre aparentam aquele ar de meninos sem tempo, mesmo muito pouco tempo, que, ingénuos, os faz sistemáticamente disparar em todas as direções na patética esperança de acertar em alguma coisa. Porque cristos não por opção, vociferam e gesticulam num triste esforço para afastar a sua má sorte. Ao largo desta gente. Não é que mordam, mas fazem muito barulho.

 

Já o amansado Kadafi dos Pneus o anda a tentar há mais de dez anos. Convencido que o sucesso do FCP se deve exclusivamente a uma estratégica postura guerreira que une as tropas e as motiva para morrerem no campo de batalha, o inefável Orelhas andou anos e anos a lutar contra moínhos de vento. Provando que não aprendeu nada com o enorme desastre da falhada estratégia do vizinho da frente, vem agora o sagaz Carvalho tentar utilizar nada mais nada menos que a mesma pseudotática dos malvados do norte. Acontece que ainda não perceberam, o que é mais grave no caso do temível Bruno, e não atesta nada de bom quanto à sua perspicácia, porque as lições são repetidas à exaustão, que para haver revolta genuína, tem a mesma que ter correspondência em factos, e quem andou décadas a ser perseguido, prejudicado, roubado, insultado, intimidado, diminuído, etc., foi o FCP, e não o clube do regime, ou o dos condes, ou lá o que é essa quequada, de Alvalade.

 

Interessante esta união de esforços a sul, aos quais, como sempre, se juntam alguns inevitáveis senhores do apito, como tão bem ficou demonstrado domingo no Estoril (perturbadora a impressionante semelhança na forma e no conteúdo entre este encarnadissímo transmontano, e o imberbe jovem benfiquista que lidera a associação de futebol da capital. Isto de ficarem sempre com a gorda do baile pô-los igualzinhos!), e também, largamente previsível, afinal eles ainda dão mais audiência, quase toda a comunicação social da especialidade, como o provou o incansável apoio aos estorilistas durante toda a semana, ele era efemérides, recordes, desafios, futebol de sonho, admirável tática, treinador da moda, enfim uma canseira! Mesmo assim, se não fosse o artista do apito...

 

Lá para os lados do Dragão agradecem. É que estava mesmo a ser preciso algum combustível para animar a malta.

 


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semtelhas @ 12:21

Seg, 23/09/13

 

Um casal de velhotitos, oitenta e muitos, sentados num banco sobranceiro ao mar. Ambos ligeiramente curvados, ele mais, ela com óculos fundo de garrafa, olhos cheios da maré vaza, lá ao longe, bem depois das primeiras rochas e do enorme areal ainda quase completamente virgem de pegadas, de onde chega um rumorejar das pequenas ondas que o delimitam. Vestem roupas exteriores pretas e camisas brancas, como os poucos cabelos que lhes restam e que consigo ver por baixo do chapéu dele e dum bonito lenço dela, também estes negros. Quase completamente estáticos parece ignorarem quem pela frente deles vai passando, magros, gordos, novos , velhos, perfumados, andrajosos, lentos, rápidos, aprumados, desleixados, indiferentes, impertinentes. Mais um, e outro, e outro, e outro...

 

A brisa corre de sul mas é fresca, revigorantemente fresca, o sol está morno num céu pleno de azul, reina um quase silêncio, o mar longe, o trânsito inaudível porque profiláticamente afastado, e as pessoas como que respeitando o ambiente que se sente sagrado, sussurram em vez de falarem. Ao fundo um câozito ladra ao seu dono desafiando-o para uma corrida, anda apanhar-me, diz a sua linguagem corporal, língua pendente junto ao chão, patas da frente encolhidas, as posteriores bem esticadas e continuadas pela cauda cautelosamente oscilante na expectativa da movimentação do homem. Olho para trás onde os dois vultos escuros, aparentemente nas mesmas posições vão desaparecendo, reduzidos a dois pontos num horizonte de dunas.

