semtelhas @ 13:34

Dom, 31/03/13

 

E os outros

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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semtelhas @ 11:47

Sab, 30/03/13

 

José Sócrates voltou ao contacto direto com os portugueses e o resultado não podia ser mais esclarecedor.

 

Perante dois entrevistadores completamente diferentes, um claramente bem preparado, munido de todos os numeros, correto, assertivo, digno e honesto, outro, mais para o espertalhaço, insolente, preconceituoso e objetivamente mais interessado em entalar o entrevistado que informar os espetadores. Vitor Gonçalves é fraquinho. Perante estes dois estilos completamente distintos Sócrates foi igual a ele mesmo, claro, combativo, acutilante, letal quando teve que o ser, mas acima de tudo respirando uma confiança que automáticamente validou tudo o que afirmou. Desmontou peça por peça todas as acusações que lhe foram feitas sem nunca ser desmentido pelo inatacável Paulo Ferreira. 1) Mais de metade dos encargos com as PPP já estavam assumidos antes dele ser primeiro ministro  2) A divida pública subiu 25% durante os seus mandatos (com a maior crise financeira de que há memória pelo meio) e só nestes dois últimos anos subiu 30% 3) O déficit foi o mais baixo da história da democracia portuguesa até ao rebentar da crise, e depois sofreu um agravamento percentual comum a todos os países da zona euro 4) Tal como hoje se prova pelas situações de Espanha e de Itália, seria possível recuperarmos sem ter que recorrer ao resgate financeiro,  se a isso o presidente da republica, e a oposição, particularmente o PSD porque o poderia ter evitado, não o tivessem obrigado.

 

A propósito da acusação que Cavaco lhe fez um ano após ele ter deixado o Governo, e já fora do país, de deslealdade institucional, lembrou a inventona presidencial das escutas e a falta de solidariedade quando ele dela mais precisava, esquecendo-se da responsabilidade da crise internacional nos problemas internos. Nem sequer se referiu, no que foi correto ainda que se o fizesse seria legítimo, como Cavaco ganhou, tal como muitos dos seus amigos daquela altura, largos milhares com o BPN, que lhos pagou para agora nos estar a roubar a todos, sem que isso o tenha incomodado minimamente, já para não falar de como se queixou de receber a miséria de dez mil€ por mês. Defendeu-se também das, como disse, ignobeis acusações do Correio da Manhã pondo em causa o seu estilo de vida em Paris, ou da forma como pagou o período que lá esteve, informando todos que só tem uma conta bancária, nunca teve ações ou dinheiro fora do país e que, para contrair um empréstimo para pagar a estada parisiense, primeiro acabou de pagar o empréstimo para a sua habitação. Relativamente à importância que pasquins como o CM assumem no nosso país referiu que se é verdade que comunicação sensacionalista, que vive da especulação e da mentira existe em todo lado, simplesmente é pura e simplesmente ignorada por quem tem um pingo de dignidade, enquanto cá é vergonhosamente utilizada por gente supostamente séria.

 

Quanto à situação atual do país e do futuro lembrou que este governo é mais troikista que a Troika (como ainda agora esta mesma implicitamente reconheceu, e anteriormente já o tinha claramente afirmado), e que esse excesso de austeridade está a matar a economia nacional. Explicou porque sempre apostou no investimento e como foi o primeiro a implementar reformas importantes em quase todos os setores da economia, que desgraçadamente foram interrompidos por uma crise provocada pela ganância do mundo financeiro internacional. Alertou para a necessidade de parar imediatamente o cavar deste buraco em que nos estão a meter, que é como quem diz com a austeridade, primeira medida sem a qual nada será conseguido, desde já atingir as metas impostas como contrapartidas ao resgate financeiro, questão que serviu, logo ali, para jocosos sorrisos e insolentes observações do tal mau jornalista, do género, e deixámos de pagar não é?, continuando a veladamente insultar o exprimeiro-ministro. Aliás, ainda a conversa estava quente, e já ordas de comentadores, politólogos, políticos e outros especialistas, destilavam veneno, maldicência, e outros disparates, a sua esmagadora maioria num básico ato de arrebanhamento de que tem preguiça de raciocinar, ou então, bem pior, alinha numa postura de inveja face a alguém que põe a nu a suas próprias incapacidades, atitude peçonhamente enraízada na nossa sociedade.

