Os três principais jogadores que representaram o Sporting na última meia dúzia de anos, entrassem no Estádio de Alvalade equipados de azul e branco isso era...encontrar o norte.
Há uma longa história de transferências entre o FC do Porto e o Sporting, nem todas amigáveis como tem acontecido ao longo dos últimos anos, lembro-me do Damas (que acabou por ser desviado para Espanha pelo caminho), do Diniz e, claro, do Futre, para além de outros. Em sentido contrário de Jaime Pacheco, Sousa, Gomes, Oliveira...
O que parecia caracterizar as operações de trocas que depois os clubes combinaram numa espécie de pacto de não agressão, era um certo equilíbrio de valores, pelo menos à partida, já que depois, não raramente, ficava a sensação de que o FCP tinha ficado a ganhar...só que aí já estava a entrar o fator clube e o seu modus operandi a influenciar. Mas nunca tinha acontecido esta circunstância de mudarem de emblema tantos jogadores, de tão marcada importância de um clube para o outro. João Moutinho, Izmaylov e Liedson foram, durante algumas épocas, a espinha dorsal do Sporting do meio-campo para a frente.
Esta será talvez a prova mais evidente da distância que cada vez mais separa os dois clubes no que a poder, importância e notabilidade diz respeito. O que se no caso do FCP é ótimo, na caso dos leões é péssimo. O Sporting é uma instituição muito importante em Portugal pelo que faz e fez no mundo do desporto. Particularmente no atletismo, mas também na formação de futebolístas, basta lembrar, Futre, Figo, Ronaldo, Quaresma, só para nomear os mais sonantes. Depois acresce que Lisboa é uma cidade demasiado grande, com uma massa critíca mais que suficiente para ter dois clubes de topo, assim as benesses não caiam sempre para o mesmo lado.
Por muito que o orgulho portista inche ao perceber o olhar de satisfação nestes exSCP por sentirem ter encontrado o norte, o rumo certo, em busca do sucesso perdido, bem como da cada vez mais firme aposta, que já vem de há longos anos com resultados decisivos, na opção por jogadores de inteligência óbviamente acima da média, essencial num jogo que muito beneficia se desempenhado enquanto equipa, o bom senso aconselha a existência de mais um clube forte no sul, igualmente mais um no norte, para que o futebol nacional mantenha a competividade que lhe garanta uma sobrevivência saudável.
Mas não vai ser caindo na armadilha montada pelo vizinho do lado, envenenando a massa apoiante dos leões fazendo-a crer que o principal beneficiado pelo desnorte que grassa entre os sportinguistas será o FCP, quando realmente será o SLB (sábia a ardilosamente liderada pelo pasquim A Bola), ou acusando profissionais que procuram evoluir, chamando-lhes maças podres, indignos ou traiçoeiros, que vão resolver o problema.
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