 

Numa manhã gloriosa como esta, neste cenário que remete para uma espécie de continuidade, eternidade ou infinito, aquilo não vai acabar nunca, dura há milénios, e por milénios perdurará, somos nós que por aqui temos uma brevissíma, e mais, ou menos, efémera passagem,  pergunto-me o que podem pensar duas criaturas sabendo-se tão perto, muito mais perto, de abandonar o palco da vida que teima, como se nada soubesse dessa inevitabilidade, em rabiar frenéticamente ali, bem à sua frente, uma bicha feita de gente na sua animalesca luta por uma sobrevivência, tantas vezes feita mais de sacrificios, derrotas, sofrimento, que de alegrias, vitórias ou felicidade, na procura de atingir um qualquer objetivo não raramente inconsciente.

 

Alguns dirão que simplesmente fazem horas para o próximo comprimido, ou refeição, ou que refletem na mais comezinha das questões como quaisquer outros. São os mesmos que afirmam que após a morte acaba tudo, o lugar onde só mora o nada. Não acredito, não perante aquele quadro onde o mais racional ou irracional, frio ou insensivel, caloroso ou sonhador ser vivo, pressente fazer parte, mesmo sem conseguir explicar como ou porquê, de algo que pura e simplesmente não tem fim, exatamente porque não teve princípio, um devir permanente, não um nascer e morrer, mas um para sempre indefinível transformar, que se renova num espaço e num tempo para os quais precisamos desesperadamente de limites para aquietar-mos as mentes. Mesmo que saibamos que a energia vital que sustenta toda a existência nasce da dúvida nunca das certezas. Um mistério!

 


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semtelhas @ 11:26

Sab, 21/09/13

 

Soubemos há pouco, nas noticías, que Passos Coelho vai continuar firme no caminho que escolheu para salvar o país, que Alberto João Jardim acha que é precisa uma revolução para defender os valores conquistados em Abril de 74, e que Antonio Mexia está convencido que o Tribunal Constitucional é uma ameaça para a recuperação económico-financeira do país.

 

Logo a seguir ás imagens de Passos apareceram outras, de Seguro, a prometer que, caso a lei das pensões passe por todos os crivos, então, quando voltar ao poder, revoga-la-à. Ambos os comicíos onde os dois políticos falavam, estavam plenos de gente mais, ou menos, entusiasmada, num quadro em quase tudo semelhante ao de três anos atrás, durante as últimas legislativas. Quase, porque nessa ocasião os argumentos estavam trocados, cada um dizia exatamente o contrário do que diz atualmente, talvez qualquer deles com outro ênfase dado agora as respetivas posições corresponderem mais à natureza de cada um dos partidos. Uns dizendo que saímos do fundo enquanto os outros que continuámos a cavá-lo a caminho da desgraça. Qual o preço de um voto?

 

O Alberto João da Madeira anda há mais de trinta anos a vociferar contra os cubanos do contenente, contra as políticas vermelhas e revolucionárias de Abril, data que chegou a apelidar de trágica para Portugal, contra a Constituição socialista que mantém o país refém de leis contranatura que o impedem de progredir na direção de um liberalismo criativo e enriquecedor. Nas noticías de hoje aparece, como sempre, vibrante e empenhadissímo, mas desta vez, pasme-se!, defendendo as conquistas da revolução de 74, contra o avanço capitalista, regularmente interrompido por uma espécie de separador musical (o hino do PSD?) para dar oportunidade ao povo manifestar-se. Todo um programa que nem um eminente ataque cardíaco parece conseguir desaconselhar.

 

A Antonio Mexia, o homem que mais dinheiro ganhou em Portugal ano passado, parece indispensável a aplicação das leis que este governo, tão corajosamente, tem tentado implementar, e que, esses maldosos juízes do Tribunal Constitucinal insistem em chumbar, contribuindo assim, decisivamente, para o afundar do país numa situação dramática. O tom compungido e sofredor foi bem demonstrativo do quanto o senhor sofre com esta incapacidade de se ver o que é tão óbvio. Compreende-se, mas o ilustre, a quem tiro o chapéu, tem que perceber que nem todos são donos da sua incomparável inteligência. Pelo menos para encher o saco à custa da minha conta que nâo pára de aumentar apesar do consumo diminuir.