 

Aquilo que José Sócrates não disse mas que muitos de nós já perceberam, até pelo que revelaram as sondagens após a entrevista, a mais vista de sempre, é que neste país pessoas como ele são sempre arrasadas pelas corporações que o dominam, a quem interessa o clima de mediocridade para continuarem a defender exclusivamente os seus interesses. Pode ser que tenham que levar com ele outra vez. Acredito e espero que sim. Comparado com este sombrio bando de sinistros calculistas tecnocratas que nos estão a conduzir para um beco sem saída, José Sócrates, no seu estilo positivo, empreendedor, reformista pelo crescimento, significa esperança e representa a verdadeira salvação. Ainda que não o digam milhares o sentiram.


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semtelhas @ 14:39

Sex, 29/03/13

 

Terra Prometida, de Gus Van Sant, fala-nos de "progresso", de mentira, de poder, de dinheiro, da terra terra, e da terrinha, de amor e de verdade.

 

 

 

Nestes tempos de saturação em que, cada vez mais, a tecnologia parece fazer com que cada um de nós se sinta dispensável, quase a mais, está instalada uma guerra pela sobrevivência onde vale pouco menos que tudo. Alguns dos mais habilitados, seja por que razão fôr, enfrentam essa disputa recorrendo a algumas das armas mais poderosas ao seu dispôr, nomeadamente aos recursos que este exaurido planeta ainda vai oferecendo, para dominar a vasta maioria dos restantes. Esse processo atingiu níveis de sofisticação elevadissímos, de tal forma que, porventura perto do último reduto, à única maneira de os contrariar já não é suficiente procurar lutar no mesmo campo através de gente muito bem preparada sobre todos os pontos de vista, mas sobretudo baseando-se em alguns dos valores mais profundos que subsistem na cada vez mais cansada, descrente e indiferente sociedade que somos, as raízes de cada um, a verdade, o amor.

 

É de todos esses valores que este filme trata, os bons e os maus. O argumento é construído de forma a fazer a demonstração clara de quanto é fina a parede que separa lados aparentemente tão distintos, como é fácil qualquer um cair para um ou para o outro face a uma realidade que se apresenta de uma dificuldade que parece intransponível no presente, e ainda mais no futuro. Procura-se explicar que enquanto não se mudarem os pressupostos daquilo que se diz ser uma vida boa, daquilo que são as ambições que nos são inculcadas diáriamente, a toda a hora, jamais saíremos dessa prisão onde nos pretendem meter definitivamente, sem sequer perceberem que dada a dimensão do embuste, se sentirão tão prisioneiros os milhões de alienados quanto eles, seus carcereiros, pelo simples facto de que uma vivência minimamente feliz e saudável só é possível com a participação da maioria.

 

Como seria bom se, como no filme, houvesse sempre um velho sábio, informado e bom, uma mulher bela, disponível e boa pessoa, uma comunidade plena de exemplos de boa vontade,  pureza e cooperante, tudo isto em doses suficientes para transformar um predador de alto gabarito, num homem capaz de vasculhar nas suas origens as razões para se tornar numa pessoa fundamentalmente preocupada com o bem comum, porque percebeu que só assim atingirá o seu próprio bem estar. 


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semtelhas @ 17:13

Qua, 27/03/13

 

Para de facto o conhecer,

Nada serve pouco sentir.

Indispensável nele viver,

Para de revolta distinguir.

 

Gerado na agressão,

Forçar d'almas vender,

Alimentado de aversão,

E da verdade esquecer.

 

No fundo do poço viver,

Menos que o indigente.

Lento e sujo apodrecer,

Amargurado, indecente.

 

Lado a lado com o nojo,

O gozo só pelo magoar.

