semtelhas @ 12:02

Seg, 03/06/13

 

Já antes de Sócrates, o filósofo, os gregos desesperavam com os sofistas que, pelas praças de Atenas íam sistemáticamente questionando as teorias desfiadas pelos multidisciplinares sábios daqueles tempos, num só homem o filósofo, o matemático, o engenheiro, o artista, etc..Mas a realidade é que através de uma dialética vibrante, conversas às quais assistiam pequenas multidões que circundavam os protagonistas, tese-antítese-síntese, ía-se fazendo luz. Seguramente que são também desse tempo os originais falinhas mansas de que há registo, como em tudo o resto, uns existem como fator de equílibrio com os outros.

 

Quando se ouve Paulo Portas, com uma expressão tipo compungidopaternalista, que pretende dizer, vá lá, não sejam mauzinhos, não façam greve no dia de exames nacionais para milhares de alunos, só não dá vontade de rir porque o homem perdeu a piada toda há muito tempo. O que é que ele queria? Que os professores parassem durante as férias grandes? Independentemente do lado em que está a razão, é de uma hipocrisia sem limites aquele tipo conversa, verdadeiro insulto à inteligência de todos os que ouvem o artista. Por quanto tempo ainda os portugueses vão ter de continuar a aturar este espécime vaidoso, queque pseudocaridoso bem falante, que comprou sempre tudo feito?

 

Portugal continua cheio destes songuinhas mafiosos que, desde sempre, envenenaram qualquer hipótese de desenvolvimento comparável com o resto da Europa. Estão por todo o lado, desde o vizinho do funda da rua, passando pelo capataz lá na fábrica, até, especialmente, aos lugares mais poderosos, sejam eles civis, militares, políticos ou judiciais, o que é a prova maior que aqui obtêm terreno fértil para crescerem e se multiplicarem. Ainda há uns dias atrás Vitor Gaspar se permitiu brincar com o sofrimento de centenas de milhar de compratriotas, fazendo uma analogia entre a pena que, ele próprio, obriga aqueles a cumprirem e o seu desgosto benfiquista. Insensibilidade incapacitante, falta de vergonha, ou doença grave? Ninguém acaba com as experiências e brincadeiras deste desiquilibrado?

 

É por estas e por outras que quando se lê que morreu Edith, a mulher de Archie, ambos personagens de Uma Família Às Direitas, série dos EUA que passou por cá no início dos anos 80, comédia representada em palco e com público a desfazer-se a rir na plateia, e que andava à volta de um homem super conservador, de coração na boca mas igualmente intrínsecamente bom, sentimos uma enorme nostalgia. Mas ao ver-mos a atualissíma Família Moderna, fantástica série de costumes daquele país hoje, apesar de remetida à classe média-alta, mas ainda assim transmissora de um relacionamento entre personagens absolutamente terra-a terra, a respirar saúde, invade-nos a mesmíssima nostalgia. Findas as remessas dos milhões despertámos para a triste realidade que, nas mentalidades,  pouco ou nada mudou.

 

 


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"O medo de ser livre provoca o orgulho de ser escravo."
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