 

Em qualquer destes casos, e apesar do muito que os separa em vários aspetos, um dado comum, o absoluto desrespeito pelas pessoas enquanto comuns mortais. Independentemente das boas ou más razões para tal, não deixa de ser profundamente lamentável e alarmante este estado das coisas. É certo que hoje ninguém domina os factos, coisa aliás que cada vez é menos confirmável tal é e profusão de noticias contraditórias. Alguém saberá realmente a verdade? Se fôr o caso, uma única certeza, não é o zé povinho. Perante este delírio coletivo que fazer? Acartar para casa? Nem todos sabemos mexer como o Mexia. Aldrabar a torto e a direito em nome de um qualquer objetivo mais ou menos nobre? De boas intenções está o inferno cheio. Partir para a guerra? A prática tem provado que o voto deixou de ser eficaz como arma do povo.

 


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semtelhas @ 12:07

Sex, 20/09/13

 

Imagine-se um velho, tão pequeno, desinteressante e aparentemente desinteressado, que ninguém nele repara, ou considera insignificante. Circunstância de que o velhinho se aproveita para, com toda a sua sabedoria, se movimentar livremente e invisível entre as pessoas de uma sociedade crescentemente transparente e, por isso, como que obrigando alguns, cada vez mais, reféns da importância das aparências, viverem uma vida de faz de conta, espécie de mortos-vivos cujo principal erro é enganaram-se desde logo a eles próprios, primeiras e principais vítimas, caindo numa teia labiríntica da qual nunca mais se conseguem libertar, antes nela ficando mais e mais aprisionados à medida que aumenta o seu estrebucho, estertor de um fim sempre próximo de quem sistemáticamente caminha no abismo da mentira. Para com todas as outras, desde as mais abastadas com os seus tiques de arrogante superioridade ou indiferença, tantas vezes disfarçada por dádivas, bodo aos pobres, passando pela esmagadora maioria, inofensivo rebanho que navega ao sabor da corrente de quem sempre mais ordena, até à irremediável grunhice dos mais simples, não raro eufemismo para ignorantes, violentas e vingativas porque frustradas criaturas, o sábio e experiente homem consegue arranjar razões, nem que seja um qualquer tipo de justificação, para as respetivas atitudes, como que uma réstia de dignidade. Mas não para aquelas falsamente ingénuas, que no desespero de uma vivência vendida ao pseudopoder e à vaidade, arrastam consigo, a qualquer preço e sem qualquer pudor, para a miséria, desgraça e incurável sofrimento, todos os que as rodeiam. Para essas está reservado o inferno da indigência e da loucura.

 

 

 

 

Esse velhote é Woddy Allen, a sociedade em causa é a dos EUA, que conhece como ninguém, à qual nunca se vendeu, e as ferramentas utilizadas para nos contar primorosamente mais uma fantástica estória, é o seu argumento do filme Blue Jasmine, e Cate Blanchett com um desempenho inesquecível, que nos dão um retrato tão verdadeiro quanto perturbador dos dias que correm, e em que correm os decisores de quase tudo no mundo. O primeiro filme sério do realizador em muitos anos, o humor está pouco mais que ausente, o que leva à pergunta, o homem já não consegue achar graça a isto porque está velho e as piadas não saem, a coisa está mesmo mal? Ou então não é nada disso e o próximo filme vai ser de rebentar a rir? É que os génios são mesmo assim, deixam-nos a pensar.

 


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semtelhas @ 11:44

Qui, 19/09/13

 

 

 
 

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semtelhas @ 11:20

Qua, 18/09/13

 

- O grande homem é o que reconhece quando e em que é pequeno, enquanto o pequeno é o que não o reconhece porque teme reconhecê-lo.

 

- Destruiste Jesus Cristo, Lincoln e Lenine, e chamas ou chamas-te libertadores a Napoleão, Estaline ou Hitler, mas só tu podes libertar-te.

 

- És tu que geras a tua própria miséria, hora após hora, dia após dia; que não entendes os teus filhos e que tu próprio lhes partes a espinha antes de terem sequer uma oportunidade de desenvolver-se ao metê-lo em escolas que têm por professoras galinhas cacarejantes; reprimindo a sua sexualidade; que devoras o amor em vez de o apreciar; que és avaro e ávido de poder; que mantens o cão preso para te sentires dono.