Na agressão vê arrojo,

Na maldicência, respirar.

 

O prazer pelo torturar,

Um deleite o denúnciar.

O consolo pelo difamar,

E o climax com o vingar.

 

Pelo mal corroídos,

Saciados na violência.

Desespero, aterrados,

Medo como existência.

 

Disfarçado de frieza,

Escondido no covil,

Armado de esperteza,

Engenha manobra vil.

 

Resiste, enorme poder,

Difícil encarar, derrotar.

Inesgotável parece ser,

Ao harmonia devorar.

  

Fatal, infeliz verdade?

Certamente anormal.

Luta contra bondade,

Diabólico ciciar do mal.

 

Essencialmente cínico,

Insinuante e traiçoeiro.

Perversamente clínico,

Usa método rasteiro.

 

Cria onda de amargura,

Um risco de epidemia.

Vivência triste e escura,

Sem esperança, doentia.

 

No monstro mais odioso,

Intrínseco maior defeito,

Mais que sádico e tinhoso,

Por si perder o respeito. 

 


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semtelhas @ 13:21

Ter, 26/03/13

 

Peso dos pareceres favoráveis ao despedimento de grávidas e lactantes duplica - Assim se confirma o anúnciado reforço de políticas a favor do aumento da natalidade, indispensável para evitar o nosso lento apagar enquanto país. Dantes era Make Love, Not Children, agora é, Make Children And Go Home.

 

Troika classifica de infeliz o enorme desemprego e desapontante o desempenho português - Afinal este pessoal está do nosso lado! Agora só falta verem a nossa realidade em vez de a olharem displicentemente, e, já agora... promoverem a troca de capatazes provadamente incompetentes apoiando o dar oportunidade a outros.

 

Multimilionários russos vão tirar fortunas do exparaíso fiscal e secar o Chipre - Não mudam as formigas, e as cigarras são as mesmas.

 

Na função pública os pequenos ganham demais e os grandes demenos - Cá está mais uma prova de eficaz avaliação ao admitir, e de meritocracia pelo desempenho, ou seja, tudo ao molho e fé no deixa andar.

 

Tribunal reduz para metade multa por descontos do 1º de Maio no Pingo Doce - Ainda bem! Nada como vêr-nos na arena a matar-nos por uma embalagem de costoletas de porco, e eles, juízes e mandantes, de cátedra, a babarem-se. Diz-se que desta vai ser por pão, arroz e batatas.

 

Nuno Santos despedido da RTP com justa causa - A este David não faltarão pedras, mas a fisga está viciada, por muitas que atire poucas atingirão o Golias. Vai desistir por cansaço, ou destruir-se por vitória de Pirro.

 

Marques Mendes diz que tem de se acabar a politiquice - Fala a mais recente transferência bomba do mercado dos politiqueiros. Na SIC não vai continuar a ser o contra-peso (oops) do Marcelo no apoio ao governo?

 

Sócrates, Coelho, Louçã, Manuela FL, etc., etc., voltam a comentadores televisivos - Assim se faz a guerra das audiências. Das duas uma, ou eles são muito espertos, ou nós muita burros!

 

 Paulo Bento afirmou que Moutinho, como os outros, jogou melhor na segunda parte, por isso podem continuar a mandar postas de pescada - Viu-se! Jogou e fez jogar. Foi um regalo! Quanto a peixeiradas não há como o Bento. Esta é só mais uma.

 

Foi tirada uma fotografia ao universo de há 380 mil de anos pós Big Bang - Na sua infância, dizem. O nascimento foi o Big Bang. E antes? E depois da velhice? A morte do universo? E depois? Espanta-me sempre esta espécie de candura cheia de certezas matemáticas, destes fantásticos seres humanos que incansávelmente procuram.