 

- Pensas que os fins justificam os meios, quando o fim é a trajetória com que o alcanças. Cada passo de hoje é a tua vida de amanhã.

 

- A única coisa capaz de conquistar-te para o caminho certo, evitando a destruição que provocas à tua volta, será o teu sentido da pureza, a tua aspiração à verdadeira vida. Uma vez superada a tua mediocridade, a mesquinhez, começarás a pensar, de inicío errática, ridícula e erróneamente, mas com seriedade. Terás que aprender a suportar a dor que todo o esforço de pensamento comporta.

 

- A decisão é tua Zé Ninguém, quanto a desejares ou não a guerra. Se ao menos pudesses ter consciência de que o teu trabalho serve a vida e não a morte. Se ao menos pudesses saber que todos os Zés Ninguéns da Terra são como tu, no que têm de bom e de mau. Mais tarde ou mais cedo hás-de parar de berrar "viva" a torto e a direito, a recusar que o teu trabalho seja usado para a morte e não para a vida.

 

- Então o teu destino será uma vida limpa e sem ambições, acompanhando o crescimento dos teus filhos, assistindo à sua alegria; não deixarás passar a Primavera sem a sentires; mesmo em tempos de perturbação não perderás o norte nem o sentido de vida; ouvirás a voz do teu coração a murmurar que a única coisa que vale a pena é viver alegremente a própria vida, não consentindo que o sofrimento te torne duro e amargo.

 

Estes alguns excertos da extraordinária obra, Escuta Zé Ninguém, de Wilhelme Reich, o cientista "louco", o escritor maldito, por todos os poderes perseguido e na prisão, muito provávelmente, assassinado. Lio aos vinte anos e o meu olhar sobre o que me rodeava mudou para sempre, mais de três décadas depois descubro-o visionário. Um pequeno grande livro.

 

 

 
 

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semtelhas @ 12:22

Seg, 16/09/13

 

A Toalha

 

Tinham sido oito dias fantásticos mas estavam prestes a terminar. Ainda antes de seguirem para o Porto tiveram direito a um dia em Lisboa, isto é, uma tarde depois da viagem desde Portimão, uma noite, e parte da manhã do dia seguinte porque sairíam de forma a fazerem o almoço de despedida na Bairrada.

 

Após três anos bem durinhos, à média de dezasseis disciplinas ano/letivo para obter variadas saídas, a revolução de 1974, acontecida havia pouco mais de um ano, veio alterar completamente os dados a meio do jogo pelo que o futuro apresentava-se mais que incerto. Até por isso esta viagem de finalistas tinha um sabor muito especial, mas para eles os dois, de um grupo de quatro que, entre mais de trinta, conseguiram terminar o curso, então a coisa assumiu foros de verdadeira conquista dos algarves, ainda por cima para inaugurar as na altura denominadas Torres Torralta, ali com vistas para a Praia da Rocha.

 

Muitos optaram passar a última noite fora de casa a ouvir fados, outros a passear pelos bairros mais castiços de Lisboa, a maior parte a vaguear pelas ruas da capital. Eles quiseram acabar em grande! Mereciam-no. Devidamente informados, mal saíram do hotel onde ficaram instalados naquela noite, meteram-se num táxi e ordenaram, Parque Maier. Por aqueles dias de liberdade a jorros, os excessos da uma revolução recente, passava no teatro Capitólio uma revista que se intitulava Mostra-me a Tua Piscina. A coisa constava básicamente em hora e meia a ver umas quantas meninas esculturais a atirarem-se, sem qualquer trapinho em cima, para uma piscina completamente transparente, situada a dois/três metros de nós que ocupávamos os lugares um e três da fila A...

 

Já no fim do espetáculo, depois de saírem da água para uma plataforma que rodeava o tanque, com as pingas a escorrerem e penetrarem, lenta e dengosamente por todo o lado, e enquanto se limpavam docemente a umas espessas toalhas branquissímas, nas quais nós ardentemente, como seguramente os nossos olhos em chamas demonstravam, nos desejávamos transformar, os deuses fizeram a vontade ao meu amigo, ali ao meu lado direito, o numero um, a pouco mais de um metro do palco, e uma das esculturais deusas que para sempre hão-de povoar os nossos sonhos, provávelmente impressionada pela concentração de cientista do meu vizinho, lança o toalha encharcada da água que limpara do seu corpinho de sereia sobre a cabeça dele onde fica pendurada uns bons segundos, até que eu a tire de cima do meu paralisado e coradissímo companheiro, enquanto a sala rebentava numa gargalhada geral.