 

Sharon Stone e Andy Macdowell batizaram barcos no Douro - O que é que aquela vaca está aqui a fazer? Pergunta disfarçadamente Andy a sua filha enquanto olha de lado para Stone. O mesmo que tu. Responde - Aconselha as moças e moços vossos amigos reformados, a continuarem a encher os barcos do Mériou Fereira. É aproveitar, digo eu, enquanto em Lisboa não convidam a Mandona e a Algelina Pitt a batizarem transatlânticos para subirem até ao Barreiro.

 

Antigas prostitutas voltam à rua por causa da crise - Nem tudo é mau. Vamos lá. Convém é ir munido de lanternas de mineiro, catanas para afastar teias de aranha fossilizadas, e uma daquelas redes para apanhar borboletas, não vá andar por ali bicharada esvoaçante, muito vulgar em grutas ancestrais.


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semtelhas @ 13:22

Seg, 25/03/13

 

Os cipriotas, os gregos e restantes troianos como nós, após acordo para resgate financeiro tendo como uma das contrapartidas taxar os depósitos superiores a cem mil euros. Ou não?

 

Depois de assistir à forma como este processo se desenrolou, é impossível nele não detetar enormes semelhanças com a maneira do governo português impôr as suas leis, como naquela estória em que para se dizer que desapareceu o gato, se começa anunciando que a casa quase ardia, o carro quase explodia, mas afinal tratava-se do desaparecimento do quadrúpede. Resulta num sofredor quase feliz. O que, desde logo, comprova a teoria do bom aluno, mas também a completa dependência, com subserviência, às ordens que chegam de fora, como se não houvesse um passado, ou de um grupo de malfeitores os portugueses se tratassem, aos quais simplesmente compete pagar e não bufar a quem nos salvou do desastre(?). Tudo isto cheira um bocadinho a D. Branca.

 

Assistir ao primeiro-ministro e ao seu ministro das finanças virem agora dizer, após inúmeras juras de fidelidade absoluta ao único meio capaz de nos salvar, que o plano da Troika está mal desenhado, denuncia incompetência, má fé, falta de vergonha, desrespeito por todos nós, e, mesmo que suportássemos todas estas afrontas resta o pior, a certeza que se os alemães quiserem estamos mesmo desgraçados, porque esta gente não presta. Nos últimos tempos é vê-los ou de os olhos no chão, ou com um ar meio perdido de quem está aflito sem saber o que dizer ou fazer, ou então, olimpicamente ignorar as evidências, como no caso de Passos Coelho, porventura o maior responsável por este monumental logro em que muitos caíram por acreditar num homem onde viam determinação e descobrem serôdia teimosia, como o comprova a sua atual desastrada fuga para a frente.

 

Quando pessoas tão informadas, inteligentes e sinceramente preocupadas com o bem-estar comum, como Viriato Soromenho Marques, que já há muito descobriu que nem mesmo o aproveitamento, via globalização, da escravatura sócio-económica remanescente em países como a China, Índia ou Brasil, que permitem baixos custos, nos vai valer porque será sempre uma solução a prazo certo (até que os escravos acordem), vem advogar, em desespero, que a Alemanha só abdicará de pôr o resto da Europa de joelhos, se os países do sul, Portugal, Espanha, Itália e França, criarem a sua própria moeda comum para competir com o Euro, das duas uma, ou está a recorrer à mesma técnica da ameaça dos países do norte, ou então não está a perceber a tarefa ciclópica que tal projeto representaria e, sobretudo, que dessa forma estaria lançado o rastilho para um confronto militar norte/sul.

 

Se calhar, a prosseguirem estas políticas de austeridade que prometem matar pela cura, a mancha de pobreza vai crescer a um ponto tal que, nada tendo a perder, milhões de revoltados vão desencadear essa mesma guerra. Não será isso que a natureza beligerante (já sedentos de sangue, afinal já lá vão quase setenta anos!) destes prepotentes e manhosamente falsos magnânimos primos do norte realmente lhes pede? 

 


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semtelhas @ 12:09

Dom, 24/03/13

 

À moda do Porto

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



semtelhas @ 11:31

Sab, 23/03/13

 

Que andou na cabeça de João Moutinho durante o jogo com Israel, o medo de sentir dor, e que ao contrário do que disse (coisas de bom rapaz), obviamente o impediu de dar o seu melhor.

  

Mas houveram outros miúdinhos a pairar noutras cabeças e com o mesmo efeito. Na de Paulo Bento acho que já por lá assentou arraiais desde que é treinador, e que lhe repete incessantemente ao ouvido a necessidade de implementar uma disciplina férrea, a qual, se num clube deu o que deu, na seleção é só vê-los a mandá-lo dar ir uma volta baixinho. Na de Ronaldo o bicho é mais para o intermitente, diria mesmo que há uma luta entre um bicho bom que o manda dar sempre o litro como ele gosta, e o bicho mau que lhe sussurra ao ouvido para se poupar para o patrão, e que acaba por resultar sempre num jogador confuso, nervoso, mal na sua pele. O Patrício devia ter o cuidado de manter o miúdo desligado porque, tal como no Sporting, volta e meia ele lá aparece para complicar. Na defesa, de ponta a ponta, sendo todos eles mais ou menos para o brutinho, pô-los a pensar, só por si, já constitui um esforço apreciável, se ainda por cima os confundem com mensagens tipo, cuidado que para a semana temos um jogo importante, então dá em miúdos completamente à toa. Quanto ao Meireles e ao Veloso aquilo é mais uma guerra de penteados, um, tipo último moicano já pré-ocupado em assustar o inimigo só de o verem, o outro dá a impressão de estar sempre com a sua enfeitada cabeça noutro lado, provávelmente num catálogo sobre últimas novidades capilares. Ao Martins o miudinho diz-lhe sempre a mesma coisa, manda os gajos à merda, e, se te chatearem muito, vai-lhes à tromba. Já o do Postiga é mais, deixa lá Hélder, quem dá o que pode.... Ao Hugo o miúdo não pára de o atazanar constantemente com a pergunta, o que estás aqui a fazer? Os miúdinhos de Varela e Vieirinha, como de costume, estavam a dormir.

 

Ou então isto é tudo mentira e a rapaziada está mas é à espera que definam os prémios monetários a atribuir. É que o miúdinho precisa de motivação porque essa coisa do patriotismo já era.

 

Este vídeo dá a resposta.

 

 


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semtelhas @ 12:48

Sex, 22/03/13

 

Aparentemente a única maneira de pôr em contacto com a realidade alguns de nós, como bem demonstra o filme Ferrugem e Osso.

 

 

 

Há uma certa estirpe de pessoas cuja característica dominante é o egoísmo. Fazem com que prevaleça adotando uma postura de sedução, no que são, não raras vezes, ajudadas por uma aparência exterior estéticamente altamente favorável aos seus intentos. Temperam esta maneira de estar com uma falsa ingenuidade, na verdade mais um irresponsável e voluntário autismo perante tudo o que à sua volta não coflui com os seus intesses, uma frieza que lhes confere uma aura de quase intocáveis, como que protegidos pelos deuses.

 

Vão fazendo o seu caminho alheios às pessoas que os rodeiam, mesmo as mais chegadas, as quais, mais que quaisquer outras, são irresístivelmente por elas atraídas e funcionando como suporte para todos os seus desvarios. Neste ponto divergem numa questão fundamental, os que são intrísecamente bons ou maus. Neste último caso, e se são possuídoras de inteligência ao nível do charme, podemos estar na presença de malfeitores da pior espécie de que todos conhecemos exemplares. Quando têm um fundo bom, como que vivem permanente confusas dentro de um limbo, mais prisão que protetor, do qual normalmente são arrancadas brutalmente percorrendo a partir daí um percurso que se pretende redentor, na maior parte dos casos, pelo sofrimento. É este o caso deste filme.