 

 

Uma Aventura

 

Teria nove, dez anos e a paixão pelas maravilhosas imagens do grande ecrã já o faziam fervilhar de entusiasmo. Tinham já decorrido alguns anos sobre a primeira ida ao cinema, ainda naquele tempo em que pequenas localidades como aquela onde residia suportavam a subsistência de uma sala, o Estrela Cine, para aí cem lugares na plateia e cinquenta no balcão de onde, para além de uma infernal algazarra, também era costume choverem os mais variados objetos. O Rei e Eu, assim se chamava a fita, e ele ficara especialmente impressionado pela magnifíca personagem de Yul Brynner que fazia de rei. Depois disso, no Coliseu, no Trindade, no Rivoli, ou quando íam no Batalha, vira toda a coleção Disney, alguns biblícos e até umas quantas inofensivas coboiádas.

 

Sózinho em casa ruminava uma ideia que não lhe saía da cabeça, pegar em algumas das suas economias, meter-se num trólei, e ir ao Porto, ao Coliseu, ver aquele filme que acabara de estrear, e que ele lera no Primeiro de Janeiro do último domingo estar a fazer um sucesso nunca visto por todo o lado, meses a fio em exibição. Até já tinha ouvido a música principal, cantada por uma linda rapariga, e a coisa tinha-o deixado bastante emocionado. O problema é que nunca havia feito tamanha deslocação, tão longa e por tanto tempo, entregue a si próprio. E se algo corría mal? Perder-se-ía lá pela grande cidade? E se alguém o procurava em casa durante a tarde? Conhecia bem a baixa por causa das frequentes idas às sextas-feiras com o pai e o tio ao bilhar do Imperial, por outro lado nunca o procuravam  de tarde, porque é que havia de correr mal?

 

O filme começava às três, tinha portanto tempo de fazer tudo direitinho. Assim foi a tranquila viagem para lá, fora da hora de ponta do regresso que por aqueles dias fazia transbordar os lentos e complicados troleicarros, toda a sessão autênticamente nas núvens, ou climbing the mountains, como espantosamente cantava a velha freira, mas acima de tudo completamente apaixonado pela maravilhosa Julie Andrews, uma espécie de maria-rapaz mas com as curvas todas como ele começava a apreciar, tendo abandonado a sala em pleno extase que só se desfez, qual feitiço, quando enfrentou a enorme bicha de pessoas, que rabiava por muitos metros, a fita fora longa, para apanhar o transporte de regresso. Foram penosos os intermináveis minutos que se seguiram, finalmente entrar no trolei, a viagem demoradissíma em permanentes filas atrás daquilo que parecia muito trânsito, e não passava de uma tentativa de meter monstros em pequenas ruelas, até uma complicada entrada em casa para evitar ser visto. Acabara de fechar a porta quando ouviu a chave a entrar na fechadura da porta comum do prédio e, espreitando pela janela da cozinha, vê o pai a entrar. Só teve tempo de afiambrar a mais tranquila da expressões, enquanto se imaginava objeto de um sedutor olhar de admiração da esbelta e falhada freira Maria... 

 


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semtelhas @ 15:01

Dom, 15/09/13

 

 

 


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semtelhas @ 14:04

Sex, 13/09/13

 

Desde que ele chegara à empresa nunca mais as coisas voltaram a ser o que eram. Começou por fazer reuniões com todas as chefias separadamente, tomou a seu cargo a secção de informática, e tratou de infernizar de tal maneira a vida dos diretores, sobretudo imiscuindo-se e alterando sistemáticamente as instruções ou diretrizes deles, que bastaram três meses para que percebessem o que se estava a passar e tivéssem pedido baixa médica. Ao fim de um ano, fruto de uma gestão completa e propositadamente desastrada, o número de encomendas baixava em catadupa, e, de mais seis meses, falhava o primeiro ordenado ao fim do mês, depois os subsídios, situação que se repetiu sistemáticamente para nunca mais se normalizar. A partir daí, tendo todos entendido que o homem tinha sido contratado para coveiro da empresa, já se formava fila à porta do gabinete do artista para aceitar a proposta de acordo de rescisão de contrato de trabalho. Ainda não tinham passado dois anos e o pessoal diminuira de cerca de duzentos para cento e vinte empregados.