 

Quem viu De Tanto Bater O Meu Coração Parou, ou O Profeta, foi vê-lo com altas expectativas, e não saiu defraudado. Pouco ou nada falta ali, até uma ligeira deriva comercial, mais ou menos a meio, o que deixa ficar durante e segunda metade um certo sabor a especulação, a algo rebuscado, mas que serve, é mesmo essencial, para um mais claro passar da mensagem, o que é largamente conseguido resultando em cerca de duas horas à volta de um paralelismo entre dois estetas, um (uma, neste caso) desgraçadamente atirado para uma cadeira de rodas, o que o empurra, literalmente, para os braços do outro, recorrendo a cenas carregadas de realismo, sobretudo do esforço pungente desenvolvido pelo mais fragilizado para trazer o outro à razão. Difícil esquecer.

 

Quando numa estória onde acidentes atiram pessoas perfeitas para cadeiras de rodas, inocentes crianças estão semi abandonadas e são maltratadas, para além de outras indigências, o mais aleijado é o aparentemente mais forte, então temos matéria para análise profunda.


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semtelhas @ 12:48

Qua, 20/03/13

 

Perdido e só, procura,

Quer saber o seu lugar.

Manhã, clara ou escura,

Não a quer enfrentar. 

 

Um dia, aquele olhar,

Como quem quer ver.

Para logo disfarçar,

Tinha sido sem querer.

 

Depois outro, mais outro,

Nada senão nela pensar.

Espera como um louco,

Junto a ela quer estar.

 

Acontecia a tal paixão,

Fogo vivo e lá no alto.

Os limites da emoçâo,

A vida, um sobressalto.

 

Juventudes mal vividas,

Dúvida, tristeza, traição.

Inocentes vidas nascidas,

Coração, razão e perdão.

 

Correm dias, meses, anos,

Veloz a vida acontece.

Batalhas deixam danos,

O essencial permanece.

 

Vencidas inseguranças,

Desvalorizados ciúmes, 

Sobram boas lembranças,

Atingiram tantos cumes!

 

Perdida mania da certeza,

Também sede de dominar,

Chegam vontade, firmeza,

Vem sabedoria do aceitar.

 

Inquietude volve paciência,

Dúvida é compreensão.

Inflexibilidade é tolerância,

Desinteresse, proteção.

 

Da urgência para ternura,

Sofreguidão para carinho,

Como o tempo vem cura,

Para agruras do caminho.

 

Um crescer em bondade,

Um perceber o perdoar,

Um enriquecer com idade,

Um vencer pelo partilhar.

 

Libertação da estética,

Do efémero à eternidade,

Definitivamente a ética,

E incondicional amizade.

  


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semtelhas @ 14:46

Ter, 19/03/13

 

Belmiro continua à solta a, displiscente e arrogantemente atirar pérolas aos porcos que, para seu grande desgosto e irritação, de pouco ou nada valerão tal é a corja de incompetentes que o rodeiam.

 

Para o bem e para o mal tive a possibilidade de trabalhar em várias empresas desde os meus dezoito anos, pequenas, grandes e médias, desempenhando funções admnistrativas, ou na área industrial, na comercial, como simples subordinado ou em cargos de chefia, em comum a todas sempre o mesmo estilo de liderança, sobranceira, mais ou menos prepotente, intrínsecamente convencida de uma superioridade qualquer, dependendo do empregado, sobre quem contrataram, e, mesmo nos casos de segunda geração, uma preocupação centrada no bem pessoal e familiar em detrimento do da empresa. A resposta surge sonsa e persistente, um devagar e devagarinho, olhos pregados no relógio, paciente e serôdia consolação que só serve quem pode e tem, ao perpetuar o decadente estado das coisas.

 

Num país atrasado pela ignorância, mergulhado na subserviência, no medo, na incompetência, numa promiscuidade tal entre os vários poderes e o Estado, que se confundem, resumindo numa total confusão de baixo nível, como se de uma estrumeira se tratasse, quem nele mais hipóteses tem de engordar são os ratos e as suas mais raras primas, maiores e mais sabidas, as ratazanas. No meio de tanto lixo e podridão, espertos como são, puxam do seu espírito de merceeiro e toca a roubar à pobre clientela através da balança viciada, dos artigos baratos na compra e caros na venda, numa política de intimidação pela caridadezinha do livro. E assim, sem culpados, num ambiente de quase total aceitação e permissividade, alguns prosperam e quase todos definham. É a esse país que este senhores ambicionam voltar.

 

Como o seu colega, o outro merceeiro milionário, numa coisa têm razão, são bem medíocres e relaxados grande parte daqueles que fizeram a sua riqueza e descarada grunhice, caso contrário não tinham o que têm nem falavam como falam. Se, como noutras paragens, em vez de grandiloquentes e também inócuas leis, regras justas e claras fossem aplicadas, não passariam, tal como muitos outros, de mais um.


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semtelhas @ 12:44

Seg, 18/03/13

 

Mário Lino no palco em peça de teatro - Ou o aproveitamento da vaidade para vender bilhetes.

 

Árbitros vão transportar câmara de filmar durante o jogo - Uma faca de dois legumi, como diria o outro.

 

Coreia do Norte ameaça com guerra - Cão que ladra não morde ou fuga para a frente?

 

Cada trabalhador da RTP deve 45mil€ - Esta coisa de contar as patas e dividir por quatro devia ser só para alguns, poucos.

 

Jean Claude Junker diz que as feridas da segunda grande guerra não estão fechadas - Seria difícil estarem-no quando o doente está a fazer de médico.

 

Silva Lopes considera a reforma de Filipe Pinhal extorsão -  PDI, arrebatamento de consciência ou inveja?

 

Belmiro ameaça acabar com o Público e chama cagarolas a diretores de jornais - Já não chegava o do Pingo Doce! Não escondam estes velhinhos merceeiros milionários que não é preciso!

 

António Borges afirma que salários deviam baixar - Começam a ser francamente desafiantes as tendências suícidas do espécime.

 

Miguel Relvas adiou o casamento - Finalmente uma atitude inteligente, ou ela está começar a ver a vida a andar para trás?

 

Pinto da Costa diz que após eleição de Papa com 76 anos se sente novo - A Nãodinha que se ponha fina!

 

Marcelo chama astrólogo a Vitor Gaspar - Está aberta a guerra dos videntes. Será desta a carnificina redentora? Dois terços dos zandingas falhados recolhidos ás suas mansões em silêncio? Dessa não caem eles abaixo.

 

Resgate no Chipre implica imposto sobre depósitos - Quanto mais pequenos mais nos saltam em cima, dirão os cipriotas. Mais um balão de ensaio porque alguém já decidiu que isto só lá vai à pancada?


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semtelhas @ 14:23

Dom, 17/03/13

 

A perfeição dos gémeos invertidos

 

 

 

 

 

 

 
  
 
 
 
 
 
 
 

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semtelhas @ 12:50

Sab, 16/03/13

 

As primeiras impressões deixadas pelo novo papa resultam em sensações ambivalentes, ora que estamos perante algo de novo, ora que a aceitação dessa possibilidade será muito complicada.

 

O homem tem um andar meio trôpego, um balançar esquerda/direita, que juntamente com uma passada larga e talvez demasiado rápida a quem se costuma exigir alguma solenidade, está a deixar meio mundo entre o estupefacto e o perplexo. Depois fala que se farta! E não é própriamente naquele tom que remete a um quase pôr em sentido ou convide a profundos recolhimentos, não! É como se se tratasse de uma pessoa normal. Será que se deu o milagre?

 

Ontem, ou antes de ontem, quase caía após tropeçar nas alvas vestes. Aterrou nos braços de um cardeal que estava por ali perto. Serei eu, ou começa a perceber-se algum desconforto nas expressões fisíco-faciais dos seus pares? E que dizer do silêncio ensurdecedor das santas almas que tão católicamente costumam apelar às boas graças do Senhor? Será que, tal como Marcelo tanto confiou, o Espírito Santo (Deus) iluminou as mentes e conduziu acertadamente os dedos dos seus representantes nesta pobre Terra, na escolha do principal dos apóstolos?