 

Foi mais ou menos por essa altura que ele, juntamente com os restantes chefes de secção, se tornaram alvos do ilustre, na sequência da estratégia de desmembramento do esqueleto propriamente dito de todo o corpo fabril, espécie de estocada final. Depois de inumeras visitas à secção, pondo em causa tudo o que ele, o chefe da mesma fazia ou ordenava, em frente dos seus subordinados numa clara intenção de desautorizar, e mesmo descaradas conversas com aqueles sugerindo direta e objetivamente a incapacidade dele para comandar as tropas, e para além de continuados ataques e dúvidas sobre os números por ele apresentados nos diversos relatórios e mapas com cuja exigência era diáriamente bombardeado, um dia chamou-o ao seu gabinete, logo após o almoço, para uma reunião.

 

Ainda mal se havia sentado e o outro já disparava, o senhor não é primo do eng...?,referia-se ao que o contratara mais de uma década atrás e entretanto despedido, assim sugerindo um favor, isto após anos de conhecido, e reconhecido excelente trabalho, levantou-se com um, é melhor fechar a porta porque isto vai ser interessante, o que fez. Às primeiras palavras que lhe disse, eu, se fosse o senhor, tinha mais cuidado porque não me conhece, o outro, empurrando ligeira, mas bruscamente a mesa na direção dele numa evidente manobra intimidatória respondeu, esticando o pescoço na sua direção, também você não me conhece a mim. Na verdade até conhecia o essencial, esta já era a terceira empresa que desativava, sendo que uma das anteriores empregara mais de duas mil pessoas, foi naquele momento, enquanto cheirava o álcool da coragem no hálito do desgraçado, e via o medo nos seus olhos, que percebeu não haver retorno, era ele ou a besta.

 

Durante a hora e meia destinada ao almoço, a telefonista, cujas instalações ficavam ao cimo de um longo lanço de escadas de mármore, uns bons seis/sete metros a direito, numa espécie de hall para os serviços admnistrativos, onde também se encontravam os WC's e a porta de entrada para um corredor de acesso aos vários gabinetes, saía. Nesse intervalo a receção das chamadas era transferida para a portaria onde um securitas tratava de as reencaminhar. Extremamente conservador, metódico e rigoroso, o famoso coveiro tinha por hábito, após chegar do almoço que fazia em casa, e de subir ao seu gabinete, descer, exatamente dez minutos antes das duas da tarde, tempo limite do intervalo para a refeição, para tomar café e exibir-se, porque profundamente vaidoso, para todo o pessoal feminino do escritório que naquele momento ainda permanecia no refeitório.

 

Bastaria esperar dentro do WC, pé direito préviamente descalçado para evitar quaisquer marcas de solas, e, num espaço completamente deserto aquela hora, como ele repetidamente confirmara, até que o animal iniciasse a descida da escadaria, empurrando-o de seguida, pé nas costas, com toda a força do ódio acumulado durante quase três anos, e dezenas de despedimentos, obrigatóriamente aceites por meia dúzia de tostões, desprezo por tudo e todos, insultos e ameaças a torto e a direito, uma absoluta indignidade comprada por uns patrôes que deixaram de acreditar no futuro do negócio às primeiras dificuldades e, muito especialmente, nas capacidades da segunda geração que deveria dar continuidade a uma empresa sólidamente consolidade no mercado, uma obra de mais de cinquenta anos. Depois de o confirmar a estrebuchar lá ao fundo, só teria de regressar ao seu próprio gabinete onde, como de costume e desde haviam quase uma dúzia de anos, durante aquele período de tempo, sendo o único a almoçar mais cedo, sempre permanecera sózinho.