 

Ele é a antiga namorada a quem foi prometida casa em troca do casamento, ou então a definitiva renúncia aos prazeres da carne. A acusação de colaboração com a junta militar argentina que durante alguns anos aterrorizou aquele país. Que só tem um pulmão e portanto sofre de fragilidade permanente, e  mais o resto que virá. É verdade que as opiniões recolhidas entre quem com ele privou falam de simplicidade, humildade, simpatia, dedicação, energia, em suma um homem normal e bom. Chegará?

 

A conjuntura em que foi eleito, após a renúncia de Bento XVI e as circunstâncias que rodearam a mesma, nomeadamente o problema da pedofilia e as questões financeiras ligadas ao Vaticano, quase obrigaram os cardeais a optar por uma espécie de corte radical com o passado, dando assim, desde logo, uma ideia de mudança, o que resultou na escolha de um candidato não europeu, mas também, provávelmente e pelo que parece, em alguém com um perfil diferente do habitual. O descrédito, ameaça fatal, poderá ter levado a uma opção forçada.

 

A Igreja Católica tem um poder tentacular imenso por esse mundo fora que, se potenciado ao máximo, coisa que julgo não estar a ser feita, basta pensarmos nas escusadas demonstrações de riqueza ao mais alto nível, ou do evidente desvio daquilo que deveria ser a vocação mais profunda de organizações a ela ligadas, como no caso da Opus Dei, poderá não só levar os que dirigem o nosso destino comum a serem conduzidos, pelo exemplo, a meter a mão na consciência, bem como a uma mais efetiva ajuda no combate à pobreza.

 

Escolheu o nome Francisco e já lhe chamam o papa dos pobres. Será maravilhoso se o conseguir e, lamento sinceramente o pessimismo, talvez o maior obstáculo que terá para ultrapassar, surpreendente se o deixarem.


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semtelhas @ 13:24

Sex, 15/03/13

 

Ameaçadores sobre as cabeças, nestes tempos de predadores, mais que deixados à solta, furiosamente lançados aos nossos calcanhares.

 

Vem isto a propósito do filme A Caça, extraordinária demonstração de como os julgamentos precipitados podem alimentar o apetite voraz pela perseguição ao outro, na maior parte dos casos como escape de frustrações dificílmente contidas, e mesmo, tantas vezes, como forma de encobrir fraquezas ou mediocridades inconfessáveis. Exercicío práticamente perfeito sobre o estigma que a pedófilia pode criar sobre uma pessoa, algo que se lhe cola à pele para sempre, independentemente da veracidade das acusações.

 

 

 

Metáfora totalmente aplicável a outras caças: políticas, religiosas, de género, sexuais, sociais, etc., faz a prova cabal de todos os demónios que infernizam a vida de quem é escolhido como alvo, bode expiatório de uma culpa normalmente muito mais generalizável. Uma acusação falsa, um rumor que cresce como aproveitamento para fins que aguardavam, malévolamente, a sua oportunidade, a catarse pelo grupo e depois a psicologia das multidões. Quantos conflitos assim começaram. Atente-se por exemplo no caso das armas químicas que deram origem à invasão e posterior destruiçao do Iraque, em nome de uma suposta libertação e melhoria de vida naquele país para, mais de uma década e muito mais de cem mil iraquianos mortos depois, os rácios sociais mostrarem uma baixa na qualidade e esperança de vida em confronto com uma melhoria dos económicos, numa demonstração clara que a vida de facto melhorou, e muito, mas só para uma escassa minoria.

 

Longe de dar soluções, como poderiam ? Pessoas como as que criaram esta magnifíca obra, tão perturbadora quanto eficaz pela crueza com que identifica um certo primitivismo, doentiamente confundido, pseudomodernidade na verdade ultra conservadorismo  para defesa de posições conquistadas contra os novos bárbaros, sejam eles imaginários pedófilos, desagradáveis pobres ou ameaçadores emigrantes, indiretamente muito contribuem para desmontar as reinantes teorias da diabolização de valores tão importantes como a liberdade, a equidade ou a solidariedade. E isso é essencial. Para todos.



"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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