 

Juntava a coragem necessária à concretização do plano quando foi chamado por um dos patrões que, amistosamente, o informou ter chegado a hora de terminar a relação profissional que mantinham, para dizer o que pretendia para que tal fosse possível, que a empresa, entretanto já com pouco mais de cinquenta funcionários, só restavam os lacaios, os medrosos e os teimosos, não necessitava, por óbvia pequena dimensão após tão surpreendente quanto forçado encolhimento, do lugar que ele ocupava no seu organigrama, e ainda, que naquele mesmo dia, também o sr. eng. X, o tal, seguiria o mesmo caminho e pelas mesmas razões. Captou a mensagem, tinham percebido que aquilo se tornara uma guerra pessoal que lhes iria trazer mais problemas, exigiu sómente a quantia a que a lei os obrigava, passara ali os melhores dez anos da sua vida profissional, e custava-lhe tirar mais de onde sabia quanto mais saísse, menos os que permaneciam iriam receber, e, agradecido e aliviado abandonou sem glória e para sempre um local onde tinha vivido terríveis aflições em sextas-feiras tenebrosas com os camiões, impacientes, à porta noite dentro, incontáveis lutas, lado a lado com os operários para o cumprimento de prazos, duras batalhas com a entidade patronal para que reconhecessem o bom desempenho do pessoal, mas sobretudo imensas vitórias e alegrias no momento incomparável da sensação do dever cumprido.

 

Uns anos mais tarde soube que o dito eng. X abandonara a empresa no dia seguinte ao qual ele próprio o fizera, no meio de gritaria e ameaças, porque só lhe pagaram o correspondente aos três anos de antiguidade a ganhar pouco mais que ele próprio, porque 80% da pequena fortuna que recebia mensalmente era por baixo da mesa, e lhe ficaram a dever largos milhares em atraso...

 


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semtelhas @ 13:26

Qua, 11/09/13

 

- Cuidados dos pais está relacionado com o maior tamanho dos testículos - Já não chegava serem os mais ricos e espertinhos, agora também têm os maiores k...E, já agora, como é com as raparigas? Também são as mais mamalhudas? Isto sempre está muito mal distribuídinho!

 

- Passos Coelho perguntou aos laranjinhas o que é que a Constituíção fez por eles - Muita gente tinha percebido que o homem é conservador, agora que preferia o tempo da outra senhora já é demais. Há frases que explicam tudo.

 

- Rui Rio afirmou que em Menezes a vergonha não tem limites - São opiniões. Se sem vergonha é tirar um dos maiores concelhos do país dos últimos lugares em tudo quanto é rácio de qualidade de vida para um dos primeiros, e ser muito respeitador é ignorar um dos principais símbolos, porque globalmente conhecido e dado como exemplo por todo o lado, da segunda cidade do país, então confesso que o meu coração balança.

 

- As mães não se medem às mamadas, informa o Público - É certo que  há mentes muito maliciosas e retorcidas, mas também é verdade que ele há cada título!

 

- Alguns deputados estão a considerar a hipótese de legislar o piropo - Compreende-se. Com tudo a correr sobre rodas e práticamente nada para fazer...Antes que seja proibido aqui vai um da minha (porca) preferência, vestia-te com um pijama todo em cuspe!

 

- Cavaco alertou que é preciso os políticos porem a pobreza na sua agenda - Não ligam nenhuma ao homem! Ainda no outro dia se queixava das dificuldades que tem em gerir o orçamento lá de casa com a miséria que recebe. 

 

- Antigos alunos do Colégio Militar fazem apelo desesperado ao governo - É lancinante ver todas aquelas ilustrissímas criaturas a fazerem beicinho, prestes a rebentar em lágrimas, porquê? mas porquê? perguntam. A mim custa-me é entender como pessoas de tão luminosas inteligências como, por exemplo, Adriano Moreira, ainda não perceberam, entre outras questões menores, como poupar ao erário público, a ideia de juntar homens e mulheres no mesmo espaço procurar incentivar o maior cruzamento entre géneros e respetiva multiplicação de génios.

 

- Primeiro ministro francês defende salário mínimo europeu - Se fosse a ele punha-me a pau quando voltar á carga. É que pode andar por perto algum membro do governo português para lhe dar um enxerto de porrada. Ou será que a ideia era pôr os franceses a receber menos de quinhentos euros por mês?

 

- Título da Bola, Mourinho louco por Markovic - Já tinham chamado de tudo ao special one, mas isto...vê-se bem que estes ressabiados ainda não ultrapassaram o fiasco que foi a passagem do mestre pelo SLB.

 

- Novo presidente iraniano desejou bom ano novo judeu aos israelitas - Lá se foi mais um alvo, pensam os americanos. Andam anos a preparar a estrangeirinha para isto! Volta Ahmadinejad, estás perdoado.

 

- A traição é muito mais fácilmente esquecida nas relações mais duradouras - Ou... a força do hábito.

 

- A RTP queria fazer uma entrevista ao primeiro ministro antes das eleições, e aos outros líderes partidários depois - Ainda não devem ter avisado aquele senhor... Fontes, Pontes ou lá o que é, que o amigo Relvas já só é uma saudade.

 

 


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semtelhas @ 13:36

Seg, 09/09/13

 

Quando após aquela memorável noite, que acompanhei sem perder pitada pela CNN, em que Obama foi eleito pela primeira vez presidente dos EUA e disse para os apoiantes eufóricos a célebre frase, Sim Nós Podemos, acendeu um farol, não só para o seu país mas também para o mundo.

 

Todo o seu percurso, discurso, e a côr da sua pele, com o enorme significado histórico que representa, prometiam que algo de novo se iria passar. Ao longo destes anos, com maior ou menor dificuldade, no essencial, não tem defraudado as expectativas. A retirada do Iraque, a implementação de leis de proteção social, particularmente de saúde para todos no seu país, e a clarividência que está a demonstrar na forma de contrariar a crise social-económico-financeira, herança envenenada, não só, mas muito especialmente do seu antecessor enquanto fantoche dos mais poderosos, são as mais evidentes provas disso.

 

Enfrenta agora, com o problema sírio, o seu mais complicado desafio. Ainda há poucas horas ouvia em direto na BBC, primeiro: John Kerry, respondendo a insistentes perguntas dos jornalistas, explicar que têm imagens dos misseis com gases mortiferos, a serem disparados de zonas governamentias em direção a zonas dominadas pelos rebeldes, que a opinião pública está contra porque faz comparações com a invasão ao Iraque, o que não irá acontecer porque o ataque será absolutamente cirúrgico; logo de seguida, de Damasco, o correspondente da estação televisiva britânica, a perguntar, então porque não mostram essas imagens ao mundo?; e depois, de Moscovo, os ministros dos negócios estrangeiros sírio e russo a reafirmarem que um ataque será ilegítimo.

 

São conhecidos à saciedade as questões geoestratégicas que se jogam naquela parte do mundo, Israel vs mundo islâmico, mas também já toda a gente pôde ver imagens dos efeitos dos químicos lançados sobre população civil síria. Tentando evitar as perguntas retóricas, eventualmente viciadas por interesses inconfessáveis, as perguntas são, deixa-se aquela gente matar-se uns aos outros? essa permissividade não vai ter um preço muito elevado no futuro? aceitam-se as regras do vale tudo em nome de uma hipocrisia sem limites nas lutas pelo poder? quais os reais riscos para o mundo face à intervenção militar dos EUA, aparentemente contra tudo e contra todos?

 

Apesar do aspeto aventureiro, gosta de se fazer fotografar montado em tronco nú num alazão, enquanto espraia um olhar de conquistador sobre a fria e vasta estepe russa, Putin parece boa pessoa, mas suficientemente firme para ter os interesses instalados lá por aqueles lados bem dominados. Pela parte dos EUA terão que efetivamente proceder de forma indubitávelmente cirúrgica, depois do ataque a reação deverá ser do tipo, tanto barulho para isto?, face à quase invisíbilidade do mesmo, mas os efeitos na capacidade do governo sírio retaliar, esses sim, devem ficar claros para todos, ou seja serem nulas, obrigando Bashar Al-Assad a ceder às negociações que parece óbvio o povo daquele martirizado pais desejar.

 

Se Obama sair bem desta embrulhada cumpre mais uma promessa, e continua a trilhar o tal caminho de esperança num mundo melhor, mais seguro, mais justo e mais livre. Se não...que os deuses nos protegam.

 


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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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